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domingo, 14 de janeiro de 2018

Cidades Riograndenses - Pelotas

Buenas entreverados, dando continuidade à nossa seção Cidades Riograndenses, hoje vamos trazer Pelotas, a Princesa do Sul. Pelotas é uma cidade que tenho certa admiração por ter passado parte de minha vida acadêmica no antigo CEFET/RS.

O nome da cidade, "Pelotas", dizia-se que os indígenas rio-grandenses, usando uma canoa de couro para a travessia dos rios, batizaram-na de pelota. Hoje, uma versão nova assegura que os usos do barco e da palavra têm origem marroquina e que foram apenas assimilados pelos aborígines. Indígenas ou marroquinas, o certo é que o arroio Pelotas recebeu o nome das embarcações freqüentemente utilizadas na sua travessia.

Depois, a partir da proliferação das charqueadas nas terras marginais do arroio, costa do Pelotas passou a designar, genericamente, a movimentada região. Por fim, elevada a Vila de São Francisco de Paula à categoria de cidade, após muita discussão foi aprovado o nome de Cidade de Pelotas, em homenagem “ao fato histórico [estabelecimento das charqueadas] que aglomerara com a rapidez do raio a gente e a riqueza da localidade”, na expressão de Domingos José de Almeida.Mesmo sem que todos saibam, um distante passado sobrevive, na memória local, toda vez que se pronuncia o nome da cidade.
A Lei Complementar Estadual número 9184, de 1990, criou a Aglomeração Urbana de Pelotas, que em 2001 passou a se denominar Aglomeração Urbana de Pelotas e Rio Grande, e em 2002, Aglomeração Urbana do Sul. Esta caracteriza-se por proporcionar uma forte integração entre os municípios que a constituem e é o embrião de uma futura região metropolitana. Integram-na os municípios de Arroio do Padre, Capão do Leão, Pelotas, Rio Grande e São José do Norte, que totalizam uma população aproximada de 600.000 habitantes.

Tudo começa numa região que, em fins do século 18, abrangia cinco estâncias. De todas, a mais antiga, por ordem cronológica de doação, foi a que recebeu o coronel Tomás Luís Osório, em 1758, segundo despacho de Gomes Freire de Andrade, comandante-geral das capitanias do sul. O rincão (na terminologia da época) “extremava-se no Sangradouro da Mirim (São Gonçalo) e arroio Pelotas até topar com o arroio Correntes e deste à Lagoa dos Patos no lugar de Canguçu (Ilha da Feitoria)”. Em 1763, fugindo da invasão espanhola, muitos habitantes da Vila de Rio Grande buscaram refúgio nas terras pertencentes a Thomáz Luiz Osório. Mais tarde, vieram também os retirantes da Colônia do Sacramento, entregue pelos portugueses aos espanhóis em 1777.

Segundo a carta de sesmaria, “a região estava sendo explorada e conhecida a zona de suas planícies”. Alguns anos mais tarde, porém, mudaria de proprietário. Envolvido em denúncias, o coronel Tomás Osório, comandante do Regimento dos Dragões do Rio Grande, foi enforcado em Lisboa. Em 1779, sua viúva e seus filhos venderam ao casal Manuel Bento da Rocha e Isabel Francisca da Silveira a primeira sesmaria de Pelotas, abrangendo, entre outras extensões, os atuais balneários do Laranjal e a colônia Z-3.

 Em 1780, instala-se em Pelotas o charqueador português José Pinto Martins que se refugiou na região para se livrar da seca cearense, fundando a primeira Charqueada. A prosperidade do estabelecimento, justificada pela localização e pelos métodos empregados estimulou a criação de outras charqueadas e o crescimento da região, iniciando-se a exploração, em larga escala, da indústria saladeiril no território rio-grandense, dando origem à povoação que demarcaria o início do município de Pelotas.
Até a pouco se supunha, na falta de dados mais concretos, que Pinto Martins era natural do Ceará e que foi o pioneiro do saladeirismo no Rio Grande do Sul. Hoje se sabe, graças a pesquisas recentes, que Pinto Martins nasceu em Portugal; ultimamente tem-se repetido, talvez até com exagerada insistência, que antes de 1779 já se praticava a salgação da carne no território sulino.

De qualquer modo, o que importa é que José Pinto Martins, aliando os conhecimentos adquiridos no Ceará à sua visão de industrialista, estabeleceu uma fábrica rudimentar, de caráter pré-industrial, nos arredores de Pelotas. Em pouco tempo, foi imitado por outros, de maneira que a salgação da carne, já praticada no território gaúcho como atividade econômica de subsistência, transformou-se, a partir daí, numa indústria poderosa, responsável pela própria organização da estância, antes “mera empresa de coleta e pilhagem do gado”.

Com o sucesso desta indústria, os charqueadores, dispondo de duas estações amenas, construíam palacetes para suas habitações e promoviam a cultura e a educação, no ambiente urbano, exemplificado pela inauguração do Teatro Sete de Abril, em 1831, quatro anos antes de Pelotas ser elevada à condição de cidade.

À sombra das charqueadas, Pelotas transformou-se, de incipiente povoação, na cidade que seria, durante todo o século 19, a mais rica e adiantada da Província, ao lado de Porto Alegre. Já em 1816, quatro anos depois da organização da freguesia, São Francisco de Paula pareceu ao Conde de Samodães “o centro e o coração” do Continente de São Pedro. Um outro viajante estrangeiro anotou, referindo-se aos charqueadores: “eles quiseram que o lugar prosperasse, e o lugar prosperou”.

Dom João VI, príncipe regente de Portugal, foi sensível ao apelo dos nossos antecessores. Por alvará de 7 de julho de 1812, erigiu “uma nova freguesia colada no lugar denominado Pelotas”. Receberia o título de São Francisco de Paula, mas isso segundo uma provisão eclesiástica datada de 18 de agosto e assinada pelo bispo do Rio de Janeiro, dom José Caetano da Silva Coutinho, que também manda servir provisoriamente de paróquia o oratório de Nossa Senhora da Conceição e nomeia pároco o vigário Felício Joaquim.

A primeira definição importante na história da ocupação urbana de Pelotas surge agora, e se confunde com a discussão sobre a melhor localização da igreja. Dependendo do lugar onde ela fosse construída, estaria configurada a zona central do povoado. Nessa discussão levou-se cinco meses -de outubro de 1812, quando Felício investiu-se nas funções de pároco, a fevereiro de 1813.

Três eram as alternativas: situar o templo no Laranjal; na lomba onde está hoje o Instituto Nossa Senhora da Conceição (Asilo); ou no lugar onde se edificou, na praça José Bonifácio.

A corrente vencedora contava com a preferência do capitão-mor da região, Antônio Francisco dos Anjos, e com a simpatia do pároco. Como os debates se prolongassem, não esperaram acordo final: foram fazendo a obra. Aos poucos, alguns opositores concordaram; outros se conformariam com o tempo. De qualquer modo, as divergências acabaram enterradas, em alicerces de tijolo e meio. As paredes é que tiveram a dimensão de um só tijolo.

Diante disso, como “conciliadora solução para os contraditórios desejos”, a freguesia, dois anos depois, não se estabeleceu em nenhum dos lugares sugeridos, mas sim na extensa coxilha entre o Santa Bárbara e o São Gonçalo. Igualmente excluídas as virgens-padroeiras dos dois arraiais, elevou-se ao altar a imagem de São Francisco de Paula, então a Freguesia de São Francisco de Paula foi fundada em 7 de Julho de 1812 por iniciativa do padre Pedro Pereira de Mesquita, foi elevada à categoria de Vila em 7 de abril de 1832. Três anos depois, em 1835, a Vila é elevada à condição de cidade, com o nome de Pelotas.

Em 2 de julho de 1813, o governador da capitania, dom Diogo de Souza, concedeu a dona Mariana Eufrásia da Silveira -viúva do terceiro capitão-mor do Rio Grande, Francisco Pires Casado-o terreno que ela provou possuir desde 1784. Dividia-se “pelo sudeste com o rio São Gonçalo, pelo noroeste com terras de José Gonçalves da Silveira Calheca e José Aguiar Peixoto, pelo sudoeste com o arroio Santa Bárbara, fazendo a figura de um triângulo oblíquo, cujo terreno [sic] tem na sua maior largura 840 braças e no maior comprimento 1.304.”

Dona Mariana obrigava-se a doar, conforme prometera no requerimento, 80 braças em quadro para uma praça, uma quadra junto à praça para uma nova igreja, 20 braças em quadro para hospital e quartel. O compromisso foi cumprido, não por ela, mas pelos seus herdeiros, em fins de 1822 (nesse ano, como se sabe, foi extinto o regime sesmarial).

Loteando essas terras, dona Mariana possibilitou que as 12 ruas longitudinais de Antônio dos Anjos se prolongassem na direção do porto, acrescentando-se mais 15 às transversais. De modo que, em 1830, quando Pelotas atinge a condição oficial de município, o sítio urbano já se compõe de 34 logradouros: os 19 do capitão-mor mais os 15 da viúva de Francisco Pires Casado. Nesse quadro irromperia mais tarde a Santa Cruz, completando o centro da cidade.

Em 1833, um ano depois da instalação da vila, foram cadastrados 544 prédios. Deslocava-se o perímetro central da Praça da Matriz, hoje José Bonifácio, para a Praça da Regeneração, hoje Coronel Pedro Osorio.

Nos primeiros anos do século XX, o progresso foi impulsionado pelo Banco Pelotense, fundado em 1906 por investidores locais. Sua liquidação, em 1931, foi nefasta para a economia local.

Pelotas é um município brasileiro da região sul do estado do Rio Grande do Sul. Considerado uma das capitais regionais do Brasil, possui uma população de 327.778 habitantes e é a terceira cidade mais populosa do estado. Seu aniversário é comemorado em 7 de julho.

Está localizado às margens do Canal São Gonçalo que liga as Lagoas dos Patos e Mirim, as maiores do Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, ocupando uma área de 1.609 km² e com cerca de 92% da população total residindo na zona urbana do município. Pelotas está localizada a 250 quilômetros de Porto Alegre, a capital do estado.

 A principal atividade do município é o comércio, que atrai moradores de todas cidades vizinhas. Em Pelotas existe um grande número de estabelecimentos comerciais e empresas de prestação de serviços. É pólo industrial na confecção de doces artesanais e sua qualidade e sabor são nacionalmente conhecidos e difundidos através da Fenadoce - Feira Nacional do Doce, que acontece todos os anos no mês de junho, onde grandes e pequenos produtores de doces divulgam seus produtos aos visitantes.

Neste cenário, o Jornal Diário Popular vem desde 1890 circulando ininterruptamente, sendo o terceiro jornal mais antigo do Brasil e o mais antigo do Rio Grande do Sul, ajudando a contar e a fazer a história de Pelotas.

A Cidade de Pelotas conta com cinco instituições de ensino superior, quatro grandes escolas técnicas, três teatros, uma biblioteca pública, vinte e três museus, dois jornais de circulação diária, três emissoras de televisão, um aeroporto e um porto flúvio-lacustre localizado às margens do Canal São Gonçalo.

Tanto a zona urbana quanto a rural de Pelotas conta com monumentos, paisagens e vistas belíssimas, que levaram a televisão brasileira a escolher o município já por duas vezes como cenário para suas produções: "Incidente em Antares", cuja locação foi feita na zona do porto; e "A Casa das Sete Mulheres", gravada numa charqueada na zona rural.

A vocação econômica de Pelotas é o agronegócio e o comércio. Neste último segmento, há grande representatividade de árabes oriundos principalmente do Líbano (conhecidos erroneamente como turcos) e mais alguns estrangeiros.

Setor primário - A região de Pelotas é a maior produtora de pêssego para a indústria de conservas do país, além de produzir outros produtos como aspargo, pepino, figo e morango. O município também é grande produtor de arroz e rebanho bovino de corte. Pelotas também possui a maior produção de leite do estado.

Setor secundário - Em Pelotas há a presença de indústrias ligadas ao setor de agronegócios, têxtil, curtimento de couro e panificação. Reflorestamento para produção de papel e celulose tem sido uma atividade econômica emergente em toda a região.

Setor terciário - O município é grande centro comercial na região, atraindo compradores de toda a região para as suas galerias e lojas localizadas no calçadão e bairros.

Em Pelotas constituiu-se a CTMR - Companhia Telefônica Melhoramento e Resistência, cujo nome deriva da resistência de líderes pelotenses aos maus serviços que eram prestados pela antiga Companhia Telefônica Nacional, antiga operadora no Rio Grande do Sul. A CTMR passou a fazer parte, mais tarde, do sistema Telebrás, distinguindo-se pelos altos níveis de qualidade dos serviços prestados, e foi posteriormente absorvida pela Brasil Telecom.

Pelotas também possui o SANEP (Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas), uma autarquia responsável pela captação, tratamento e distribuição de água potável, coleta e destinação do lixo e coleta e tratamento de esgotos sanitários e pela drenagem urbana. Constitui uma situação única no estado, já que os demais municípios do Rio Grande do Sul recebem serviços de saneamento de uma única empresa estadual, denominada CORSAN. O município conta com três estações de tratamento de água: a ETA Santa Bárbara, que alimenta a rede de distribuição com 40 milhões de litros por dia; a ETA Sinnott, que é abastecida pelos arroios Pelotas e Quilombo e lança 36 milhões de litros no sistema,diariamente; e a ETA do Arroio Moreira, que contribui com sete milhões de litros; data de 1874 e, com ela, teve início o abastecimento de água tratada em Pelotas, na época com 15 mil habitantes.

Na cidade, a distribuição de energia elétrica é realizada pela empresa estadual CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica).

Também há o Laranjal Parque Hotel, um empreendimento que comprova o empreendedorismo de uma parcela do empresariado pelotense. Situado próximo da Praia do Laranjal, no seu parque apresentou-se, em 28 de março de 1998, a soprano espanhola Montserrat Caballé.

Com a mistura étnica que caracteriza Pelotas, não é surpreendente que seja um rico centro cultural e político, sendo conhecida como a Atenas Rio-Grandense.
Berço e morada de inúmeras personalidades da cultura nacional, como do escritor regionalista João Simões Lopes Neto (1865 - 1916), autor de Cancioneiro Guasca (1910), Contos Gauchescos (1912) e Lendas do Sul (1913), de Hipólito José da Costa - patrono da imprensa no Brasil, e do pintor Leopoldo Gotuzzo, cujos trabalhos ultrapassaram as fronteiras de Pelotas conquistando prêmios e exposições até na Europa, e o já citado Antônio Caringi (1905 - 1981), escultor pelotense reconhecido internacionalmente, e do senador Joaquim Augusto de Assumpção, fundador do Banco Pelotense.

Atualmente, o Centro Cultural Adail Bento Costa funciona, também, como a sede da Secretaria Municipal de Cultura, contando com duas salas de exposições (Inah d'Ávila Costa e Antônio Caringi) além do Bistrô, utilizado para eventos em geral. O prédio faz parte do patrimônio tombado pelo IPHAN e fica localizado à Praça Coronel Pedro Osório, 02.

Município médio

O município tem uma área de 2.205 km2. Considerando-se a extensão dos maiores municípios gaúchos: cerca de 7 mil km2 e dos menores: apenas 700 km2, conclui-se que Pelotas é um município de tamanho médio. A sua extensão relativamente grande relaciona-se muito com a localização do município na metade sul do Estado, zona de pecuária e lavoura extensiva e, por isso, pouco povoada e pouco dividida sob o ponto de vista político-administrativo.

Pelotas está situada na Zona Temperada do Sul, ficando distante do Equador 32 graus, tendo, portanto, 31º 46′ 55″ de latitude sul. Por isso, os raios do sol chegam mais ou menos inclinados, durante o ano e, conseqüentemente, os dias são curtos no inverno e longos no verão.

Quanto à longitude, Pelotas encontra-se a 52º 20′ 54″ a ocidente do Meridiano Principal. Uma conseqüência é que nossos relógios marcam três horas menos do que os da Inglaterra. Além disso, quando aqui é meio-dia, no Japão, que se encontra a 140º de longitude, é meia-noite.

Localização do Município

Um dos fatos fundamentais da geografia de Pelotas é que o município está localizado na região fisiográfica denominada “Encosta do Sudeste”, da qual fazem parte os municípios de Tapes, Camaquã, São Lourenço do Sul, Capão do Leão, Pedro Osório, Arroio Grande, Morro Redondo, Arroio do Padre e Jaguarão.

Realmente o município se estende das mais baixas ondulações da encosta oriental da Serra dos Tapes até a planície sedimentar da margem ocidental do Canal São Gonçalo.

Portanto, Pelotas, sob o ponto de vista físico, encontra-se em uma encosta, e essa localização teve conseqüência muito importante, pois determinou a existência, no município, de duas grandes paisagens naturais e humanas distintas: a paisagem “serrana”, mais elevada e ondulada, correspondente à policultura e à colonização alemã, e a paisagem de planície baixa e plana, que corresponde à pecuária e à orizicultura e de composição étnica variada.

A cidade de Pelotas localiza-se numa planície muito baixa. Nas suas partes mais elevadas – os “terraços”- encontra-se o centro urbano tradicional e as principais avenidas dos bairros Areal, Três Vendas e Fragata; é aí que se encontra a maioria da população. As áreas mais baixas – as “várzeas” – são menos povoadas, inclusive porque chegam a sofrer inundações.

Pode-se, assim, observar que as diferenças de nível, na planície, influíram muito na distribuição espacial da população e, portanto, na direção do crescimento da cidade.

Hidrografia

Pelotas, com posição hidrográfica muito favorável está situada às margens do Canal São Gonçalo, que liga as duas maiores lagoas do Brasil: Patos e Mirim. Graças a isso, o município dispõe, nas suas proximidades, de grandes mananciais de água doce. As lagoas e o canal são importantes recursos hídricos e, ainda, asseguram a perenidade de abastecimento de água à população e às indústrias.

Paisagem que se transforma

Pelotas está localizada em relevo de baixa encosta, apresentando, por isso, uma zona alta e acidentada e outra baixa e plana; essa característica de localização é resultado do seu passado geológico, começado há bilhões de anos.

Sabe-se, por exemplo, que a zona de planície do município formou-se devido, em grande parte, ao depósito de rochas tanto pelos rios como pelo mar, o qual cobriu toda esta região várias vezes. Alem disso, os atuais morros do relevo do município já foram altos e pontiagudos, tendo, depois, ficado baixos e arredondados em conseqüência da erosão produzida pelas águas correntes durante bilhões de anos.

A paisagem natural de Pelotas, como a de toda a Terra, é dinâmica e, por isso, em constante transformação; assim, continuam os processos de erosão e de sedimentação da planície.

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000, Pelotas tinha 320.471 habitantes. A população feminina é de 168.599 e a masculina de 151.872.

Temperatura, chuva e vento

A temperatura média anual, em Pelotas, é de 17,6 graus. O mês mais frio é julho e o mais quente, janeiro. A amplitude anual é relativamente baixa – 10,6 graus – pois a média de julho é de 12,4 graus e a de janeiro 23 qraus.

A média anual de chuvas é de 1.249 milímetros. Pelotas está situada na zona menos chuvosa do Estado, que é o litoral. Chove mais no inverno e primavera e menos no outono e verão, mas a diferença não é muito grande.

Predominam, no município, os ventos do quadrante leste, principalmente os do nordeste; são ventos úmidos, porque vêm do Oceano Atlântico. No inverno e no outono sopram, com freqüência, ventos do sul e do oeste, que são frios; quando vêm do sul, são úmidos; vindos do oeste são secos.

A economia

A economia de Pelotas tem sustentação na atividade primária, sendo o maior produtor de pêssego para a indústria de conservas do País, além de outros produtos como feijão, milho, soja, batata inglesa, cebola e fumo.

O município responde por 28% da produção de arroz do Estado, 10% da produção de grãos, 16% de todo o rebanho bovino de corte e detém uma das maiores bacias leiteiras do Estado com produção de 30 milhões de litros/ano, alem de possuir expressiva criação de cavalos e ovelhas (28% do rebanho eqüino e 30% da produção de lãs).

Pelotas conta com dois Centros de Pesquisas Agropecuária de Clima Temperado -, Embrapa. Na atividade secundária, Pelotas destaca-se por possuir o maior parque agroindustrial de conservas alimentícias do País, e a maior capacidade de abate de bovinos, através de grandes frigoríficos exportadores de “Cota Hilton” e, conseqüentemente, a maior capacidade instalada de frigorificação do Estado. O segundo beneficiador de peles e couros e possui 36 engenhos de beneficiamento de arroz (maior beneficiador de arroz do Brasil, com 689.622 toneladas, em 1996). Tem ainda um importante segmento metalmecânico e construção civil, competitivos, e com enorme potencial de crescimento.

Pelotas possui, também, um Pólo Cerâmico bastante dinâmico, que produção cerâmica de alta qualidade.

No Setor Terciário, destacam-se o turismo e o comércio, com mais de 4.400 estabelecimentos comerciais (varejista e atacadista), serviços bancários com 38 agências dos principais bancos, além de seguradoras, casas de câmbio, cerca de 26 empresas de transportes. Todas as atividades englobam um PIB de aproximadamente US$ 1.050 milhões/ano. Nesse montante não está considerada economia informal, estimada em 30% do PIB.

Pelotas dispõe de condições excepcionais para a implantação de grandes empresas, a começar pela área, já que dispõe de terrenos com cerca de 400 a 500 hectares. poderá dispor de terminal portuário privado, particular e com armazéns alfandegados. some-se aos aspectos acima, as condições excepcionais para captar água, quer tratada ou bruta, praticamente em quantidades ilimitadas.

A infra-estrutura de segurança pública é bastante significativa por ser Pelotas um centro concentrador de fluxos econômicos e sociais do extremo sul do Estado. No turismo, Pelotas é o berço da história industrial, comercial e cultural rio-grandense, além de ser bastante privilegiada em riquezas naturais que lhe dão enormes possibilidades de investimentos, principalmente em turismo cultural e ecológico, segmentos que mais crescem em todo o mundo.

Pelotas apresenta condições atuais, bastante competitivas, tanto no setor primário como secundário e terciário. No setor secundário o futuro empreendimento, caso seja necessário, poderá ser implantado em um terminal retro-portuário privativo e alfandegado, sem maresia, dotado de energia elétrica própria, ou interligado ao sistema nacional, dotado de telefonia moderna, infra-estrutura de transporte marítimo transoceânico, com ferrovia e rodovia, além de condições socioeconômicas bem acima da media brasileira, será comparável com as instaladas no primeiro mundo.

Fonte:
https://vivaosanta.wordpress.com
http://www.docesdepelotas.org.br
http://www.encontrapelotas.com.br
http://www.juraemprosaeverso.com.br

Conheça outras cidade na Seção Cidades Riograndenses AQUI

sábado, 12 de agosto de 2017

Cidades Riograndenses - Caxias do Sul

Buenas gauchada, dando continuidade na coluna Cidades Riograndenses, trago Caxias do Sul, cidade que vivo atualmente.

A história de Caxias do Sul, a maior cidade do interior do Rio Grande do Sul, começa quando a região era percorrida por tropeiros, ocupada por índios e chamada Campo dos Bugres.
Em 1875, chegaram os primeiros imigrantes italianos em busca de um lugar melhor para viver que eram camponeses da região do Vêneto (Ítalia).
Embora o povoamento efetivo da região fosse iniciado em 1876, já dois séculos antes os jesuítas tinham tentado cristianizar esta zona. Por vários motivos as reduções fracassaram e os índios continuaram sua vida seminômade, daí o nome original de Campo dos Bugres, porque encontraram ali vestígios de antigo acampamento.
Já os imigrantes primeiramente se localizaram em Nova Milano e com a sua chegada os índios ficaram desalojados. No começo de tudo foi bastante dificil para os imigrantes, pois, se tratava de uma região de mata fechada. Em 1877, a colõnia do Campo dos Bugres passa a se chamar Colônia de Caxias, homenagem a Duque de Caxias. No entanto, com bastante celeridade o mato foi aberto e as primeiras lavouras e criações começaram a dar fruto.
Em 1884 a colônia foi anexada ao Município de São Sebastião do Caí. A origem da indústria Caxiense deu-se em 1895 com a atuação de um jovem italiano, com apenas 16 anos. Abramo Eberle inicia com uma pequena funilaria.

Em 1890, com Ato nº 257 de 20 de junho o comércio já florescia e as indústrias começavam a se multiplicar, e o primitivo povoado, na época distrito de São Sebastião do Caí, já dava mostras de pujança suficiente para ser emancipado, tornando-se uma vila governada por uma Junta provisória, e logo por um Conselho Municipal e uma Intendência. As primeiras décadas do novo município foram turbulentas. Os grupos de colonos procediam de várias regiões da Itália, alguns até de outros países, e tinham visões de mundo e interesses muitas vezes conflitantes. Ao mesmo tempo, o contexto político estadual era agitado por constantes disputas ideológicas e partidárias, que repercutiam na zona colonial. Ocorreram muitos episódios de violência e desentendimento, e a estrutura de poder se revelou instável. No meio das disparidades, a religião católica, comum a todos, revelou-se um poderoso elemento aglutinante, através do qual convergiram as diferentes correntes para o atingimento de propósitos coletivos, adquirindo a Igreja uma grande influência nos destinos da cidade por muitas décadas à frente.

Devido ao grande desenvolvimento em 1910, recebeu ligação por via férrea e a sede foi elevada à categoria de cidade. Caxias do Sul recebeu três títulos pelo destaque que vem tendo em nosso Estado. Capital do Planalto, Metrópole do Vinho e Pérola das Colônias, o último é o que se tornou mais popular. Através da Uva e do Vinho, que Caxias se notabilizou, sendo o berço do turismo do Estado quando, em 1931, lançava a maior festa do sul: a Festa da Uva. Vinhos, uvas, frio e neve, aliados ao clima europeu destas montanhas.

No início do século XX a sociedade já se havia estruturado, as dificuldades iniciais tocantes à sobrevivência haviam sido superadas, e começava a se formar um sólido corpo cultural através da atividade de artistas, intelectuais, jornalistas e outros agentes, surgem cinemas e já se ouvem na cidade óperas e concertos sinfônicos. São fundados vários clubes sociais, recreativos e esportivos, o ensino se aprimora, o núcleo urbano cresce rapidamente e é embelezado por monumentos e edificações de estilo, a infra-estrutura urbana ganha corpo, a indústria e comércio estão solidamente alicerçados em uma rede de cooperativas e associações, e a zona rural desenvolve grande produtividade, começando uma fase de importantes exportações de uma variedade de produtos in natura e beneficiados. No âmbito político a disputas continuam, embora as crises sejam menos frequentes e menos dramáticas. O resultado deste período é a formação de uma cultura local diferenciada e original, num amálgama de elementos italianos e brasileiros, onde a consciência de uma herança da antiga civilização italiana e o progresso conquistado se tornam motivo de orgulho e autoafirmação.

Com a instauração do Estado Novo o governo federal impõe um rápido abrasileiramento da região e começa um processo de repressão e supressão dos indícios da italianidade. O desenraizamento cultural compulsório gerou uma profunda crise de identidade para os locais, que só começaria a ser superada na década de 1950.
Apartir daí, o mundo colonial ficara para trás. O crescimento da cidade começava a atrair migrantes da zona rural e de outras partes do estado em buscas de novas oportunidades, e ao mesmo tempo começam a surgir os problemas típicos das cidades grandes, com uma forte estratificação social e desigualdade de renda, e o Poder Público começava a ter dificuldade de atender as demandas que se multiplicavam com crescente rapidez em termos de habitação, saneamento, educação, saúde e outros. Desde então o ritmo do crescimento só acelerou, com seus aspectos positivos e negativos, e sua população, com um contínuo afluxo de grandes grupos de origens diversificadas, se tornou altamente heterogênea, deixando os descendentes dos italianos em minoria.

Neste ponto Caxias já se tornara uma das cidades mais importantes do estado, com uma economia forte e diversificada e uma cultura em franco alargamento.
Ao lado do lastro cultural itálico, a garra e a determinação herdadas dos imigrantes são a marca do povo caxiense. A ele foi erguido, em 1954, o Monumento Nacional ao Imigrante, na cidade da Festa da Uva. “Somos uma nação de nações. É justo que se erguesse aqui esse marco memorável”, disse na ocasião da inauguração, o presidente Getúlio Vargas.

 Na zona rural instala-se a agricultura de subsistência que se concentra na produção de uva, trigo e milho, começando a industrialização em nível doméstico. Todo o excedente era comercializado. No início, a uva e o trigo. Em 1976, é criada a Universidade de Caxias do Sul, núcleo da cultura sistematizada.

Vários ciclos econômicos marcaram a evolução de Caxias do Sul ao longo destes séculos: do cultivo da uva e do vinho ao segundo polo metalmecânico do Brasil. Junto com os imigrantes, outras etnias partilharam desse caminho. Aconteceram a miscigenação e a aculturação.

 Hoje Caxias do Sul tem mais de 470 mil habitantes, e é uma das grandes cidades brasileiras e muito do seu passado se perdeu pela dissolução de antigas tradições, pela demolição da maior parte do seu acervo arquitetônico primitivo, pelo cosmopolitismo que hoje impera, mas um grande grupo de pesquisadores se empenha em estudar a história local e preservar o que ainda resta de testemunhos materiais e imateriais desta história, e as instituições oficiais começam a perceber a importância de resgatar a memória coletiva através de museus, arquivos, tombamentos e fomento de atividades culturais que revisitam o passado e tentam integrá-lo ao presente.

Além da cultura italiana, a cultura gaúcha ganha cada vez mais força e hoje Caxias do Sul é a cidade com o maior número de CTG's do mundo.

Três municípios emanciparam-se das terras de Caxias: Flores da Cunha, Farroupilha e São Marcos.

Confira abaixo demais posts sobre Caxias do Sul aqui no Blog Entrevero Xucro.

Retratos do Rio Grande - São Jorge da Mulada (Caxias do Sul)

Retratos do Interior

Retratos do Rio Grande - Criúva

Retratos do Rio Grande  - Caxias Interior

Confira aqui Cidades Riograndenses - Pinheiro Machado.

Fonte: Prefeitura Municipal de Caxias do Sul

domingo, 2 de julho de 2017

Cidades Rio Grandenses - Pinheiro Machado

Buenas gauchada, hoje vamos começar a trazer a histórias de cidades do Rio Grande do Sul, focando em histórias e dados econômicos e culturais do município. Toda a informação contida aqui será extraída nos sites dos municípios. Começaremos pela terra que cresci, Pinheiro Machado a eterna Cacimbinhas.

Pinheiro Machado, é uma cidade localizada no extremo sul do Brasil, na região da campanha, entre as Serras das Asperezas, Serra do Passarinho e Serra do Velleda.

Sua povoação começou cerca de 1775, com Rafael Pinto Bandeira, militar, que teve destacada atuação na retomada pelas armas, dos territórios missioneiros para a Colônia Portuguesa, que foi o  primeiro colonizador branco e também o primeiro gaúcho a assumir o governo do Rio Grande do Sul.
E em 1787 o segundo a possuir terras em Cacimbinhas foi o cabo de Rafael Pinto Bandeira, José Maria Rodrigues, que tinha a alcunha de Corrupiu. Ele recebeu uma doação de terras do brigadeiro, pertencentes ao município de Cacimbinhas. Segundo consta no registro geral de sesmarias da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, (arquivos na cidade de Rio Grande. – livros 7 e 8) os primeiros açorianos a receberem sesmarias nesta coxilha chamada”Coxilha do Veleda, foram Thomas Antônio de Oliveira (nico) e José Dutra de Andrade, no ano de 1790.

Durante o período de guerras e tratados, entre eles o de Madri (1750) houveram várias demarcações de terras na região, porém, esta ficou com as fronteiras definidas justamente próxima a região que hoje é a cidade.
Estas divisas vinham da Coxilha Grande em Herval do Sul, passando pelo Cerro da Guarda em Pedras Altas, seguindo pela Coxilha da Tuna e pela Serra do Veleda, indo passar no local histórico deste município denominado “Guarda Velha”, nas proximidades da Br 293, dali rumando pelos divisores de água até o Cerro do Baú, ainda neste município, e pelo divisor de águas vai a Serra de Santa Tecla, no município de Bagé. Nesse ponto foram embargadas as demarcações pelas forças missioneiras e pelos índios Guaranis, chefiados pelo Cacique Sepé Tiarajú, no histórico Forte de Santa Tecla. Essa demarcação só teve prosseguimento depois da morte de Sepé e a total destruição do Forte.
Como se pode observar este território, hoje município de Pinheiro Machado, já em 1750, tinha sua história ligada à história do Rio Grande do Sul.

Pinheiro Machado é um dos municípios mais antigos do Rio Grande do Sul. Até 1830, pertencia ao município de Rio Grande. Depois passou a integrar o município de Piratini, desmenbrando-se em 24 de fevereiro de 1879, sob a denominação de Nossa Senhora da Luz das Cacimbinhas.
Antigamente as mercadorias eram transportadas em carretas puxadas a bois, que seguiam os divisores de águas naturais, muitas trilhas eram abertas, picadas para facilitar a passagem, encurtando o caminho e até desviando algum terreno de difícil acesso.
Nessa época os carreteiros, faziam seus pontos de descanso e pouso naqueles lugares onde havia água, cacimbas naturais, daí nasceu um pequeno agrupamento social, que passou a ser conhecido como Cacimbinhas. Dizem que um dos pontos em que os carreteiros paravam para descansar era o local que atualmente se encontra a praça da cidade. Das trilhas dos viajantes originou-se a avenida que chega ao cemitério.
A primeira igreja foi à capela Nossa Senhora da Luz das Cacimbinhas.
Segundo a lenda Dutra de Andrade que teria perdido a visão e feito uma promessa de que se recuperasse a mesma ao lavar os olhos nas águas das cacimbinhas, mandaria construir uma capela em honra de Nossa Senhora da Luz das Cacimbinhas, o milagre aconteceu e a capela foi construída. A igreja foi construída em terreno doado por Dutra de Andrade, em 10 de abril de 1851, que por lei nº215, 10 de novembro de 1851 (apêndice nº1) foi criada a capela Curato com invocação de Nossa Senhora da Luz, na Coxilha do Veleda.

Em 1857, o município foi elevado à freguesia e em 1878 ocorreu à emancipação. As pessoas que trabalharam na emancipação fora: Florentino Bueno e Silva, José Maria Pinto, João Cândido da Rosa (fazendeiros) José Virgílio Goulart (militar) e o Dr Saturnino Arruda (deputado).
O município de Cacimbinhas teve seu nome mudado para Pinheiro Machado no governo do Intendente Provisório Dr.Ney Lima Costa quando o Senador José Gomes Pinheiro Machado foi assassinado no Rio de Janeiro, por Francisco Manso de Paiva Coimbra, que era um morador da região de Cacimbinhas. A mudança não foi aceita pela população, que se rebelou conta o Intendente que teve que deixar a cidade.

Depois de doadas as terras, por Nico e Dutra, e definida a avenida das tropas, foi iniciado um traçado xadrez. Com a evolução desse traçado, o caminho das tropas foi deslocado à periferia da cidade.
De 1880 a 1915, aproximadamente, ocorreu à instalação de inúmeros órgãos públicos que deram base à estrutura administrativa da cidade.
A partir de 1916, com o início do fornecimento de energia elétrica, verificou-se um notável desenvolvimento social. Nesse período foram fundados clubes sociais, associação rural e instalado um banco.
Em 1934, foi incorporada pelo município uma faixa de terra de 520m que se encontrava em poder de Piratini.
Com a elevação à categoria de cidade, em 1938, Pinheiro Machado, a partir desse ano, viveu o auge do seu comércio, onde se instalaram bancos, clubes sociais, escolas, o hospital, a biblioteca pública e foi feito o plano diretor da cidade.
Na década de 60, com a implantação da Br, todo movimento de mercadorias acaba sendo feito às margens da cidade, tirando sua participação no fluxo das mesmas.
Por volta de 1970, o homem rural perde seu espaço no campo para a mecanização e começa a crise financeira da cidade. Nessa mesma década iniciam-se os loteamentos populares com finalidade social.

A economia do município é baseada principalmente na agricultura, pecuária, extração de pedras para exportação, pedras de revestimento e produção de cimento. Outro grande destaque é a viticultura que, devido à característica do clima das Serras de Sudeste, favorece a elaboração de vinhos finos de alta qualidade. Começa-se a se desenvolver o cultivo de oliveiras. Durante muitos anos teve seu forte na criação de ovinos, onde criou-se a Feovelha (Feira e Festa Nacional da Ovelha) e ficou conhecida como a Terra da Ovelha, que hoje já não há grande representação devido as crises que afetaram o setor, porém, a feira segue até hoje com grande importância no cenário regional.

Em paralelo a Feovelha, também, ocorria o festival nativista COMPARSA DA CANÇÃO, que por opção do poder público não está sendo realizado nos últimos anos.

Quanto ao comércio, Pinheiro Machado possui aproximadamente 380 estabelecimentos.
Também é digna de destaque a grande quantidade de calcário, considerado de excelente qualidade.

A população total do município é de 12.780 de habitantes, dos quais 6.381 são homens e 6.399 são mulheres, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2010).
Sua Área é de 2.249,55 km² representando 0.8286% do Estado, 0.3953% da Região Sul do País e 0.0262% de todo o território brasileiro.
Seu IDH é de 0.661, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2010).
PIB per capita a preços correntes: R$ 14.642,99 (IBGE)
A altitude da sede fica a cerca de 439 m acima do nível do mar e está localizada a 342 km da capital via terrestre.

Confira também um pouco de Pinheiro Machado na nossa seção Retratos do Rio Grande.

Abaixo segue uma lista de governantes de Pinheiro Machado, entre intendentes e prefeitos:

Intendentes

1894 - João Pereira Madruga
1896 - Bernardo Dias de Castro
1900 - Gervásio dos Santos Tavares
1904 - José Angelino Goulart
1911 - Silvano Dias Corrêa Abril
1912 - João Maria Barbosa
1915 - Ney Lima da Costa
1915 - José Cavalheiro do Amaral
1916 - Avelino Machado Borges
1917 - José da Silva Job
1918 - Miguel Duprat Bandeira
1920 - Mário Simões Lopes
1924 - Hipólito Ribeiro Júnior
1928 - Galdino Bueno e Silva

Prefeitos

1932 - Álvaro de Ávila Escobar
1935 - José Rato da Silveira
1943 - Euclides Fernandes da Costa
1944 - João Pedro dos Santos
1946 - Alcides Palma Pereira
1947 - Victor Bachieri
1949 - José da Cunha Ratto
1951 - Rui da Cunha Ratto
1954 - Fernando Rodrigues Barbosa
1955 - Irineu Riett Correia
1960 - Mozart Guterres
1962 - Amintas Luis Dutra
1963 - Nadir de Ávila Ferreira
1964 - Avelino de Assis Brasil
1966 - Laudelino Cunha de Moura
1973 - Justino de León Garcia
1975 - Álvaro Ratto de Souza
1977 - Laudelino Cunha de Moura
1983 - Humberto Mello Dias
1988 - Laudelino Cunha de Moura
1993 - Humberto Mello Dias
1997 - Carlos Ernesto Betiollo
2005 - José Felipe da Feira
2009 - Luis Fernando Leivas - Cassado, até 2012 assumiu o vice José Antônio Duarte Rosa.
2013 - José Felipe da Feira
2017 - José Antônio Duarte Rosa

Brasão da cidade de Pinheiro Machado
Brasão do Município

Bandeira da cidade de Pinheiro Machado
Bandeira


Fonte: 

terça-feira, 1 de novembro de 2016

172 anos da Batalha dos Porongos

Em novembro terá um dia em especial para ser tristemente lembrado da Revolução Farroupilha, dia 14 de novembro é o dia que marca a Batalha dos Porongos, ou Massacre dos Porongos como é dito por muitos, o que é certo é que neste dia será dedicado a lembrança de negros guerreiros que pelearam junto com o farroupilhas e acabaram massacrados na madrugada de 14 de novembro de 1844, se foi traição, quem poderá nos afirmar, o que é certo é que muitas vidas foram ceifadas naquela fatídica madrugada.
Alguns historiadores já confirmam que foi um pacto entre Canabarro e Caxias, ou seja, traição de um general que por muito tempo foi tido como herói.

Abaixo um texto extraído do Jornal Diário Popular de Pelotas que conta um pouco da trágica batalha.
Porongos: surpresa ou massacre?

O Cerro dos Porongos é um lugar pálido em setembro, quando os campos estão desbotados pelo inverno e o gado está espalhado, dividido em pequenos grupos nos poucos lugares onde o pasto surge mais úmido. Do alto da colina é possível enxergar os campos que se estendem até onde a vista alcança. Na madrugada de 14 de novembro de 1844, entretanto, a sentinela das tropas farrapas não percebeu o avanço da cavalaria do coronel Francisco Pedro de Abreu, o Moringue. Antes que a manhã acabasse, o acampamento havia sido dizimado e os corpos de cem farrapos - 80 deles integrantes do 1º Corpo de Lanceiros Negros - recobriam o cerro e os campos a sua volta.
O combate de Porongos é, talvez, a história mais controversa de toda a Revolução Farroupilha. Até hoje historiadores e pesquisadores tentam responder se houve ou não traição nas coxilhas de Pinheiro Machado. O grupo que defende a tese da não-traição refere-se ao episódio como “A Surpresa de Porongos”. Enquanto os que acreditam que o general David Canabarro entregou intencionalmente seus lanceiros às espadas de Moringue, chamam o combate de “O Massacre de Porongos”.
“O fator surpresa é um princípio de guerra e nele não há chance de reação e foi o que houve. Canabarro foi vítima de uma intriga, que acabou passando como verdade para a história”, defende Cláudio Moreira Bento, historiador e coronel reformado do Exército Brasileiro, autor de 70 livros, a maior parte deles sobre história militar.
Para o professor José Plínio Fachel, coordenador do curso de História da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), os números da batalha - cem farrapos mortos, nenhum imperial morto ou ferido - servem como a sombria confirmação sobre o que aconteceu. “Todos os documentos e o desenrolar da batalha fazem com que a historiografia atual seja praticamente consensual sobre o conluio da minoria farrapa com os imperiais. O tempo é amigo da verdade e, hoje, o que era negado passa a ser aceito pela história oficial.”
Dois campos para a mesma batalha
As controvérsias em torno de Porongos cercam até mesmo o lugar onde o combate foi travado. Hoje, dois marcos - um do Movimento Tradicionalista Gaúcho e outro do Movimento Negro - distantes mais de um quilômetro um do outro indicam locais diferentes para o episódio. E, conforme o pesquisador Artêmio Vaz Coelho, 56 anos, os dois estão errados. “Acredito que o alto de uma coxilha não seja o local mais apropriado para se montar um acampamento de guerrilheiros”, justifica.
O trabalho como agrônomo agrimensor possibilitou a Coelho percorrer uma infinidade de propriedades da região e de seus proprietários ouviu uma série de relatos sobre Porongos. Com base nestas histórias defende que o acampamento das tropas farroupilhas naquele final de primavera em novembro estava atrás dos cerros onde estão fincados os marcos.
O local apontado por Coelho é uma estreita e extensa clareira protegida pelo mato entrecortado por uma sanga de águas cristalinas. Ali, as coronilhas, murtas e caneleiras formam uma uma espécie de cúpula tornando possível esconder homens e cavalos tanto à noite como durante o dia.

Depois de ter resgatado a história do combate e dos lanceiros negros, Coelho quer ver resolvida a polêmica em torno do local onde ocorreu o massacre ou a surpresa de Porongos, pois assim acredita estar contribuindo para revisar uma das histórias mais polêmicas do Rio Grande do Sul. “A gente não sabe por que está no mundo, pode ser que daqui há uns dez anos a gente possa ver este assunto esclarecido, não é mesmo?”
O COMBATE
COMANDANTES: Bento Gonçalves (F) x Soares Paiva (I)
Farroupilhas- Imperiais
Mortos 100 - -
Feridos - - 4
Prisioneiros - - -
A preservação de uma história sem fim
Foi em uma barbearia no centro de Pinheiro Machado, que a história dos lanceiros negros começou a ser resgatada em 1996, ou seja, 152 anos depois do combate. Naquele dia de inverno um amigo pediu a Artêmio Coelho uma sugestão para inovar no desfile de 20 de Setembro. “Falei sobre a infantaria negra de Canabarro e por mais impressionante que seja, por aqui ninguém lembrava de ter ouvido falar”, conta. Coelho atribui o desconhecimento ao fato da Revolução Federalista (1893) ter apagado as lembranças coletivas sobre a Guerra dos Farrapos. “A Federalista marcou esta gente, que sofreu muito naquele período”, justifica.
A partir daquele dia, o agrônomo converteu-se em pesquisador e passou a buscar todo o tipo de informação sobre os lanceiros, descritos assim por Giuseppe Garibaldi em suas memórias redigidas por Alexandre Dumas: “Suas lanças, seus rostos pretos como azeviche, seus robustos membros e sua perfeita disciplina tornara-os o terror dos inimigos”.
Meses depois, a comunidade da pequena cidade do sul do estado assistia ao inédito desfile de uma tropa de infantaria negra, orgulhosamente vestida com réplicas dos uniformes da época. À frente deles, Coelho seguia fazendo as vezes do tenente-coronel Joaquim Teixeira Nunes. “Enquanto seguíamos para a avenida do desfile, um cidadão que nos viu passando, chegou a parar o carro e tirar o chapéu em sinal de respeito. Acho que ele pensou que era uma tropa oficial”, orgulha-se.
Memória e tradição
O resgate da história do combate Porongos colocou o município na rota do turismo cultural do estado, que deverá ganhar um novo fôlego a partir da inauguração do memorial financiado pela Fundação Palmares, que já adquiriu a área em torno do local onde está fixado o marco do Movimento Negro. A idéia é transformar os campos que serviram de mortalha aos lanceiros em local de lazer e possibilitar a realização de escavações arqueológicas com o objetivo de trazer, literalmente, à tona o restos sepultados do combate que se transformou primeiro em massacre e depois em lenda. 

sábado, 3 de janeiro de 2015

Retrospectiva Blog - 10 mais acessadas.

Buenas indiada, hoje tem a retrospectiva das postagens mais acessadas de 2014, confiram e leiam, pois, o link está no titulo da mesma. Notem que na 10° e 9° posição houve um empate.

10° - Onde estão os verdadeiros gaúchos? Um artigo sobre como esta sendo tratada a tradição hoje em dia.

10° - O Reino da Demagogia - Um artigo, que foi mais um desabafo com a falta de carater do povo.

9° - A seção Retratos do Rio Grande - Mostro fotos do interior de Caxias do Sul.

9° - Mais uma de Retratos do Rio Grande - Fotos da area externa da Arena do Grêmio.

9° - Agenda de Rodeios de Abril/Maio - O povo estava afim de ir pro rodeio.

8° - Agenda de Rodeios de Junho - Mais rodeio.

7° - Batalha dos Porongos - 170 anos - Onde reproduzi um texto do Jornal Diário Popular de Pelotas que conta um pouco o que aconteceu.

6° - Festchê na Festa da Uva - Onde trouxe as atrações do Festchê 2014 em Caxias do Sul.

5° - A seção Momento da Poesia Gaúcha - Onde trouxe um poesia de autoria própria.

4° -  26° Rodeio Nacional de Caxias do Sul - A programação do Rodeio.

3° - Outra seção do Blog Uma Breve Charla, Caxias e os Imigrantes - Seção onde falo das coisas do cotidiano na cidade e no Rio Grande, onde expresso a opinião do blog.

2° - Jairo Lambari Fernandes encerra sua carreira - Quando surgiu o boato coloquei uma seleção de músicas.

Desenhos do Artista Vasco Machado - Foi o campeão, onde em uma campereada da internet encontrei o site dele e o mesmo autorizou a coloca-los no blog.

Mil gracias amigos e acompanhem o blog em 2015.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Massacre dos Porongos - 170 anos

Hoje, marca os 170 anos da batalha histórica que ficou conhecida como o Massacre dos Porongos, onde o Corpo de Lanceiros Negros, após desarmados por Canabarro, forma dizimados em um ataque surpresa e que hoje já se tem certeza que foi uma traíção as tropas farroupilhas.

Confira um texto do mês passado, que o blog reproduziu de um jornal sobre o fato acontecido - CLIQUE AQUI.

Leia e tire suas conclusões.

Aproveite e conheça nosso dicionário campeiro

domingo, 19 de outubro de 2014

Comparsa da Canção - Um pouco de História

Começando um histórico de festivais, porém, um pouco incompleto, aceitamos a colaboração de todos para completar este acervo histórico virtual, com músicas, letra e interpretes, assim que for sendo completado, será atualizado.

Comparsa da Canção de Pinheiro Machado, é por ela que começo a falar um pouco da história dos festivais do RS, poderia falar da mãe dos festivais a Califórnia, mas, prefiro começar pela terra que me criou, a Cacimbinhas.

Tudo começou em fevereiro de 1985, mais precisamente no dia 03, tchê, parece que foi ontem, ainda tenho lampejos na memória daquela noite, que apesar de fevereiro, era frio como sempre na terrinha, se não me engano o palco foi improvisado na entrada de onde hoje é o camping.

 A primeira Comparsa da Canção constituía-se de duas linhas principais: a Linha da Ovelha, em que as composições falavam obrigatoriamente do universo da ovinocultura, e outra linha, mais abrangente.
A vencedora da primeira comparsa na Linha da Ovelha foi a composição “Tosquia”, de autoria de Dorval Dias e Osmar Carvalho e na linha geral, a composição “Campeador de estrelas” com letra e música de Norma Coronel Trindade, interpretada pelo Pinheirense Cláudio José Goulart. Nesta primeira Comparsa, muitos artistas hoje reconhecidos na música regional gaúcha fizeram sua estréia.
Era um festival essencialmente amador, com sonorização particular e não profissional. Na segunda comparsa, o festival toma ares de profissional e clama pela edição em LP, o velho disco de vinil. Nesta época, a Prefeitura Municipal se associou ao Sindicato Rural de Pinheiro Machado e, juntos, começaram a fazer da Comparsa um festival de renome.
Houve alguns anos que não aconteceu o festival, pois, a 5ª edição se deu em 1989 e a 6° já foi em 1992, porém, não sei o motivo.
Já subiram no palco da comparsa nomes como César Passarinho, Mano Lima, Os Serranos, João Chagas Leite, Rui Biriva, Dante Ledesma, Gaúcho da Fronteira, Pedro Ortaça, e inclusive as grandes vozes da música nativista de hoje. Confira as músicas:

Batalha dos Porongos - 170 anos


Em novembro terá um dia em especial para ser tristemente lembrado da Revolução Farroupilha, é o dia que marca a Batalha dos Porongos, ou como o Massacre dos Porongos como é dito por muitos, o que é certo é que neste dia será dedicado a lembrança de negros guerreiros que pelearam junto com o farroupilhas e acabaram massacrados na madrugada de 14 de novembro de 1844, se foi traição, quem poderá nos afirmar, o que é certo é que muitas vidas foram ceifadas naquela fatídica madrugada.
Alguns historiadores já confirmam que foi um pacto entre Canabarro e Caxias, ou seja, traição de um general que por muito tempo foi tido como herói.

Abaixo um texto extraído do Jornal Diário Popular de Pelotas que conta um pouco da trágica batalha.
Porongos: surpresa ou massacre?

O Cerro dos Porongos é um lugar pálido em setembro, quando os campos estão desbotados pelo inverno e o gado está espalhado, dividido em pequenos grupos nos poucos lugares onde o pasto surge mais úmido. Do alto da colina é possível enxergar os campos que se estendem até onde a vista alcança. Na madrugada de 14 de novembro de 1844, entretanto, a sentinela das tropas farrapas não percebeu o avanço da cavalaria do coronel Francisco Pedro de Abreu, o Moringue. Antes que a manhã acabasse, o acampamento havia sido dizimado e os corpos de cem farrapos - 80 deles integrantes do 1º Corpo de Lanceiros Negros - recobriam o cerro e os campos a sua volta.
O combate de Porongos é, talvez, a história mais controversa de toda a Revolução Farroupilha. Até hoje historiadores e pesquisadores tentam responder se houve ou não traição nas coxilhas de Pinheiro Machado. O grupo que defende a tese da não-traição refere-se ao episódio como “A Surpresa de Porongos”. Enquanto os que acreditam que o general David Canabarro entregou intencionalmente seus lanceiros às espadas de Moringue, chamam o combate de “O Massacre de Porongos”.
“O fator surpresa é um princípio de guerra e nele não há chance de reação e foi o que houve. Canabarro foi vítima de uma intriga, que acabou passando como verdade para a história”, defende Cláudio Moreira Bento, historiador e coronel reformado do Exército Brasileiro, autor de 70 livros, a maior parte deles sobre história militar.
Para o professor José Plínio Fachel, coordenador do curso de História da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), os números da batalha - cem farrapos mortos, nenhum imperial morto ou ferido - servem como a sombria confirmação sobre o que aconteceu. “Todos os documentos e o desenrolar da batalha fazem com que a historiografia atual seja praticamente consensual sobre o conluio da minoria farrapa com os imperiais. O tempo é amigo da verdade e, hoje, o que era negado passa a ser aceito pela história oficial.”
Dois campos para a mesma batalha
As controvérsias em torno de Porongos cercam até mesmo o lugar onde o combate foi travado. Hoje, dois marcos - um do Movimento Tradicionalista Gaúcho e outro do Movimento Negro - distantes mais de um quilômetro um do outro indicam locais diferentes para o episódio. E, conforme o pesquisador Artêmio Vaz Coelho, 56 anos, os dois estão errados. “Acredito que o alto de uma coxilha não seja o local mais apropriado para se montar um acampamento de guerrilheiros”, justifica.
O trabalho como agrônomo agrimensor possibilitou a Coelho percorrer uma infinidade de propriedades da região e de seus proprietários ouviu uma série de relatos sobre Porongos. Com base nestas histórias defende que o acampamento das tropas farroupilhas naquele final de primavera em novembro estava atrás dos cerros onde estão fincados os marcos.
O local apontado por Coelho é uma estreita e extensa clareira protegida pelo mato entrecortado por uma sanga de águas cristalinas. Ali, as coronilhas, murtas e caneleiras formam uma uma espécie de cúpula tornando possível esconder homens e cavalos tanto à noite como durante o dia.

Depois de ter resgatado a história do combate e dos lanceiros negros, Coelho quer ver resolvida a polêmica em torno do local onde ocorreu o massacre ou a surpresa de Porongos, pois assim acredita estar contribuindo para revisar uma das histórias mais polêmicas do Rio Grande do Sul. “A gente não sabe por que está no mundo, pode ser que daqui há uns dez anos a gente possa ver este assunto esclarecido, não é mesmo?”
O COMBATE
COMANDANTES: Bento Gonçalves (F) x Soares Paiva (I)
Farroupilhas- Imperiais
Mortos 100 - -
Feridos - - 4
Prisioneiros - - -
A preservação de uma história sem fim
Foi em uma barbearia no centro de Pinheiro Machado, que a história dos lanceiros negros começou a ser resgatada em 1996, ou seja, 152 anos depois do combate. Naquele dia de inverno um amigo pediu a Artêmio Coelho uma sugestão para inovar no desfile de 20 de Setembro. “Falei sobre a infantaria negra de Canabarro e por mais impressionante que seja, por aqui ninguém lembrava de ter ouvido falar”, conta. Coelho atribui o desconhecimento ao fato da Revolução Federalista (1893) ter apagado as lembranças coletivas sobre a Guerra dos Farrapos. “A Federalista marcou esta gente, que sofreu muito naquele período”, justifica.
A partir daquele dia, o agrônomo converteu-se em pesquisador e passou a buscar todo o tipo de informação sobre os lanceiros, descritos assim por Giuseppe Garibaldi em suas memórias redigidas por Alexandre Dumas: “Suas lanças, seus rostos pretos como azeviche, seus robustos membros e sua perfeita disciplina tornara-os o terror dos inimigos”.
Meses depois, a comunidade da pequena cidade do sul do estado assistia ao inédito desfile de uma tropa de infantaria negra, orgulhosamente vestida com réplicas dos uniformes da época. À frente deles, Coelho seguia fazendo as vezes do tenente-coronel Joaquim Teixeira Nunes. “Enquanto seguíamos para a avenida do desfile, um cidadão que nos viu passando, chegou a parar o carro e tirar o chapéu em sinal de respeito. Acho que ele pensou que era uma tropa oficial”, orgulha-se.
Memória e tradição
O resgate da história do combate Porongos colocou o município na rota do turismo cultural do estado, que deverá ganhar um novo fôlego a partir da inauguração do memorial financiado pela Fundação Palmares, que já adquiriu a área em torno do local onde está fixado o marco do Movimento Negro. A idéia é transformar os campos que serviram de mortalha aos lanceiros em local de lazer e possibilitar a realização de escavações arqueológicas com o objetivo de trazer, literalmente, à tona o restos sepultados do combate que se transformou primeiro em massacre e depois em lenda. 


 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

A lenda do Negrinho do Pastoreio

Como sempre levando para a internet a cultura do Rio Grande num só lugar, hoje tem a lenda do Negrinho do Pastoreio.

A lenda do Negrinho do Pastoreio é uma lenda meio cristã e meio africana. . É uma lenda muito popular no sul do Brasil e sua origem é do fim do Século XIX, no Rio Grande do Sul. Foi muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É uma lenda reconhecidamente do Rio Grande do Sul, e alguns folcloristas afirmam que a região tem uma única lenda sua, criada ao jeito local.

Conta a lenda que nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Em um dia de inverno, fazia muito frio e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros que acabara de comprar. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. Disse o estancieiro: "Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece". Aflito, o menino foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou o cavalo pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.

De volta à estância, o estancieiro, ainda mais irritado, bateu novamente no menino e o amarrou nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha. A partir disso, entre os andarilhos, tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos davam a notícia, de ter visto passar, como levada em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por um Negrinho, montado em um cavalo baio. Desde então, quando qualquer cristão perdia uma coisa, fosse qualquer coisa, pela noite o Negrinho procurava e achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar de sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o livrou do cativeiro e deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.

Quem perder coisas no campo, deve acender uma vela junto de algum mourão ou sob os ramos das árvores, para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo: "Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi...". Se ele não achar, ninguém mais acha.

Fonte: internet (folclóre gaúcho)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

20 de Setembro - Dia do Gaúcho

Tchê, exatamente há 177 anos atrás o exército farroupilha tomava a capital dispostos a lutar pelos direitos do gaúcho, à quem argumente que a história não é bem assim, que foi um movimento elitizado, que foram movidos por aspectos econômicos e outras versões que tentam deturbar os ideais farroupilhas. Já foi provado que suas intenções eram boas, claro, muitos pecaram e se deixaram levar por propostas tentadoras e acabaram traíndo seus compatriotas, porém, até hoje as pessoas falham.

Deixando de lado as facetas históricas, o que vale é o sentimento do gaúcho reaceso por jovens gaudérios que tomados pelo mais puro sentimento farroupilha e gaúcho, resolveram reafirmar a nossa cultura que estava sendo apagada pelos mesmos mandos e desmando de um império sugador brasileiro, onde reprimia as manifestações culturais gaúchas e somente gaúchas. Foi ai que em 1947, liderados por Paixão Cortes, jovens alunos do Julio de Castilhos acenderam pela primeira vez a chama crioula, e este gesto cruzou o tempo e virou o símbolo máximo de homenagem aos bravos farroupilhas que lutaram pelo idesl de libertade.

A Revolução acabou em 1845, sem que houvesse vitoriosos e vencidos, independente do que muitos falam, o que ocorreu na pacificação foi a afirmação de um pequeno exército de um estado, que se agigantou e vencendo batalhas proclamaram sua independência, lutando por quase dez anos como uma República.

A todos os Gaúchos um recado, se não goste da manifestação cultural que acontece em setembro, não se manifeste, a essa minoria que acha exagero este nosso culto ao tradicionalismo não diga que é babaquice, nem invente de falar mal de nossa patria, pois é em setembro que esta aflorado nosso sentimento farroupilha, que estamos tomados pelo sentimento de separação do império brasil, não diga que nossa pátria é ruim, repito, ao gaúcho que não gosta dessa amor ao Rio grande, que vá embora, pois aqui há vários que não são gaúchos de nascimento e entendem esse nosso comportamento.

Aos que não são gaúchos, antes de nos críticar, tentem nos entender. Aos que entendem, estamos de braços abertos a recebe-los nos festejos, aos que entendem e foram tomados pelo sentimento gaudério, pelearemos um dia contra as injustiça e desigualdade que ronda nosso pago.

20 de Setembro, que esta data sirva de um marco a todos nós, que esta união de setembro não fique restrita apenas aos galpões e ctg's, vamos manter a chama revolucionaria para defender o bem maior, a paz e a indepêndencia do nosso povo, vamos continuar de cabeça erguida, sem se afrouxar e guentar o tirão nessa estrada da lida.

A todos um grande 20 de setembro, e um grande quebra.

domingo, 26 de agosto de 2012

Abaixo Assinado

Buenas Gauchada, hoje a pouco menos de 15 dias para o inicio da celebração mais importante de todos os gaúchos, venho comunicar do abaixo-assinado organizado pela ong RSLIVRE.
Seguem 02 abaixo-assinados, um para tornar lei a obrigatoriedade do hino rio-grandense nos estádios e o outro para o tombamento do marco zero do seival onde o grande Gen. Netto, proclamou em 11 de setembro 1836 a independencia da República Riograndense.

Acessa o site no link acima, e entra em abaixo-assinado, é só escolher qual, preecher os dados e votar.

Vamos elevar e celebrar nossa identidade sul-riograndense.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

E agora?

Um dia desses, há mais ou menos uma semana, li no facebook um artigo muito interessante através do perfil do Jéfferson Pimentel, do RSLIVRE, sobre a importância e preocupação extrema do MTG com pequenas coisas, como foi o caso do concurso de prenda, uma baita discussão, por causa de dois quesitos no regulamento, enquanto isso nossa legitíma cultura regional cai no descaso da instituíção.
Concordo plenamente, ja que provas campeiras e artísticas organizadas pelo MTG, paracem um concurso a fantasia, cheio de regras e definições, concordo que haja regras, porém, é esquecido que somos gaúchos de várias regiões, não só serranos e da capital. Alguém já parou para pensar que a origem do gaúcho é predominantemente do pampa? E onde fica o pampa? Sul do RS, uruguai e leste da Argentina, não é verdade? E porque a pilcha gaúcha oficial não pode constar trajes de origem oriental, como chiripas e bombachas pampeanas e argentinas? Somos de origem pampeana, e regrar tamanho da roupa, tamanho do laço, e outras regrinhas, faça-me o favor, temos que coibir as extravagancias, pois, já se viu a proíbição de bombachas estreitas e o uso de adereço nada convencional na cultura gaúcha.
Temos que preservar nossas raízes, nossa história, concordo plenamente com o texto referido, e assim que der postarei o link aqui no blog. O texto é de Felipe Simões Pires, membro do RSLIVRE.

Há mais um excelente texto no site da ONG, escrito pelo presidente Romualdo Negreiros, no Jornal RSLIVRE do dia 04/08.

Um grande quebra a todos.

sábado, 18 de junho de 2011

Um pouco sobre o hino Rio Grandense

Um artigo sobre uma gafe do narrador Cléber Machado, no site do Movimento o sul é o meu País, traz um pouco da História do Hino do nosso estado, é com imenso orgulho que repasso a informação de um Catarinense que fala com tanto respeito e coordena um movimento tão importante para nós sulistas.

Confiram AQUI