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domingo, 23 de fevereiro de 2025

O RS e as demais culturas regionais do Brasil

Buenas gauchada, estamos aqui mais uma vez debatendo a cultura gaúcha além da fronteiras do estado. Hoje, dia 23/02/25 o Baitaca participou do programa do cantor sertanejo Daniel que é um ícone do gênero e reconhecido em qualquer cultura regional. 

A questão é: para chegar aos demais rincões e ser reconhecido, devemos reconhecer e respeitar as culturas regionais dos outros estados e dar mais valor ao que é diferente da nossa. O Daniel é um exemplo de valorização regional, mostra as raízes dele e ainda traz mais convidados para uma conversa regional sobre suas origens e tradições de onde nasceram.

Com a presença do Baitaca, certamente o programa do Daniel ganhou um pouco mais de atenção no RS, talvez levando uma audiência que normalmente não assistiria. O que particularmente acredito que deveria acontecer é o envolvimento da nossa cultura com as demais culturas e buscar ainda mais o intercâmbio de culturas, pois, o próprio Baitaca não conhecia a música do Daniel que é um dos maiores sucessos do sertanejo e como gratidão por estar ali levando nossa cultura as demais querências, o correto é por respeito e agradecimento seria acompanhar o anfitrião nas "modas" sertanejas.

Nossa cultura é rica, mas não é única no mundo, nosso país (Rio Grande do Sul) é lindo mas não é o único e não devemos nos ilhar em um mundo de ignorância achando que estamos sozinhos neste mundo globalizado que cada vez mais nossos conterrâneos têm um acesso universal ao mundo exterior. 

Se não evoluirmos e respeitar as pessoas diferentes da gente, nossa cultura cultura acabará se perdendo para os estrangeirismos e para que isso não aconteça só depende da gente, abrir nossa cultura aceitando a evolução sem se apegar a essa falsa tradição raiz que é imposta por mentes retrógradas que por maldade ou ignorância não aceitam coisas que fogem ao que não os convém. Isso vale para tudo, ditam regras sobre nossa música, nossa roupa e até no que podemos ou não falar como se o seu umbigo fosse uma verdade universal. 

Não queremos regras que me impeçam de usar uma bombacha larga demais ou estreita, não quero me seja imposto que eu tenha que falar dE e não di, não quero que imponham o que devo ouvir se é ou não tradição e música raiz  é sabem por que? Vem que eu te explico.

A bombacha, nem gaúcha é e entrou pelo Uruguai, porque uma gaúcho dentro de uma sala de uma entidade qualquer quer normalizar seu uso? Assim como o mundo, a América, o Brasil, o Rio Grande do Sul tem sua diversidade cultural devido aos imigrantes que colonizaram o estado e participam da evolução cultural, então o sotaque regional é riqueza e cada um fala do jeito de sua região e sua gente, não me venham impor regras. Na música é a mesma coisa, por que vamos condenar as vaneiras novas e bandas que deram uma nova roupagem por que não seguem o convencional dos grupos de baile já consagrados, temos espaço para todos e devemos ter orgulho da gurizada que leva a vaneira para outros rincões mesmo sem o uso da bombacha e também temos conterrâneos que ousam críticas as bandinhas, que transformaram uma tradicional reunião das comunidades alemãs em um ritmo musical regional único e nosso, o bailão. 

Como que levando em consideração tudo isso, ainda não somos capazes de romper a redoma de ignorância e se irmanar com outros povos, já que a nossa tradição é formada por imigrantes,  indígenas e forasteiros que nos fizeram único,  fortes e capazes de alcançar públicos e regiões que desconhecem nosso potencial cultural do estado e é este o motivo que estamos aqui para divulgar a nossa cultura, mas, acima de tudo apontar onde estamos errando para que sejamos fortes, aguerridos e bravos. 

sábado, 4 de janeiro de 2025

Como ficou posicionada nossa música em 2024

 Já fizemos algumas postagens por aqui mostrando o fenômeno do bailão no sul do Brasil (RS e SC), confira no post AQUI, e conferimos no site Connectmix o monitoramento das músicas em rádios e sempre nossa música figurou no top 15, e na grande maioria com as "bandinhas", grandes bandas que tocam nosso ritmo regional conhecido como Bailão.

Abaixo colocamos o posicionamento da música daqui em 2024, no link acima temos o de 2023 e um resumo até agosto.

Atualização de todo o ano de 2024

Região Sul - Rádios Comerciais

Sem artistas regionais no Top 15

Região Sul - Rádios Comunitárias

7º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
9º - Saudade da ex/Céu e Cantos e Brilha Som
10° - Do Fundo da Grota/Baitaca
14º - Guardanapo/Rainha Musical

Rio Grande do Sul - Rádios Comerciais

13º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
19° - Guardanapo/Rainha Musical (fora do top 15, mas, no top 20)

Rio Grande do Sul - Rádios Comunitárias

3° - Guardanapo/Rainha Musical
4º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
6º - Saudade da ex/Céu e Cantos e Brilha Som
10º - Do Fundo da Grota/Baitaca
12° - Uma só lajota/Cleiton Borges
17° - Ai ai ai coração/San Marino (fora do top 15, mas, no top 20)

Santa Catarina - Rádios Comerciais
Sem artistas regionais no Top 15

Santa Catarina - Rádios Comunitárias

4º - Saudade da ex/Céu e Cantos e Brilha Som
7º - Do Fundo da Grota/Baitaca
14º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma

Notamos que comparado até 17 de agosto, quando fizemos o parcial, as rádios comercias região sul não abriram espaço para o regional, ou por posicionamento cultural ou por estarem nas grandes cidades. Já a música regional sempre tem uma popularidade maior nas comunitárias, inclusive ganharam fôlego e aumentaram a participação no top.
Já na análise por estado, o RS aumentou a participação da música regional depois de agosto nas rádios comerciais e reduziu nas comunitárias, onde aí valorizamos as presenças entre os top 20.
Já em SC as rádios comerciais seguiram sem a participação regional no top 20 e aumentou nas comunitárias.

Com isso, concluímos que a cena musical regional se consolida, mantendo os mesmos números em relação a 2023, com pequena redução, onde nas comerciais no sul figurou uma e em 2024 nenhuma e nas comunitárias de SC e RS reduzindo uma e comerciais do RS um também.

Mesmo assim, com o domínio do sertanejo e a entrada de hits do exterior, nossa cultura segue firme com os ritmos regionais. Para conferir e comparar esses números acesse o link do início do artigo.

domingo, 15 de dezembro de 2024

Califórnia da Canção Nativa: Celebração da Tradição Gaúcha

A Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul é um dos festivais de música mais emblemáticos da cultura gaúcha, realizado anualmente em Uruguaiana desde sua primeira edição, em 1971. Reconhecida como o berço dos festivais nativistas, ela nasceu da necessidade de preservar e promover as tradições musicais do Rio Grande do Sul, destacando-se como um espaço de exaltação do regionalismo e da arte campeira.

A premiação, simbolizada pela Calhandra de Ouro, celebra as composições que melhor capturam a alma gaúcha por meio de letras, melodias e interpretações que dialogam com as raízes do povo do pampa. Além de incentivar novos talentos, o festival homenageia grandes nomes da música regional, consolidando seu papel como patrimônio cultural do estado.

Vencedores da 46ª Califórnia da Canção Nativa (2024):

1. Calhandra de Ouro:

Música: Recolho Versos do Campo

Letra: Gujo Teixeira

Melodia: Cristian Camargo

Intérprete: Matheus Pimentel

2. Calhandra de Prata:

Música: Os Dois Amores

Letra: Colmar Duarte

Melodia: Cleber Soares

Intérprete: Arthur Rillo

3. Calhandra de Bronze:

Música: Dos Valores da Alma

Letra: Henrique Fernandes

Melodia: Filipi Coelho

Intérprete: Filipi Coelho


Melhor Intérprete: Filipi Coelho, por O Céu das Tormentas.

Melhor Instrumentista: Leonardo Schneider, pelo acordeão em O Beijo do Pai.

Canção Mais Popular: Maria Parteira, interpretada por Su Paz.

Este festival reafirma o compromisso de manter vivas as tradições do pampa, unindo gerações em torno da música e da cultura gaúcha. A cada edição, a Califórnia da Canção Nativa celebra não apenas a arte musical, mas também o espírito coletivo que define a identidade do povo do sul.

sábado, 7 de dezembro de 2024

Teixeirinha e Gildo de Freitas: Uma amizade que atravessou a lenda da rivalidade

Recentemente, dia 04 mais precisamente, fecha mais um ano de morte desses dois grandes artistas do Rio Grande do Sul. A música regionalista gaúcha tem em sua história esses dois nomes que transcenderam as fronteiras do Rio Grande do Sul e conquistaram o Brasil: Teixeirinha e Gildo de Freitas. Estes dois ícones da cultura gaúcha, com estilos marcantes e trajetórias singulares, carregaram ao longo de suas carreiras uma relação envolta em mitos de rivalidade, mas fundamentada em respeito e amizade. Vamos relembrar suas histórias, suas contribuições para a música, e a curiosa coincidência de suas partidas.

Teixeirinha: o "Rei do Disco"

Vitor Mateus Teixeira, mais conhecido como Teixeirinha, nasceu em 3 de março de 1927, em Rolante, no Rio Grande do Sul. Ele enfrentou uma infância dura, perdendo os pais ainda criança, e encontrou na música uma forma de superar as dificuldades. Sua canção, "Coração de Luto", foi inspirada na tragédia da perda de sua mãe e tornou-se um fenômeno nacional.

Com mais de 50 milhões de discos vendidos, Teixeirinha ganhou o título de "Rei do Disco". Ele também brilhou no cinema, protagonizando filmes como Coração de Luto e Ela Tornou-se Freira. Sua habilidade em conectar-se com o povo através de suas letras simples e emotivas consolidou seu lugar como uma lenda da música regional.

Imagem da internet

Gildo de Freitas: o "Rei dos Trovadores"

Gildo de Freitas, nascido em 19 de junho de 1919, em Porto Alegre, destacou-se como um dos maiores trovadores do Rio Grande do Sul. Conhecido por suas "trovas" – forma improvisada de poesia cantada –, Gildo encantava com sua presença de palco e sua habilidade em criar versos que misturavam humor, crítica social e regionalismo.

Além de ser um exímio trovador, Gildo gravou vários discos que perpetuaram clássicos como "Prazer de Gaúcho" e "Velho Casarão". Sua persona autêntica e irreverente fazia dele uma figura carismática, que encantava multidões por onde passava.



Amizade e os mitos da rivalidade

Embora frequentemente retratados como rivais – um duelo simbólico entre o trovador improvisador e o cantor romântico –, Teixeirinha e Gildo de Freitas compartilhavam uma amizade sólida. A suposta rivalidade foi em grande parte alimentada pela mídia e pelos próprios fãs, que adoravam a ideia de um embate entre esses gigantes da música gaúcha.

Nos bastidores, a relação entre os dois era de admiração mútua. Gildo, com seu estilo espontâneo, e Teixeirinha, com sua habilidade de compor histórias emotivas, reconheciam e respeitavam o talento um do outro. Diz-se que os dois frequentemente brincavam com essa falsa rivalidade, utilizando-a como ferramenta para promover seus shows.

O adeus no mesmo dia

Em uma coincidência que parece tirada de uma canção melancólica, Teixeirinha e Gildo de Freitas faleceram no mesmo dia: 4 de dezembro, embora em anos diferentes – Gildo em 1982 e Teixeirinha em 1985. Este fato marcou profundamente os fãs e a história da música regional, como se o destino quisesse eternizar a ligação entre esses dois ícones.

Legado

Teixeirinha e Gildo de Freitas deixaram um legado imensurável para a cultura gaúcha. Suas músicas continuam sendo celebradas por novas gerações, e suas histórias, repletas de desafios, conquistas e amor à terra, permanecem vivas na memória popular.

Mais do que cantores, eles foram cronistas de um Rio Grande autêntico, que encontra em suas canções um espelho da alma do povo gaúcho. E assim, a amizade que venceram as lendas e o tempo segue inspirando e emocionando os admiradores de sua arte.

sábado, 17 de agosto de 2024

O fenômeno cultural e musical do Sul do Brasil - parte 2

 Em janeiro fizemos um artigo sobre o fenômeno das músicas do chamado estilo bailão, as populares "bandinhas" que voltaram em 2023 com fôlego renovado e e brigando forte pelo seu espaço no sul do Brasil. Na época consideramos apenas os estados do RS e SC por ser mais popular em qualquer local, inclusive nas capitais, o que dificilmente acontece no PR pela proximidade com o centro do país.

Agora que já se passaram mais de sete meses de 2024, vamos analisar o comportamento musical do sul novamente através da plataforma Connect Mix analisando apenas o top 15 e mostrando a Região SUL, RS e SC dividindo em rádios comerciais e comunitárias.

                    2023                                                                         

Região Sul - Rádios Comerciais
13º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
Região Sul - Rádios Comunitárias       
3º - Do Fundo da Grota/Baitaca
5º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
7° - Guardanapo/Rainha Musical
13º - Tá Faltando Beijos/Corpo e Alma

Rio Grande do Sul - Rádios Comerciais
4° - Guardanapo/Rainha Musical
5º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
Rio Grande do Sul - Rádios Comunitárias
1° - Guardanapo/Rainha Musical
2º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
3º - Do Fundo da Grota/Baitaca
8º - Tá Faltando Beijos/Corpo e Alma
11° - Gritos de Liberdade/Grupo Rodeio
12º - Rio Azul/Os Atuais
Santa Catarina - Rádios Comerciais

Sem artistas regionais no Top 15

Santa Catarina - Rádios Comunitárias

3º - Do Fundo da Grota/Baitaca
5º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
13º - Tá Faltando Beijos/Corpo e Alma 14° - Guardanapo/Rainha Musical

2024 - até 17 de agosto

Região Sul - Rádios Comerciais

Sem artistas regionais no Top 15

Região Sul - Rádios Comunitárias

5º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
9º - Do Fundo da Grota/Baitaca
14º - Pistoleira/Corpo e Alma

Rio Grande do Sul - Rádios Comerciais

Sem artistas regionais no Top 15

Rio Grande do Sul - Rádios Comunitárias

2° - Guardanapo/Rainha Musical
4º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
6º - Pistoleira/Corpo e Alma
8º - Do Fundo da Grota/Baitaca
9º Amando Escondido/Céu e Cantos
10° - É Fogo/Rainha Musical

Santa Catarina - Rádios Comerciais
Sem artistas regionais no Top 15

Santa Catarina - Rádios Comunitárias

4º - Do Fundo da Grota/Baitaca
13º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma

Fazendo uma análise breve notamos que houve um arrefecimento nas rádio, mas, ainda notamos a força da música regional no RS que nas rádios comunitárias mantiveram 6 músicas no top 15, já em SC reduziu pela metade. Outro ponto que ficou evidenciado é o apelo comercial da música, onde hits são enfiados ao ouvinte, notamos que nas rádio comerciais a música regional não figura, pois, as grandes redes comerciais hoje são assediadas comercialmente por ritmos de fora e que lideram nos grandes centros e o poder financeiro força essas rádios a tocarem o que não é nosso.

Já nas rádios comunitárias que a grande maioria toca o pedido do ouvinte e estão no interior do estado, a nossa música segue viva.

Seguimos aqui, lutando pela nossa cultura e estilos regional seja de onde for. Quer ver a parte 1 do estudo? Clica AQUI

terça-feira, 25 de junho de 2024

A música gaúcha

Conforme alguns estudos de historiadores no assunto, acredita-se que a música vem desde os habitantes seminômades da pampa, principalmente a payada.

Em um livro de João Cezimbra Jaques em 1883, há um registro de um major da Guerra do Paraguai que em meados de 1800 as danças vindas da Europa começaram a dominar  as classes altas do ambiente rural deixando de lado o antigo Fandango açoriano. No mesmo livro ele menciona polkas, schottisches, mazurkas e havaneras que perduram até hoje como xote e vaneira.

Apesar dos registros, músicos não eram citados. Sabe-se que a gaita entro no RS pelas fronteiras de Uruguai e Argentina após a guerra dos Paraguai e ganhou força com a chegada dos imigrantes italianos invadindo as danças acoimasse caracterizando os bailes gauchescos. 

Porém, os primeiros registros de gravações brasileiras de música gaúcha se dá em torno de 1911, após, Theodoro Hartlieb e Savério Leonetti montam duas gravadoras, a Casa Hartlieb e a Casa A Eléctrica. Com isso, há registros de várias gravações no ano de 1913 e mesmo que não possa se comprovar, os xotes Pisou-me no Poncho e Está de tirar lixiguana gravadas por Lúcio de Souza no acordeom e várias músicas ao som de gaita de Moysés Mandadori na mesma época.

Esta fase durou pouco e com os músicos ainda desconhecidos, já que nos anos 20 a música gauchesca pouco teve relevância e a mudança só ocorreu com o surgimento das rádios Gaúcha e Farroupilha que abriram espaço para a música regional, com programas do gênero regional e com destaque para o programa campereadas, onde, em 1939 surge o acordeonista catarinense Pedro Raymundo que organizou o Quarteto dos Tauras e quatro anos mais tarde foi contratado pela rádio Nacional do RJ e estourou o xote Adeus Mariana.

A partir daí, abrem-se os caminhos para os cantores regionais, já que Pedro Raymundo fez sucesso em nível nacional usando os trajes típicos do gaúcho, com uso de botas, bombacha, lenço, chapéu de aba larga e guaiaca. Nesse embalo surgiram a Dupla Campeira é o Conjunto Farroupilha no início dos anos 50 e em 1955 Honeyde e Adelar Bertussi surgiram com o estilo Serrano.

No final dos anos 50 a música gauchesca volta a ser minimizada e perder espaço até o surgimento em 1959 de Vítor Mateus Teixeira, o Teixeirinha e acabou se tornando um dos maiores sucessos da música gaúcha até os dias de hoje. Nos anos 60 Gildo de Freitas e José Mendes. A partir dos anos 70 a popularidade dos músicos começou gerar críticas vindas dos tradicionalistas que acusaram os músicos mais popular de estigmas a grossura distorcendo a cultura gaúcha.

Com essa rivalidade de gêneros nasce o festival Califórnia da Canção com o objetivo de renovar a música gaúcha e reciclar o cancioneiro gaúcho e daí surge o nativismo. Desde então a música gaúcha começa  com suas divisões, conhecidas por subdivisões, tendo a música tradicionalista gerida pelo MTG, a regionalista ligada a cultura popular influenciada pela indústria cultural e a nativista considerada jovem e renovadora.

A partir dos anos 70 o nativismo transforma-se em um movimento intelectual influenciado por música urbana e seus participantes com passagens pelo universo acadêmico. Mesmo com grande popularidade o nativismo não ofuscou o regionalismo e nem ficou independente do tradicionalismo como movimento cultural. Com a era dos festivais a cultura gaúcha ficou supervalorizada e surgiram vários artistas no início dos anos 80.

Nesse mesmo período a indústria fonográfica perde o interesse pelo gênero gaúcho, porém, o mercado local já é auto-sustentável e desde então há a consolidação do mercado local da música gaúcha.

Nos anos 80 ainda há a consolidação dos grupos de fandangos e bailes, como os Monarcas, Os Serranos, Grupo Rodeio entre outros. Nos aos 90 surgem o movimento dos grupos musicas que tentaram mudar a roupagem da música gáucha, os TCHÊS, eles cativara os público jovem e tentaram uma guinada na para centro do país com o movimento Tchê Music, buscando apelo comercial, abandonara a pilcha no início dos anos 2000 e depois do grande sucesso dos anos 90, quase deixaram de existir, pois, ao abandonar a pilcha, perderam a identidade e a união com produtores do centro do país que não entenderam o que era realmente a música gaúcha fez com que o Tchê Music não entrasse no centro do país e fosse deixado de lado no sul. Todos voltaram a cantar seus sucesso dos anos 90 para que pudessem ressurgir no mundo da música gaúcha novamente.

Aqui é um resumo da história da nossa música regional, grande parte das informação equi mencionadas foram retiradas de um trabalho da Revista Contemporâneos que vale a pena conferir na íntegra clicando AQUI.


domingo, 26 de maio de 2024

O Verdadeiro Gaúcho. Nossos Costumes - Cap. 04

 Infelizmente hoje estamos imersos na maior tragédia climática do Rio Grande do Sul e hoje, já pensando no futuro, vamos trazer aqui o costume do gaúcho da etnia gaúcha, por, isso chamamos de "O Verdadeiro Gaúcho", aquele que vive o tradicional que é considerado cultura. Como já explicado aqui, o verdadeiro gaúcho é o que cultiva o costume do pampa, que se vê no Uruguai e na Argentina também, por isso, quem nasce no RS e não cultiva os costumes culturais ou tem tem o sangue misturado da etnia são Rio-grandenses, o que não os fazem menor e nem pior que ninguém.

Em virtude disso, vamos falar um pouco sobre a nossa rica cultura que vejo muitas semelhanças com a cultura nordestina, pois, temos danças típicas, vestimentas, comidas e nosso jeito de falar específico tornando-se irmanado culturalmente com o povo nordestino.

Veja abaixo o que é típico e tradicional no Rio Grande do Sul que se difere dos demais estados e regiões

Culinária:

Não vamos nos aprofundar muito, existem comidas típicas do Gaúcho e comidas do Rio Grande do Sul. A mais tradicional delas é o churrasco, principalmente o tradicional em fogo de chão.

O CHURRASCO entre outros legados, é uma herança indígena e a forma mais tradicional do GAÚCHO Rio-grandense assar a carne é no espeto. Já o GAÚCHO Uruguaio e Argentino assa na grelha. Costume deixado pelos Charruas após o declínio das reduções Jesuíticas.

O MATE, também conhecido como chimarrão, também herança indígena é outro costume cultivado por todos no Rio Grande do Sul e é considerado uma de nossas marcas regionais. Tomamos um bom mate para se esquentar, se refrescar, conversar, passar a tristeza, se alegrar, enfim, tomamos mate.

Arroz Carreteiro, arroz com charque picado cozido junto, nada mais é que um arroz com carne, porém, com charque que é a carne secada no sol coberta de sal, acredito que seja no mesmo preparo da carne de sol do nordeste. Herança dos tropeiros que salgavam a carne para poder armazenar durante as longas jornadas.

Arroz de china pobre, quase igual ao carreteiro, só que feito com a linguiça campeira.

Indumentária:

As vestimentas típicas são comumente usadas no dia dia, principalmente em cidades do interior. Nos grandes centro se vê mais durantes os festejos Farroupilha.

Bombacha é uma espécie de calça típica, podendo ser estreita usada nas regiões da fronteira com o Uruguai e nas gineteadas, tradicionais que são comumente usadas no dia dia e em bailes e as largas que são usadas nas regiões serranas e missioneiras.

Alparagatas são sapatilhas feitas de cordas trançadas no seu solado e na parte de calçar feita em tecido ou couro e possui fechamento na parte de trás.

Boina é tipicamente usada nas regiões de fronteira no lugar do chapéu feitas de lã ou linha.

Lenço usado amarrado no pescoço, sendo branco, vermelho ou estampado com cores discretas e estampas pequenas

Guaiaca ou hasta é uma espécie de cinto de couro, a guaiaca é estreita e possui compartimentos para guardar moedas já a hasta é sem compartimento com duas ou três fivelas pequenas para segurar.

Além destas principais, temos o chiripá, o poncho ou pala e ainda os acessórios de uso diário, como por exemplo, o laço, mala de garupa e os arreios do cavalo.

Entretenimento:

O povo gaúcho tem seus costume para se divertir também, e as opções são vastas. Nos bailes gaúchos o povo se diverte ao som da música gaúcha, principalmente a Vaneira e também tem os bailões onde a música predominante é a bandinha. Temos também os tradicionais festivais nativistas que são concursos de músicas nativistas, principalmente no ritmo milonga, onde, músicas são apresentadas de forma inédita e uma é escolhida como vencedora e ao final das apresentações sempre tem um show de artistas regionais.

Outro evento que movimenta o gaúcho é o Rodeio onde tem atividades como apresentação e concurso de danças tradicionais, as populares invernadas artísticas, o tiro de laço que é a modalidade de laçar o boi e as gineteadas em gado e cavalo. Além destas, sempre há diversas outras atrações nos rodeios campeiro.

Os jogos também fazem parte do entretenimento no estado, o jogo de baralho é comum nas famílias durante os encontros, jogam o truco campeiro e a bisca. O jogo do osso também é popular no interior.

Outros costumes:

Ainda se destacam entres tudo que foi citado acima, o jeito de falar inclusive o fato do sotaque do gaúcho se diferenciar entre as regiões do estado, mas, o que se destaca no jeito de falar é o uso do pronome tu e as expressões bah e tchê. O clima do estado que é subtropical e influencia no estilo de vida da população é outro diferencial do estado.

Os estilos musicais regionais também se diferenciam, além da bandinha, vaneira e milonga como já foi citado, temos o chamamé, a rancheira, o tango gaúcho, o bugio e o xote gaúcho.

Basicamente esses são os principais costumes do povo Gaúcho que se diferenciam dos demais, claro que para quem vem de fora é mais diferente do que costumamos falar, pois, quem vive aqui vê tudo isso como normal, claro, isso quem quer e gosta de viver como o gaúcho de etnia o tal gaúcho raiz que nada mais é ser um gaúcho do interior dos rincões onde não é feio andar simples e feliz por estar no seu chão.

Em breve vamos esmiuçar tudo o que resumimos aqui. Sigam nossas publicações e aprenderam muito mais sobre o que é ser gaúcho, inclusive tu que é Rio-grandense.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

O fenômeno cultural e musical do Sul do Brasil

O sul do Brasil tem as suas peculiaridades regionais como qualquer outra região do país e é claro que culturalmente a música regional ganha destaque. A música tradicionalista já é difundida e conhecida como marca regional do Rio Grande do Sul, porém, muitos fora do Rio Grande do Sul não conhecem as bandas de baile, conhecidas como Bandinhas.

Esse movimento cultural é influenciado pelas bandinhas tradicionais alemãs que foram ganhando modificações ao longo do tempo com a inserção de outros ritmos e culturas e ganharam um denominação própria, o ritmo bailão ou bandinha.

Aqui no RS já temos grandes bandas consagradas que rodam o sul do Brasil levando o mais democrático ritmo de nossa cultura, a bandinha é uma marca característica principalmente nas regiões de influência alemã e italiana mas acabou se espalhando pelo sul do Brasil, principalmente RS e SC e acabou virando uma marca registrada da nossa cultura e que não está escrita em nenhum manual.

Acredito que em 2023 foi o marco divisor para que as bandas do sul ganhassem o reconhecimento que merecem, pois, os hits Perigosa e Linda do Corpo e Alma e Guardanapo do Rainha Musical dominaram as paradas e fizeram frente ao gênero musical mais difundido no Brasil, o sertanejo. A primeira, Perigosa e Linda inclusive está ganhando versoes sertanejas e está sendo tocada no sudeste.

Mas, como afirmamos que foram fenomenos em 2023, tu pode estar pensando: mas este louco só escuta música do sul, só pode tocar sempre essas músicas. Na verdade, esses dados foram medidos nas estações de rádios e mostraram que no RS e SC elas fizeram frente ao sertanejo. A coleta desses dados de se deu através da plataforma Connect Mix analisando apenas o top 15 que indicou o que nas rádios comerciais da região sul, Perigosa e Linda ficou em 13º e nas rádios comunitárias nota-se um grande aumento, mostrando inclusive o gênero tradicionalista com o Fundo da Grota em 3º. Isso também foi verificado, que nas rádio comunitárias os gêneros regionais figuram melhores no ranking. Confira como ficou os rankings:

Região Sul - Rádios Comerciais
13º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma

Região Sul - Rádios Comunitárias
3º - Do Fundo da Grota/Baitaca
5º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
7° - Guardanapo/Rainha Musical
13º - Tá Faltando Beijos/Corpo e Alma

Rio Grande do Sul - Rádios Comerciais
4° - Guardanapo/Rainha Musical
5º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma

Rio Grande do Sul - Rádios Comunitárias
1° - Guardanapo/Rainha Musical
2º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
3º - Do Fundo da Grota/Baitaca
8º - Tá Faltando Beijos/Corpo e Alma
11° - Gritos de Liberdade/Grupo Rodeio
12º - Rio Azul/Os Atuais

Santa Catarina - Rádios Comerciais
Não figuraram artistas regionais no Top 15, apenas Perigosa e Linda em 37º.

Santa Catarina - Rádios Comunitárias
3º - Do Fundo da Grota/Baitaca
5º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
13º - Tá Faltando Beijos/Corpo e Alma
14° - Guardanapo/Rainha Musical

Vendo este resumo da colocação das músicas regionais, as bandas figuram no top 10 de quase todos os rankings do sul, com exceção das rádios comerciais de SC. Vemos também através do ranking o apelo popular da nossa música, sendo melhores colocadas nas rádios comunitárias.

Y tu daqui do sul por acaso ainda não conhece a nossa música? Se conhece comenta tua preferida? Se não for do sul e quer conhecer deixa nos comentários que indicamos mais bandas para apreciar um baita de uma bailão.