sábado, 8 de novembro de 2025

Coisas que o Gaúcho Fala - O Vocabulário Gaúcho

Buenas gauchada do xucrismo do Rio Grande na Internet, hoje vamos abordar um assunto conhecido nas redes sociais que está ganhando destaque, o nosso vocabulário gaúcho. Andei nos últimos dias assistindo vários vídeos de pessoas que vem para o Rio Grande do Sul falando das palavras e frases que escutam por aqui e cheguei a conclusão que ainda sou muito regional mesmo morando fora do interior há mais de 20 anos.

Nesses vídeos, escutando alguns relatos tive a real noção do quão diferente somos como povo. Dentro do próprio Rio Grande do Sul temos as diferenças, agora imagina um território gigantesco que fala a mesma língua. O que eu não sabia era que muitas palavras ou frases de meu cotidiano eram extremamente regionais e eu achando que estava falando padronizado com a metrópole, porém, a metrópole do RS é regional.

Somos um território continental em que falamos português, mas, se formos avaliar bem, temos dialetos. Gauchês, Mineirês, Nordestino e ainda as peculiaridades locais, como por exemplo, aqui temos o Gaúcho da Fronteira, o Serrano, da Capital, Missões. Aqui do lado em SC, tem o manezinho, o serrano e do Oeste. Certa feita no interior de São Paulo, vi duas pessoas falando do sotaque interiorano das cidades do interior, porém, de outra região e eu não via diferença.

Para enriquecer ainda mais o vocabulário de todos, vamos deixar aqui algumas palavras, frases e adágios do gaúcho, sendo que alguma delas eu achava que era universal. Segue nós no Instagram para ficar por dentro de tudo, vamos postando carrosséis com o tempo y tu não vais esquecer. Temos também o dicionário Gaúcho aqui no blog. Clica aqui vivente

Vamos lá para algumas peculiaridades, destacamos que não estão incluídas as expressões do campo, que são diferentes até para os gaúchos da cidade. Estão aqui expressões do cotidiano de todos os gaúchos, muitos não tinha noção que eram usados somente por aqui.

Abreviação: o gaúcho tem costume de abreviar muitas coisas, principalmente na cidade. Super ou mercado - Supermercado, Auto - Automóvel (sim, principalmente no interior chamam carro de auto)

Alaminuta: prato tradicional com arroz, feijão e bife, conhecido como prato feito.

Alcançar: uma palavra que foi lembrada por meu filho, que é somente aqui que usamos quando pedimos que alguém mais próximo de um lugar, pegue algo e nos entregue. - Fulano, me alcança um copo do armário. Confere? Mais alguém concorda que esse termo é regional?

Bah: antigamente poderia se dizer que era  "Abreviação de barbaridade. Expressão usada para demonstrar surpresa, indignação", hoje é uma expressão universal do gaúcho, usada em vários situações, só ficando atrás da nossa próxima palavra.

Baixar o hospital: internar no hospital (essa jurava que era em todo lugar)

Balaqueiro/fazer balaca: exibido/ se exibir

Barbaridade: uma expressão para espanto ou surpresa, o bah veio desta expressão, com a mesma mania de abreviar do Gaúcho.

Bergamota: não sei se tem outra forma de falar, mas, em outros estados chamam de mexirica.

Brigadiano: milico, policial militar

Cacetinho: pão francês de 80g

Cagar a pau: dar uma tunda ou bater em alguém na briga, se cagaram a pau - brigaram.

Cagasso: aqui o gaúcho não se assusta, toma um cagasso, não tem medo, se caga de medo.

Cair os Butiá dos bolso: expressão de espanto também ou até desânimo.

Capaz: usada universalmente para expressar qualquer sentimento, às vezes acompanhado de outras palavras.

Chavear: passara chave na porta, trancar com chave a porta, isso nem sabia que era nossa a expressão

Chinelão: xingamento leve, chama a pessoa de bagaceira, baixo nível, sem fundamento.

Com: usar com para o preço, exemplo, um produto custou R$10,15, aqui se diz dez com quinze, descobri que é só por aqui mesmo, pode ser.

Cordão da calçada: ousam chamar de meio fio, mas, deixa quieto, eles não sabem o que falam.

Faceiro: essa é bem regional, é quando a pessoa está alegre, feliz, contente.

Gaitada: risada

Guisado: tem gente até aqui no sul que fala carne moída, em alguns outros locais fiquei sabendo que é boi ralado

Ir aos pés: Outra expressão que achava que era nacional, porém, vi vídeo dizendo que é só por aqui. Será?

Mazza: expressão de admiração quando um amigo comenta uma conquista, geralmente vem seguido de elogio

Mijada: xingar alguém, chamar atenção, dar uma bronca.

Mumu: doce de leite

Negrinho: brigadeiro

Pechada: batida de dois carros.

Pega ratão: se tu estás ratiando, tu vai cair na pegadinha, geralmente falamos em provas de aula e concursos.

Pila: plata, dinheiro, o pila é nosso mesmo.

Prende o grito: me chama se precisar

Quebra molas: tive até que procurar o outro nome para saber o que era, é a tal da lombada.

Ratiar: esse é complicado de explicar, dar uma mancada (acho que é isso), ser boca aberta, e daí vem a próxima expressão.

Resbalar: escorregar

Sinaleira: estão de brincadeira que o tal de semáforo é sinaleira só aqui? Não pode.

Torrada: duas fatias de pão de sanduíche com queijo e presunto dentro, prensado na chapa.

E por aí vai, vamos atualizando aos poucos. Y tu vivente, sabe de mais expressões, deixa nos comentários.



quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Origem e significado dos nomes das cidades do RS

Sempre tive a curiosidade de saber a origem do nome das cidades e resolvi começar a estudar o assunto e como sempre começando pelas origens seguindo a valorização da regionalidade. Primeira cidade é Pinheiro Machado minha origem e depois Pelotas onde comecei minha formação acadêmica.

1 - Pinheiro Machado - O município de Cacimbinhas teve seu nome mudado para Pinheiro Machado no governo do Intendente Provisório Dr.Ney Lima Costa quando o Senador José Gomes Pinheiro Machado foi assassinado no Rio de Janeiro, por Francisco Manso de Paiva Coimbra, que era um morador da região de Cacimbinhas. A mudança não foi aceita pela população, que se rebelou contra o Intendente que teve que deixar a cidade.

2 - Pelotas - O nome do município, “Pelotas”, teve origem no nome das embarcações de varas de corticeira forradas de couro, usadas para a travessia dos rios na época das charqueadas. A travessia do arroio com estas embarcações deram origem ao nome do arroio e depois da cidade pela importância do arroio no crescimento da cidade ao seu redor.

3 - Caxias do Sul - Conforme relato oficial é uma homenagem a Duque de Caxias, intitulada como Colônia Caxias pela Inspetoria Especial de Terras e Colonização da Província do Rio Grande do Sul e somente em posteriormente foi inserida sua posição geográfica em seu nome, o sul.

4 - Porto Alegre -  Antes Porto do Dornelas, Porto de Viamão e Porto dos Casais, não tem significado específico, apenas muitas versões. Uma delas é baseada na alegria do povo que vivia na época na região, outros que tem origem em uma série de nomes de localidades portugueses que remetem a Porto Alegre (Santana de Porto Alegre, na Ilha Terceira. Portalegre, no Alto Alentejo).

5 - Aceguá - O nome Aceguá tem origem na língua tupi: yace-guab tem diversos significados: “lugar de descanso eterno”, indicando o local alto que os indígenas escolhiam para viver seus últimos dias, por proporcionar alentadora visão panorâmica e proximidade com o céu; “terra alta e fria”, apontando as características geográfica e climática do local; e ainda “seios da lua”, em alusão aos cerros altos da serra do Aceguá. No folclore popular da região existe outra explicação: o nome Aceguá derivaria de uma espécie de lobo pequeno, denominado guará ou sorro, abundante na região. Os mercadores que por ali passavam há mais de dois séculos, ao ouvir o uivo dos lobos, diriam: “Hay um bicho que hace guá” (“Há um bicho que faz guá”).

6 - Água Santa - Quando os primeiros moradores se fixaram na região, descobriram uma gruta natural, distante 2 km da atual sede do município. Nesta gruta brota uma fonte cuja água era considerada milagrosa pelos primeiros moradores, que acreditavam ter ela curado várias doenças.

7 - Agudo - O nome "Agudo" provêm de um morro a oeste do município com 429 m de altura, que possui característica acentuada.

8 - Ajuricaba - Tendo sido reprimida a revolta de Ajuricaba, os Manaos acabaram por ser totalmente exterminados, destruídos, havendo segundo crônicas, sendo eliminados mais de 20.000 (vinte mil) índios.
Inspirados no exemplo de resistência e luta pela liberdade do herói indígena, a comunidade do 3º distrito de Ijuí em 1940 passou a se chamar AJURICABA que, para a história do município simboliza o “homem que luta pela liberdade”.

9 - Alecrim - nos tempos em que se efetuaram as medições do território Alecrinense, pelo Estado, dividindo-o em secções e estas em lotes, os agrimensores: Thomas Marquevitch, José Adriano Flech e João do Prado Mallmann sob a chefia do Dr. Artur Ambros, acamparam num local aprazível, fixando aí seu acampamento, sob a sombra dos Alecrins. Quando saiam a medir as terras, referiam-se ao acampamento com a expressão: "Acampamento do Alecrim". Os cargueiros que traziam mantimentos e outros objetos para o pessoal do acampamento, recebiam ordens do chefe da Inspetoria de Terras de Santa Rosa, nestes termos: "Levem esta carga para o Alecrim

10 - Alegrete - O nome tem origem no nome da capela Nossa Senhora da Conceição Aparecida de Alegrete quando o povoado ali formado foi atacado e arrasado pelos orientais, que só se retiraram com a aproximação das forças comandadas por Dom Luiz Telles da Silva Menezes, 5o Marquês de Alegrete, a capela foi erguida  em homenagem ao título honorífico do governador da capitania.

11 - Alegria - Segundo os moradores mais antigos, há três versões para a origem do nome da cidade de Alegria. São elas:
“certa ocasião os índios atacaram a casa do Senhor Vicente Taborda, travou-se uma grande luta. Em sinal da vitória, os brancos hastearam uma Bandeira. O irmão, João Taborda, ao saber da vitória, organizou o BAILE DA ALEGRIA”.

 “o primeiro Subprefeito de Vila Alegria, por Santo Ângelo, era o Senhor Francisco Rolim de Moura, um homem de bom caráter, digno e respeitador, resolveu contratar o conjunto “Eickhoff” de Ijuí, para fazer una surpresa, pois ele estava de aniversário. Foi uma festa muito animada, da qual ele gostou muito. Muitas vezes o subprefeito dizia: “Que alegria, que alegria; que alegria temos hoje aqui! Viva a nossa alegria!” Este acontecimento chegou logo aos ouvidos dos moradores de toda a região. Quando alguém mais tarde se dirigia ao local, dizia ao sair de casa: “Vou para Alegria”.

 “O Dr. Vité, Engenheiro Civil, da Comissão de Terras de Santa Rosa, realizando trabalhos na região, constatou que o pessoal era muito alegre, animado e gostava de diversões. Por esta razão sugeriu que dessem o nome de Alegria à localidade."

12 - Almirante Tamandaré do Sul - O nome do hoje município de Almirante Tamandaré do Sul foi sugerido por um expedicionário da Guerra do Paraguai que participou da medição de áreas onde foi instalada a colonização e o loteamento que anos mais tarde formou a vila de Almirante Tamandaré.

13 - Alpestre - Nome sugerido pelo político Vicente Dutra, primeiro prefeito de Iraí, devido a semelhança da região com os Alpes Suíços.

14 - Alto Alegre - Após uma festa ter sido animada, o povo muito alegre, e o lugar bonito, aprazível livre e muito alto, as autoridades presentes no então faxinal, em solenidades inaugurais, pronunciaram que este lugar deveria chamar-se ALTO ALEGRE.

 15 - Alto Feliz - É originário de "Obern Feliz" (Feliz Alta), utilizado já nos primórdios da colonização e relaciona-se com sua situação geográfica. Os colonizadores alemães chegaram no ano de 1846, estabelecendo-se em local bucólico, no alto de um morro

16 - Alvorada - O nome sugerido por um integrante da Comissão Pró-Emancipação, teve inspiração em dois fatores: a alvorada do povo, que acorda às primeiras horas da manhã e parte para o trabalho, e o Palácio da Alvorada, o grande destaque na então nova capital do País, Brasília, inaugurada em 1960.

17 - Ametista do Sul - É uma referência à sua principal riqueza mineral, a pedra ametista.

18 - Amaral Ferrador - é uma homenagem ao General José Amaral Ferrador. O general nasceu no Uruguai em 1801, lutou na Revolução Farroupilha, na campanha contra o Ditador Juan Manuel Rosas e na Guerra do Paraguai. Após o fim das lutas, mudou-se para a vila de São José do Patrocínio, seu antigo nome.

19 - André da Rocha - O primeiro Juiz da Comarca de Lagoa Vermelha, Manoel André da Rocha, foi quem criou o Distrito, que em sua homenagem levou o nome de André da Rocha.

20 - Anta Gorda - Conta-se que, certa vez, foi abatida nas cercanias, uma anta de grandes proporções. Admirados com o tamanho do animal, os desbravadores logo passaram a utilizar o fato como referência sempre que se mencionava o local. Diziam: “Lá onde mataram a anta gorda…”.

 21 - Antônio Prado - Este núcleo não tinha nome, por isso, o Bacharel Manoel Barata Góis, engenheiro-chefe da Comissão de Madição de Lotes, sugeriu e solicitou que fosse dado à nova colônia o nome de Antônio Prado, em homenagem a Antônio da Silva Prado, fazendeiro paulista que como Ministro da Agricultura da época, promoveu a vinda dos imigrantes italianos ao Brasil, e instalou núcleos coloniais no Rio Grande do Sul.

22 - Arambaré - na língua tupi-guarani, significa sacerdote que espalha luz, e uma lenda conta que os índios arachãs escolheram essa terra porque lá encontraram o Bem Viver.

23 - Araricá - Tem origem tupi e significa "mata do rio das araras". A palavra é formada pela junção dos termos a'rara (arara), 'y (água, rio) e ka'a (mata) e está ligada a uma ave colorida, verde com penas azuis, Arariquaba ou Ararí - Caa (tradução indígena). Araricá era destinada como bebedouro dos papagaios,

24 - Aratiba - tem origem na língua tupi e significa "pequenas araras"

25 - Arroio do Meio - tem origem no arroio que corta a região, o qual recebeu essa denominação por estar localizado entre o Arroio Forqueta e o Arroio Grande

26 - Arroio do Padre - tem origem no padre Francisco Xavier Prates, o primeiro administrador da Feitoria, que também era professor do Mosteiro de São Bento e do Convento Santo Antônio no Rio de Janeiro. O nome foi dado ao arroio que banha a região, e posteriormente, ao distrito e ao município. 

27 - Arroio do Sal - tem origem na produção de sal feita por moradores locais junto a um arroio, durante a escassez de sal na Segunda Guerra Mundial. Eles ferviam água do mar próximo a uma figueira à beira do arroio para fabricar o sal.

28 - Arroio do Tigre - a origem está ligada à história de seus primeiros moradores, acredita-se que o nome surgiu após a morte de uma onça, que os moradores locais confundiram com um tigre, nas margens de um arroio. 

29 - Arroio dos Ratos - tem origem no arroio que atravessa o município, onde, segundo relatos, havia grande quantidade de ratões, especialmente nas lagoas formadas ao longo do curso d'água. Essa abundância de roedores deu origem ao nome do arroio e, consequentemente, da cidade. 

30 - Arroio Grande - tem origem na sua localização geográfica, estando situada junto a um arroio (pequeno curso d'água) de grande porte, que se tornou a principal referência para a região. 

31 - Arvorezinha - tem origem em uma pequena figueira que ficava ao lado da igreja matriz da cidade. Inicialmente, a região era conhecida como Alto da Figueira, possivelmente em referência ao primeiro morador, Lino Figueira, ou à árvore em si. Em 1938, com a criação da vila, o nome foi alterado para Arvorezinha, em referência à árvore figueira, que era pequena e se destacava na paisagem. 
O nome "Arvorezinha" surgiu como uma alternativa para evitar a repetição de nomes de localidades, conforme determinação do governo estadual na época.

32 - Bagé - tem origem indígena, provavelmente derivada da língua Minuano, e pode ter dois significados principais: "lugar de onde se volta" ou "lugar de retorno", ou ainda relacionado ao cacique indígena Ibagé. Alguns associam o nome à palavra "bag", que significa cerros, em referência às formações geográficas da região. 

33 - Balneário Pinhal - A origem do nome do Município é uma deferência à antiga Fazenda do Pinhal e não aos pinus plantados anos mais tarde.

34 - Barra do Ribeiro - O nome do município deriva da sua localização geográfica, caracterizada pelo encontro do Arroio Ribeiro com o Lago Guaíba.

35 - Barra do Quaraí - tem origem na sua localização geográfica e no nome do rio que a define. "Barra" refere-se à foz do rio Quaraí, onde ele deságua no rio Uruguai, enquanto "Quaraí" é um termo de origem indígena, possivelmente Tupi-Guarani, que significa "Rio das Garças" ou "Rio do Sol". 

36 - Barracão - tropeiros passavam pela região da cidade de forma clandestina para fugir do pagamento de impostos dos produtos transportados. Para fiscalizar a região, foi construído um barracão que serviria de quartel e casa de coletaria. A construção deu nome ao município.

37 - Bento Gonçalves - O nome foi dado em homenagem ao general Bento Gonçalves da Silva, chefe da Revolução Farroupilha, ocorrida no Rio Grande do Sul de 1835 a 1845. Bento Gonçalves deu seu primeiro impulso de progresso com a vinda da agência do Banco Nacional do Comércio e Banco de Pelotas.

38 - Boa Vista do Cadeado - tem esse nome, por causa da vista sobre uma colina na Serra do Cadeado.

39 - Boa Vista do Incra - O nome de Boa Vista é por causa de uma fazenda que existe na cidade desde 1839. Em 1969, a propriedade foi adquirida para o reassentamento de famílias que foram atingidas pela construção de uma barragem. As áreas foram distribuídas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que completou o batismo do município.

Bom Jesus - 

Bom Princípio - 

Bom Retiro do Sul - 

Butiá - um pé-de-butiá, típico da região carbonífera, deu origem ao nome do município. De acordo com a prefeitura, uma árvore isolada, que ficava próximo a uma estância da localidade, acabou se tornando ponto de referência e local para descanso de carreteiros que passavam pela região.

Caçapava do Sul - 

Cacequi - 

Cachoeira do Sul - 

Cachoeirinha - 

Camaquã - Vem de Icabaquã e na língua tupi-guarani I significa rio, água e Cabaquã quer dizer velocidade, correnteza. Então podemos concluir que o nome do município vem do rio Camaquã que passa na cidade.

Cambará do Sul - 

Campestre da Serra - 

Campo Bom - 

Candelária - 

Candiota - 

Canela - provém de uma árvore, chamada de Canela, que era localizada na área central da cidade, hoje Praça João Corrêa, esta caneleira servia de ponto de encontro e pousada de tropeiros.

Canoas - Durante a construção da estrada de ferro que ligava Porto Alegre à São Leopoldo, inaugurada em 1874, uma timbaúva (Enterolobium contortisiliquum) foi aproveitada na antiga fazenda de Gravataí para construir embarcações. O lugar passou a ser chamado de Capão das Canoas, e deu origem ao nome do povoado.

Capão da Canoa - 

Capão do Leão - 

Capela de Santana - 

Capitão - homenageia o primeiro dono das terras na região, o capitão Francisco Silvestre Ribeiro. O mineiro recebeu o título de capitão da 4ª Companhia da Guarda Nacional em 1846.

Caraá - 

Carazinho - 

Carlos Barbosa - 

Casca - Acredita-se que o nome tenha origem na palavra "cascare", que significa "cair" em italiano. Imigrantes teriam batizado um riacho considerado escorregadio e fácil de cair com esse nome. Outra possibilidade, é a extração de cascas de árvores com objetivos comerciais na região.

Catuípe - 

Cerrito - Originou-se por ser um lugar bastante elevado e estar muito próximo de cerros e coxilhas. Uma das designações dadas pelos índios referia-se a montículos sepulcrais que significa: ponto culminante do lugar (Cerro Pelado )

Cerro Grande do Sul - 

Chapada -

Chuí - A palavra Chuy, segundo a maioria dos estudiosos, provém da língua tupi guarani. Com ela, os indígenas teriam designado o pequeno arroio em cujas bordas haveria de surgir no século XIX a população que hoje leva esse nome. Por outro lado, o antropólogo e escritor Daniel Granada afirma que “chui” era o nome que os indígenas davam a um pássaro de peito amarelo, nativo e comum nos banhados da região. Além disso, o escritor Tancredo Blotta diz que “chuy” é uma palavra composta e que pode ser traduzida como “rio de água parda”.

Chuvisca - se deve a uma área no município em que ocorria uma garoa permanente. Localizado próximo aos arroios Sutil e Duro, o fenômeno, que era popularmente chamado de "chuvisca", é característico do município.

Cidreira - 

Ciríaco - tem como origem o nome do primeiro morador da região. Segundo a prefeitura, não há registros escritos sobre sua estadia ou origem, mas relatos dizem que o homem teria se estabelecido no município entre 1860 e 1890, vindo da fronteira. Ciríaco, o morador, era um famoso esgrimista, conhecido em toda a região. Um dia, teria desafiado um tropeiro de Cruz Alta para um duelo e sofreu sua primeira derrota. Desapontado, entregou a sua espada ao vencedor e adquiriu uma posse de terras na região da mata, onde construiu uma choupana e viveu até falecer. Em torno deste local, surgiu o município de Ciríaco.

Crissiumal - 

Cristal - Surgiu dentro da área da "Estância do Cristal", propriedade histórica da família Bento Gonçalves da Silva, o herói Farroupilha que viveu nesta época durante 40 anos.

Cruz Alta - 

Cruzeiro do Sul - 

Dom Feliciano - 

Dom Pedrito - 

Encantado - 

Erechim - 

Esmeralda - 

Espumoso - inicialmente denominada "Passo Espumoso", com este nome porque o Jacuí formava grandes cones de espuma em suas águas, que alcançavam até 30 centímetros de altura. O fenômeno, que ocorria pela grande presença de cascatas e cachoeiras na região, não era registrado por viajantes em outros pontos do rio.

Estância Velha - 

Esteio - 

Estrela - 

Farroupilha - O nome é em homenagem ao centenário da Revolução Farroupilha, que seria comemorado no ano seguinte, 1935. A palavra farroupilha poderia originar não só de "farrapo" que significa "pano velho", "tecido gasto"; mas também de "farroupo", um porco pequeno, com menos de um ano, marrãozinho.

Feliz - Uma comitiva sob o comando do engenheiro Afonso Mabilde foi incumbida de abrir um caminho através da mata dos pinhais e o Campo dos Bugres (Caxias do Sul) aos campos de criação de gado de Vacaria. Este grupo atravessou com uma canoa o rio das Antas, usando uma embarcação como elo de ligação com os já ocupados campos de Vacaria, donde obtinham os mantimentos necessários. Uma enchente, no entanto, teria arrastado a canoa e foram obrigados a retornar ao sul. Depois de muitos dias pelo mato, finalmente teriam encontrado a casa de um colono e saudado este encontro com a exclamação: Oh Feliz! Em lembrança deste fato, a nova picada recebeu o nome de Feliz

Flores da Cunha - Tem esse nome numa homenagem ao ex-governador do estado, José Antônio Flores da Cunha, que havia prometido construir uma estrada férrea ligando o município ao resto do estado.

Formigueiro - naqueles tempos remotos, passando pela localidade uma comissão de engenheiros, um dos profissionais teria dito "isto aqui é um formigueiro!" ao ver a grande profusão de carretas que ali pousavam no trajeto até a fronteira.

Frederico Westphalen - Por decisão de uma assembleia de moradores, foi fixado o nome de Vila Frederico Westphalen, homenageando o engenheiro que colonizou a região sob o comando do Governo do Estado

Garibaldi - 

Gentil - O pároco de Marau, Frei Gentil de Caravaggio, teve grande influência sobre a localidade. Mesmo que tenha ficado pouco tempo em Marau, a influência do capuchinho era tanta que, em 1957, o povoado passou a se chamar Vila Frei Gentil, quando ainda fazia parte de Marau. Quando se emancipou, em março de 1992, o então distrito aboliu o status religioso do nome e foi batizado "apenas" como Gentil.

Giruá - 

Gramado - O nome da cidade está relacionado ao seu passado, quando servia de passagem para tropeiros que tocavam o gado pelos campos de cima da Serra, no fim do século XIX.

Guaíba - Foi batizada com o mesmo nome do lago que a margeia, a palavra Guaíba é de origem tupi, gua-ybe e tem o sentido de "baía de todas as águas".

Guaporé - 

Gravataí - 

Herval - 

Herveiras - Os colonizadores estavam em busca de araucárias e de ervas gigantes, o que deu origem ao nome da cidade. Cultivados inicialmente em pequena escala nas propriedades, com o tempo houve uma produção em maior escala, impulsionando assim o desenvolvimento da região.

Hulha Negra - 

Igrejinha - 

Ijuí - 

Imbé - 

Itaara - 

Itaquí - 

Ivoti - 

Jaguarão - 

Jóia - 

Júlio de Castilhos - 

Lagoa Vermelha - 

Lajeado - vem do ponto de referência que era dado à região. No Rio Taquari, na mesma área em que a cidade se encontra, as águas formavam cascatas sobre lajeiros (ou lajeados), rochas planas parecidas com lajes, por isso seu nome.

Lavras do Sul - 

Machadinho - 

Maquiné - O nome pode ter relação com a foz do rio, de mesmo nome da cidade, local onde morriam muitos índios, que batizaram o local de "Passo do Inferno".

Mariana Pimentel - 

Mormaço - devido ao forte calor provocado pelo sol no meio da mata fechada e, em época de frio, pelo vapor que se elevava do degelo das geadas, o local foi denominado "Serra do Mormaço" por alguns, mas acabou prevalecendo apenas o último nome.

Morro Redondo - 

Morro Reuter - 

Mostardas - Para o Executivo municipal, a hipótese mais aceita é a da historiadora Marisa Oliveira Guedes, segundo a qual a denominação tem uma origem militar – e vegetal. A pesquisadora aponta que a "Guarda das Mustardas" teria sido criada em 1738, recebendo esse nome porque as trincheiras cavadas pelos guardas eram camufladas através da plantação de mostarda, um vegetal que não murcha. Mais tarde, quando a localidade do sul do estado se transformou em freguesia, em 1773, é que passou a chamar-se "Freguesia de São Luís de Mostardas". Em 1963, quando se emancipou de São José do Norte, a localidade ficou apenas com a última parte do nome.

Muçum - 

Muitos Capões - 

Não-Me-Toque - Existem duas hipóteses uma delas é a presença de uma planta abundante na região, a "sucará" ou "espinho de Santo Antônio", chamada também de não-me-toque, justamente por causa dos espinhos. A outra possibilidade, de acordo com o município, é em razão de uma fazenda batizada de Não-Me-Toque registrada no cartório desde 1885.

Nova Hartz - 

Nova Pádua - 

Nova Petrópolis - 

Nova Prata - 

Nova Roma do Sul - 

Nova Santa Rita - 

Osório - 

Palmitinhos - Os primeiros colonizadores da região plantaram seis palmeiras em frente ao primeiro oratório da cidade, que fica no Noroeste do estado. A espécie plantada na praça era a de palmitos, o que deu origem ao nome do município.

Panambi - 

Paraí - 

Parobé - 

Passa Sete - Está em um arroio localizado no território pertencente ao município, onde, antigos moradores relatavam que viajantes que por ali passavam tinham que cruzar o referido arroio por sete vezes durante seus trajetos, muito íngremes e tortuosos. O fato motivou os passantes a chamarem de Passa Sete aquele trecho de seus itinerários.

Passo do Sobrado - pelo fato de haver uma passagem em um arroio, situado na entrada da cidade. Próximo a este arroio, existia uma casa de madeira, conhecida por sobrado. Carroceiros e tropeiros atribuíam a essa passagem o nome de passo do sobrado.

Passo Fundo - é uma tradução do nome originalmente dado pelos indígenas habitantes da região, que chamavam o local de GOYO-EN, sinônimo de muita água e rio fundo.

Pedras Altas - 

Pedro Osório - 

Picada Café - tem duas hipóteses para o nome, a primeira diz que tropeiros acampavam na cidade para tomar café ou pernoitar antes de seguir viagem. A outra versão diz que imigrantes receberam mudas de café para plantar na região. A plantação não prosperou mas o nome permaneceu. Já o termo "picada" significa estrada ou trilha aberta na mata.

Pinto Bandeira - 

Piratini - (denominação primitiva) na língua tupi-guarani significa "peixe barulhento", Chegaram 48 casais de açorianos na condição de ali residirem e trabalharem no local denominado "Capão do Piratini".

Poço das Antas - "poço" se refere ao formato do relevo da cidade, uma região cercada de montanhas em forma de vale para onde correm os rios. Já as antas eram atraídas para o poço, em busca de água.

Portão - 

Porto Xavier - 

Quaraí - 

Restinga Seca - 

Rio Grande - 

Rio Pardo - 

Rolante - 

Rosário do Sul - 

Salto do Jacuí - 

Salvador do Sul -

Santa Cruz do Sul - 

Santa Margarida do Sul - 

Santa Maria - originou-se do nome do rio que existia no local com nome de rio Santa Maria. 

Santa Rosa - 

Santa Tereza - Surgiu com a expressão de gratidão e amor do engenheiro chefe da colonização Senhor Joaquim Rodrigues Antunes pela sua esposa Tereza.

Santa Vitória do Palmar - 

Santo Ângelo - 

Santo Antônio da Patrulha - 

Santo Antônio das Missões - 

Santo Cristo - 

Santana da Boa Vista - 

Santana do Livramento - 

São Borja - é uma homenagem a São Francisco de Borja, que foi o terceiro general (geral) da ordem dos jesuítas.

São Francisco de Assis - Após os portugueses conquistarem da Espanha a região das missões, guardas de milicianos portugueses são instaladas ao norte do Rio Ibicuí. Uma delas é a guarda de São Francisco de Assis, cujo Forte foi construído à margem esquerda do rio Inhacundá. Início da povoação permanente se dá ao redor do Forte

São Francisco de Paula - O povoamento da cidade começou quando Pedro da Silva Chaves, capitão de ordenanças da região de cima da serra, doou uma área de terra para a fundação do povoado, que virou patrimônio de uma igreja construída no local. A esta igreja, o capitão batizaria de São Francisco de Paula, santo de sua devoção.

São Gabriel - 

São Jerônimo - 

São José do Norte - 

São José dos Ausentes - 

São Leopoldo - 

São Lourenço do Sul - 

São Luíz Gonzaga - 

São Marcos - Conta a história que Antônio Machado de Souza  atingiu "as campinas verdes de São Francisco de Paula de Cima da Serra, lá para o rincão de São Marcos, no fundo da invernada então pertencente Oliveira Pedroso". Assim se deu a chegada no território que, mais tarde, se chamaria São Marcos Dei Polacchi.

São Miguel das Missões - 

São Nicolau - foi uma homenagem à Nicolau Duran Mastrilli, arcebispo da Cúria de Buenos de Aires.

São Pedro do Sul - 

São Sebastião do Caí - 

São Sepé - 

São Vendelino - 

Sapiranga - 

Sapucaia do Sul - 

Seberi- 

Segredo - Abel Batista da Silva, dono de vastas terras na região, foi morto a golpes de machado, em 1881, por um empregado, Salvador Carvalho, e um escravizado de nome Benjamim. Após o homicídio, o corpo teria sido jogado no arroio que passava logo abaixo do local do crime, um paiol onde hoje fica o Centro do município. Dias depois, alguns pescadores encontraram um cadáver no curso d'água. Presumiu-se que Salvador Carvalho e o escravo Benjamim haviam assassinado o antigo patrão e ambos foram condenados pelo crime, mas nunca foi provado que o cadáver era mesmo o de Abel e o motivo do crime não foi descoberto. Contudo, existia uma suspeita sobre um possível caso amoroso entre Maria Francisca da Silva, esposa do morto, e Salvador. O arroio onde apareceu o corpo passou a ser chamado de "Arroio Segredo", dando origem ao nome da localidade.

Sentinela do Sul - O nome remete a sua localização em zona elevada, a qual permitiu que os soldados revolucionários montassem guarda para observar as tropas inimigas.

Serafina Corrêa - 

Sério - uma possibilidade é uma homenagem ao Rio Serio, na Itália, região de origem do dono de terras na cidade. A outra hipótese é mais curiosa. Italianos teriam dificuldade para pronunciar a letra "g" do nome de Sérgio Franciosi, um morador da região. O nome dele, então, era dito "Sério".

Sertão Santana - 

Sinimbú - o nome significa “lagarto do mato”  e a versão mais acertada para a origem do nome do distrito é a de homenagem ao Dr. João Lino Vieira Cansanção de Sinimbu, que foi o presidente da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, tendo determinado a colonização das linhas Sinimbu, São João da Serra, Dona Josefa e Andréas.

Sobradinho - 

Taquara - 

Taquari - 

Tapejara - 

Tapes - 

Tenente Portela - 

Terra de Areia - 

Teutônia - 

Tio Hugo - Pelos anos de 1962, estabeleceu-se no Km 214 da rodovia 386, o Sr. Hugo André Londero com a finalidade de instalar um Posto de Combustível. Inicialmente era um pequeno Posto de Serviços, Hugo Londero era uma pessoa carismática, de bom relacionamento, muito atencioso no atendimento a seus clientes e prestativo em relação aos seus vizinhos e amigos. Esse carisma fez com que todos passassem a chamá-lo de tio Hugo e, por conseguinte, a localidade ficou também conhecida como Tio Hugo.

Torres - Tem este nome devido a três grandes rochedos que se estendem à beira Mar. São eles: Torre do Norte (Morro do Farol); Torre do Centro (Morro das Furnas) e Torre do Sul (onde está a Praia da Guarita).

Tramandaí -

Travesseiro - tem como origem o conjunto de pontilhões de madeira que faziam a travessia do arroio que corta o município. As travessias viraram "travesseiro".

Três Cachoeiras - 

Três Coroas - 

Três de Maio - 

Três Passos - 

Triunfo - 

Tucunduva - 

Turuçu - Na língua indígena, quer dizer “águas grandes”, em referência ao arroio homônimo que faz divisa com o município de São Lourenço do Sul.

Unistalda - Quando foi construída uma estrada de ferro entre Santiago e São Borja. As obras foram comandadas pelo general Horta Barbosa. A vila erguida na região foi batizada em homenagem à mãe do militar, a dona Unistalda.

Uruguaiana - A nova freguesia, de início, teve a denominação de Santana do Uruguai e logo depois, Domingos José de Almeida, reunindo os nomes Uruguai (rio) e Ana (Nossa Senhora de Santana - padroeira da Vila) altera o nome para Uruguaiana.

Vacaria - 

Vale Real - O antigo nome de Vale Real era Kronenthal, nome impropriamente traduzido do alemão que significa Vale da Coroa, vale da Coroa de Montanhas

Venâncio Aires - 

Veranópolis - 

Vespasiano Corrêa - 

Viamão - Uma das hipóteses para o nome é uma referência ao avistamento de uma mão espalmada. Isso porque os cinco rios afluentes do Guaíba formariam uma mão sendo vista do alto. Outra possibilidade, segundo a prefeitura, seria uma variação de "ibiamon", ou seja, terra dos pássaros ibias. Existe também o relato de que o município ficaria na região de uma passagem entre montes, a via-monte. Outra versão diz que a cidade, vizinha a Porto Alegre, foi batizada em homenagem a Viamara, antigo nome da província de Guimarães, em Portugal.

Vila Nova do Sul - veio da reestruturação do antigo povoado de São João Velho surgindo uma Vila Nova do Sul.

Xangri-lá - Shangri-La é um paraíso, nas montanhas do Himalaian retratado no livro "Horizonte Perdido", do inglês James Hilton. Lá, a harmonia e a felicidade prevaleceriam entre os moradores.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Helloween esteve entre nós, e o RS está?

Em várias leituras que faço, dentre notícias, artigos, redes sociais e até vídeos, me chamou a atenção um uma publicação do Giovani Grizotti no Repórter Farroupilha, sobre uma prendinha fantasiada de Dia das Bruxas e o mesmo questionou se o objetivo foi fantasiar com o vestido de prenda. Podemos interpretar de várias, inclusive que o vestido seria parte integrante da fantasia não por ser vestido, mas, por ser uma prenda de outra dimensão, uma prenda finada.

Mas, tudo isso me gerou uma reflexão e um questionamento. Será? Por que? Até devemos saber a resposta.

Primeiro: Será? Será que essa data estadounidense que já se consolidou por aqui está maior na sociedade que nossa semana farroupilha? Falando não das festividades e sim no dia dia, já que está extremamente normal as lojas, escolas, demais estabelecimentos e a TV lembrar tal data e em setembro a temática gaúcha não está tão evidente no dia dia.

Segundo: Por que? Por que estamos chegando neste ponto, onde uma cultura estrangeira invade um estado com uma cultura rica e ganha tanta evidência? Que chega ao ponto de questionarmos a proporção que está tomando.

Comentei que temos a resposta, mas, não digo respostas e sim argumentos que possam justificar (não justifica nada nossa cultura ser trocada).

Podemos seguir várias linhas de pensamento, uma delas que até pode ser coerente é a globalização e o avanço de novas tecnologias que deixa facilmente entrar culturas alheias a nossa e principalmente de fora da América Latina. Porém, do mesmo jeito que vem cultura poderia ir cultura e com certeza não temos bairros, cidades, estados ou país (Estados Unidos que é o citado) comemorando os festejos farroupilha ou uma mateada celebrando a cultura gaúcha, no máximo que temos são gaúchos que celebram datas e até fundaram CTG's.

Outra linha de pensamento que sigo é o excessivo regramento utilizado por entidades que se julgam proprietárias da cultura gaúcha e pregam o brasileirismo cultural do Gaúcho, sendo que nossa origem é pampeana. Isso normaliza a aceitação de culturas de outros estados como se fosse nossa também e inconscientemente se misturam no dia-dia do Gaúcho por quererem padronizar o brasileiro.

Nessa mesma linha seguimos também com a postura dos seguidores de uma cultura que não deve evoluir, que tudo tem que ser raiz e do tempo antigo, sendo que devemos acolher todas as formas de defesas culturais gaúcha, seja um mate no parque, um bah em qualquer ambiente, mas, o pessoal que se diz entendido critica por criticar sem avaliar o que pode contribuir para que cada vez mais nosso povo se passa para as bandas estrangeiras. Acreditamos que essa postura afasta qualquer pessoa e principalmente os jovens das entidades e abre espaço para o tal de pop internacional e outras canções estrangeiras, pois, a atitude destas pessoas se agrava e chegam a beirar preconceito e segregação. O mais engraçado, que reclamam que não é raiz em rede social, com um celular na mão, mas, nos tempos raiz isso não existia.

Talvez hoje, para mudar isso, devemos nos despir de todos os preconceitos e unir-se em torno da causa gaúcha, sem lacrar, sem regrar apenas cultivar e apoiar. Primeiramente não devemos criticar o diferente, se tem uma banda tocando vaneira sem pilcha e tu não gosta, não critique, apenas não ouça. Se não se acha confortável andar de pilcha, não vais ser menos gaúcho por isso. O nutella e o raiz faz parte do humor, que usamos para diferenciar o moderno e o antigo.

Essa enxurrada de cultura de fora, podemos colocar na conta de muitos sem eira nem beira que por ter acesso a um celular e poder criticar qualquer coisa, acaba extrapolando a normalidade e rotulando nós gaúchos que realmente nos preocupamos com os valores e a cultura gaúcha. Antes de pregar qualquer coisa precisamos estudar para não passar vergonha, visto que a maioria que prega o gaúchão raiz, vira um bicho raivoso quando adentra no campo político, brigam por figuras opostas, chegam a ficar de mal com pessoas próximas e esquecem que ambos não são gaúchos, não estão nem aí para os nossos valores.

Sim, estou falando de política aqui, me dirigindo diretamente a Lula e Bolsonaro, que são motivo de brigas aqui na província, mas, já pararam para pensar quantas vezes defenderam nossa cultura? Nenhuma, um usa o campo como palanque apenas para se promover, o outro usa os estigmas do centro do país para pregar ideologias. As duas ideologias são prejudiciais aos gaúchos, as duas querem nos normalizar como brasileiros e deixarmos de sermos gaúchos, pois, ser gaúcho não interessa a nenhum dos lado, ser gaúcho é ser bravo e não baixar a cabeça, ser gaúcho é sem independente sem bajular ninguém, ser gaúcho é se erguer nas adversidades e nessas horas ninguém está por nós, apenas por eles.

Vamos para de aceitar patriota brasileiro, vermelhos de foice, trumpismo e chinesismo, vamos começar a ser GAÚCHOS sem lamber botas de ninguém, surgimos do pampa, somos latinos, não somos melhores que os outros estados que também sofrerm esse sufocamento cultural e já estão virando curral de políticos onde irão defecar toda a gana de poder que eles tem. Sofremos culturalmente sim, como Minas sofre, o Nordeste e o Norte sofrem, são poucos que querem dominar tudo e se nos apequenar e baixar a cabeça, nossa cultura se finda.

Comemore sim o Helloween em outubro, comemore festejos juninos em junho e julho, mas comemore a cultura gaúcha o ano inteiro, ouve tua milonga, consuma tradicionalismo não apenas em setembro, veja no Youtube e nas plataformas de músicas, peça na sua rádio preferida e principalmente, ensine seus filhos, não a andar pilchado e sim nossos feitos, nossa origem e nossa história.

domingo, 28 de setembro de 2025

Caminhos de Caravaggio

Caminhar por vales, colinas, estradas rurais e bosques de araucária, com o coração em reflexão, a fé e o horizonte marcando um destino do RS: dois santuários marianos que atravessam a devoção italiana e gaúcha. Estes são os Caminhos de Caravaggio, rota de peregrinação e turismo espiritual  da serra gaúcha que vem conquistando devotos do Brasil.

A figura de Nossa Senhora de Caravaggio tem origem em Caravaggio, Itália, remontando a uma aparição em 1432, quando, segundo a tradição católica, a Virgem apareceu a uma camponesa chamada Joaneta Varoli. Ela pediu orações, penitência e a construção de uma capela no local da aparição. 

Já no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, essa devoção ganha força com a imigração italiana, que trouxe consigo fé, símbolos e práticas religiosas. O Santuário de Caravaggio, em Farroupilha (RS), tornou-se um dos principais polos desse culto. 

O que torna os Caminhos de Caravaggio mais que um passeio turístico é esse laço espiritual e para muitos, caminhar nessas estradas é atravessar os próprios sentimentos, pedir graças, agradecer ou simplesmente olhar para dentro de si. É um estímulo ao silêncio, à comunhão com o divino, à natureza e ao próprio ritmo.

Embora a fé já fosse presente há décadas, o projeto institucional dos Caminhos de Caravaggio foi estruturado e lançado oficialmente em maio de 2019. Surgiu como resposta à união dos municípios da Serra Gaúcha — Canela, Gramado, Nova Petrópolis, Caxias do Sul e Farroupilha — com o propósito de integrar riqueza natural, cultura, turismo e devoção. 

A rota da peregrinação liga o Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio de Canela ao Santuário de Caravaggio de Farroupilha, cobrindo aproximadamente 200 km distribuídos em 10 trechos técnicos, previstos para serem percorridos a pé — embora muitos caminhem também de bicicleta. 

Para referência, um dos trechos, o 10º trecho, tem 22,5 km, começando na Vinícola Colombo (Farroupilha) e terminando no Santuário de Caravaggio. Distâncias de outros trechos variam: 14,3 km, 18,3 km, 20,8 km, 15,6 km, 23,1 km, 19,3 km, 24,1 km, etc. O trajeto foi planejado preferencialmente no sentido Canela → Farroupilha, mas permite também o sentido inverso (Farroupilha → Canela) e para guiar os peregrinos, o caminho é sinalizado: setas amarelas indicam o sentido Canela → Farroupilha; setas azuis para Farroupilha → Canela. 

Adicionalmente, os caminhantes podem receber um passaporte de peregrino, carimbado nos pontos de apoio (pousadas, estabelecimentos ao longo do caminho). Ao completar o percurso, recebem certificado que atesta a jornada — documento simbólico que atesta a caminhada. 

O encanto dos Caminhos de Caravaggio está justamente na mistura entre natureza, cultura, colonização e fé local. Eis os municípios pelos quais a rota passa:

Canela — ponto inicial (ou final) do percurso; conhecido por suas belezas naturais e pelo Santuário de Caravaggio. 

Gramado — famosa cidade turística da Serra Gaúcha, com infraestrutura de turismo bem desenvolvida. 

Nova Petrópolis — em sua área rural intersecta o caminho, contemplando vales, mirantes, vilarejos como Santa Lúcia do Piaí e Vila Oliva já em Caxias do Sul. 

Caxias do Sul — inclui trechos urbanos e rurais; um trecho icônico é a Ponte do Raposo, que conecta Gramado e Caxias do Sul. 

Farroupilha — o destino final da rota. Ali está o Santuário de Caravaggio que reúne peregrinos de todo o Brasil. 

Ao longo do trajeto, espera-se que o peregrino atravesse estradas rurais, rotas de interior, matas de araucária e paisagens típicas da Serra Gaúcha, com encanto especial nas encostas e nos campos. Em boa parte do caminho, não há cobertura de celular/internet; o peregrino é chamado a viver no ritmo da caminhada e da contemplação. 

Embora o percurso não tenha tempo rígido, estima-se que a caminhada leve entre 7 e 10 dias para atravessar os 200 km, case você caminhe com regularidade. Todos os trechos têm desníveis, subidas, descidas e terrenos irregulares. Alguns segmentos exigem esforço, planejamento e preparo físico. O guia oficial divide o caminho por trechos técnicos (distância, altimetria, classificação de dificuldade). Outra recomendação frequente dos organizadores é reservar hospedagem ao longo do trajeto antes de partir, dado que os pontos de parada são limitados.

Além disso, o projeto Caminhos de Caravaggio é irmão espiritual do Caminho de Santiago de Compostela (Espanha), no sentido de compartilhar valores de hospitalidade, voluntariado e peregrinação, e ainda possibilita que os quilômetros percorridos possam compor parte da “Compostelana” quando conectados ao Caminho de Santiago. 

O sucesso de uma rota como essa depende muito da ação voluntária local. A Associação de Voluntários e Apoiadores dos Caminhos de Caravaggio (AVACC) articula alojamentos, hospedarias, comércio, sinalização e suporte aos peregrinos. Os organizadores deixam claro que o caminho não pertence a uma entidade específica — é um patrimônio compartilhado com autoridades municipais, comunidades religiosas e cidadãos anfitriões. O elemento humano aparece de forma constante: moradores locais que fazem acolhimento, pousadas e estabelecimentos que carimbam o passaporte, sinalizações e suporte emergencial. Quem já percorreu relata o calor humano e o espírito de fraternidade como parte central da caminhada. 

Motivos para conhecer: 

Devoção e espiritualidade: para quem busca um diálogo interior, agradecer ou pedir bênçãos.

Conexão com a natureza: trilhas rurais, bosques e silêncio do campo.

Cultura local e patrimônio: atravessar cidades, vilarejos e redescobrir a história italiana, religiosa e gaúcha.

Turismo lento: desacelerar, observar, conversar com moradores e saborear o regional.

Desafio pessoal: completar os 200 km é um feito físico e mental marcante.

Integração de cidades: conhecer lugares menos turísticos como Santa Lúcia do Piaí, Vila Oliva e capelas escondidas que o trajeto revela. 

Como planejar a peregrinação:

Escolha seu sentido — Canela → Farroupilha ou Farroupilha → Canela, conforme disponibilidade e preferência.

Obtenha o guia oficial com mapas, altimetrias, trechos e orientações. 

Passaporte de peregrino — retire no Santuário ou centros credenciados e vá carimbando nos pontos de parada. 

Reservar hospedagens com antecedência — pousadas locais serão as principais opções. 

Preparo físico mínimo — ritmo moderado, resistência a subidas e terrenos irregulares.

Equipamentos leves e confortáveis — mochila adequada, calçados de trilha, roupas para variação climática.

Respeito ao entorno — cultura local, moradores, natureza e silêncio.

Os Caminhos de Caravaggio são muito mais que um percurso geográfico: são uma ponte entre a fé e o mundo, entre cidades da Serra Gaúcha e corações que buscam sentido. Caminhando por Canela, Gramado, Nova Petrópolis, Caxias do Sul até chegar a Farroupilha, o peregrino é convidado a abrir-se para os elementos da terra, da espiritualidade e da hospitalidade local.

Se você nunca ouviu falar desse caminho, deixo um apelo: sinta vontade. Deixe que a curiosidade te mova a conhecer essa rota de fé, suor e beleza. Calce as botas, leve o coração leve e permita que cada quilômetro revele algo novo — de Deus, do mundo e de você mesmo.

Fonte: caminhosdecaravaggio.org

sábado, 27 de setembro de 2025

Biografia Gaúcha - Luiz Carlos Borges

Luiz Carlos Borges foi um dos maiores representantes da música gaúcha missioneira, com uma trajetória que uniu fronteiras, festivais e discos e teve uma vida inteira dedicada ao acordeon e à cultura do sul. Nascido em 25 de março de 1953, em Vila Seca, distrito de Santo Ângelo, nas Missões do Rio Grande do Sul, cresceu em meio às influências musicais da região e desde guri foi envolvido pela sonoridade do chamamé, das rádios de fronteira e dos bailes de campanha. Aos sete anos começou a estudar música e aos nove já tocava gaita nos bailes com o grupo familiar Irmãos Borges, com quem gravou os três primeiros LPs ainda na juventude. Essa fase inicial de estrada, fandangos e rádio forjou o músico que depois se destacaria no cenário nativista em festivais e circuitos culturais dentro e fora do estado.



Com o tempo, Luiz Carlos Borges passou dos bailes familiares para os festivais e para a composição. O grande ponto de virada ocorreu quando venceu a Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana em 1979 com a música “Tropa de Osso”, que marcou o início da sua carreira solo e do seu primeiro disco individual em 1980.

Formou-se em Música pela Universidade Federal de Santa Maria e também assumiu funções na área cultural em São Borja, Santa Maria e Santa Rosa. Foi em Santa Rosa que idealizou e organizou o Musicanto Sul-Americano de Nativismo a partir de 1983, criando um dos maiores espaços de integração musical entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai dentro do universo tradicionalista e missioneiro.

Ao longo da carreira, Luiz Carlos Borges lançou mais de 30 discos entre LPs, CDs e DVDs. Dos trabalhos com os Irmãos Borges nos anos 1970 às parcerias internacionais nas décadas seguintes, construiu uma discografia ampla e respeitada. Entre os álbuns individuais estão:

Tropa de Osso (1981)

Noites, Penas e Guitarra (1982)

Quarteada (1984)

Solo Livre (1986)

Fronteras Abiertas com Antonio Tarragó Ros (1991)

Gaúcho Rider com o Grupo Alma (1992)

Geraldo Flach & Luiz Carlos Borges com Geraldo Flach (1992)

Na Chama do Chamamé (1993)

Hay Chamamé (1995)

Gaúcho com Edison Campagna (1995)

Temperando (1996)

Campeiros com Mauro Ferreira (1999)

Luiz Carlos Borges (1999)

Do Pampa ao Pantanal (2001)

40 Anos de Música (2002)

Luiz Carlos Borges & Quarteto (2004)

Buenaço (2008)

Itinerário de Rosa (2008) 

Con Amigos Argentinos (2010).



Em 2014 lançou também o DVD “50 Anos de Música – Ao Vivo”, premiado no Prêmio Açorianos e registrado com participações especiais.



Durante a carreira também teve coletâneas como Sucessos de Ouro (1994), Acervo Gaúcho (1998) e 40 Anos de Glória (2003), todas incrementando o acervo das gravações missioneiras e chamameceras que ajudou a popularizar.

Sua ligação com o chamamé foi decisiva para a integração musical do Cone Sul. Atuou ao lado de grandes nomes argentinos como Antonio Tarragó Ros, Rudi e Nini Flores e participou de encontros com artistas de peso do folclore latino-americano, inclusive dividindo palco com Mercedes Sosa, Juan Falú e Geraldo Flach. Com Mercedes Sosa gravou uma música em seu último trabalho o albúm Cantora

Representou o Brasil no Festival Nacional del Folklore de Cosquín em Córdoba, na Argentina, nas edições de 1984 e 1998. Se apresentou nos Estados Unidos em 1986 no International Festival of Folklore em Salt Lake City, esteve na Semana Regional do Folclore na Guiana Francesa em 1988 e fez turnês em países europeus como França, Alemanha e Áustria. Participou também da Fiesta Nacional del Chamamé em Corrientes, consolidando-se como uma referência do gênero para o público latino.

Ao longo de décadas, foi presença constante e premiada em festivais nativistas, vencendo como compositor, intérprete, instrumentista e arranjador. Recebeu mais de uma centena de premiações,  distinções e indicações, incluindo vários Prêmios Açorianos de Música em Porto Alegre, sendo eles:

1998 - Foi indicado para Disco de Música Regional e Instrumentista de Teclado

2008 - Foi premiado como Compositor de Música Regional e Arranjador (com Leandro Rodrigues)

2011 - Ganhou menção especial pelos 50 anos de carreira

2014 - Venceu como Compositor de Música Regional, Intérprete de Música Regional, Instrumentista de Música Regional, DVD do ano e melhor álbum de música regional com o disco 50 Anos de Música. Além destas premiações diversas entidades culturais e prefeituras lhe prestaram homenagens ao longo da vida e após seu falecimento.

Seu estilo era marcado pela fusão da milonga, vaneira, polca e chamamé com a identidade missioneira da fronteira oeste gaúcha. A gaita ponto e sua interpretação forte e sensível levaram a música do sul a novos países e a novos públicos. Para além dos palcos, Borges contribuiu com a organização cultural, especialmente com o Musicanto, que se tornou um palco de integração latino-americana. Seu compromisso com a tradição não impediu o diálogo com outros ritmos e artistas, o que tornou sua obra diversa e autêntica.

Luiz Carlos Borges faleceu em 10 de maio de 2023, aos 70 anos, em Porto Alegre, deixando um legado respeitado no Brasil, Argentina e Paraguai. É lembrado como embaixador missioneiro do chamamé, acordeonista de alma fronteiriça e figura central na construção da identidade musical do sul do país ao longo de mais de cinco décadas de carreira. Sua obra continua circulando em regravações, projetos de memória, coletivos musicais e publicações culturais.


sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Semana Farroupilha: história e tradições

Conheça a história e as celebrações que mantêm viva a cultura do Rio Grande do Sul. Por que comemoramos a Semana Farroupilha Todo setembro o Rio Grande do Sul veste a pilcha pega a sua bandeira e o chimarrão: é a Semana Farroupilha, período em que gaúchos e gaúchas relembram a Revolução Farroupilha (ou Guerra dos Farrapos), movimento que começou em 20 de setembro de 1835 e que é referência central para a identidade regional. Além de celebrar o resgate histórico de sua cultura. A semana reúne atos cívicos, desfiles, bailes, provas campeiras, rodas de mate e muitas comidas típicas — uma verdadeira reafirmação de história, memória e orgulho gaúcho. 

A Revolução Farroupilha foi um conflito de caráter republicano e regional que enfrentou o poder imperial entre 1835 e 1845, com epicentro na província então chamada São Pedro do Rio Grande do Sul. Lideranças militares e civis locais (como Bento Gonçalves, Antônio de Souza Neto, o Barão de Caxias em contextos diversos, e outros personagens) marcaram o período — heróis, derrotas e negociações que virarão mito e narrativa fundadora do Estado. Essa memória é rememorada a cada 20 de setembro, o chamado Dia do Gaúcho. 

Embora a lembrança dos farroupilhas seja do século XIX, a oficialização da Semana Farroupilha como comemoração estadual ocorreu no século XX. A legislação que instituiu a Semana como evento a ser celebrado anualmente (na prática entre 14 e 20 de setembro) foi a Lei nº 4.850, de 11 de dezembro de 1964, com atualizações posteriores. A partir dessa oficialização, o Estado pa

ssou a incentivar a organização das festividades em escolas, prefeituras, CTGs e órgãos públicos. 

Não há um único “idealizador” mas, reconhecemos os jovens que juntamente com Paixão Cortes e Barbosa Lessa retiraram uma centelha da Chama da Pátria para demonstrar o resgate das nossas tradições e a partir daí a Semana Farroupilha é fruto de um processo coletivo e institucional. Movimentos tradicionalistas (como o Movimento Tradicionalista Gaúcho — MTG e seus Centros de Tradições Gaúchas, os CTGs), municípios, escolas e o próprio governo do estado foram responsáveis por transformar lembranças isoladas numa semana de festejos integrados. Desde meados do século XX, a ação dos CTGs e das entidades culturais difundiu a celebração para todo o território gaúcho, institucionalizando ritos, trajes, danças e provas campeiras que hoje associamos ao que é “ser gaúcho”.

A expansão veio por etapas: comemorações locais nas comunidades rurais e urbanas; incorporação de atividades escolares e cívicas; apoio governamental e, por fim, a massificação via mídia e grandes eventos nas capitais e parques.

Hoje há: Programação oficial do governo do Estado (inclui Desfile Tradicional em Porto Alegre e atos cívicos). 

Festas e rodeios em parques e praças (ex.: Parques de Exposições, praças centrais).

Atuação intensa dos CTGs, que organizam bailes, invernadas artísticas, provas de laço e piquetes.

Feiras de culinária e praças de alimentação com comidas típicas (carreteiro, churrasco, charque, chimarrão). 

Essa rede ampla de atores transformou uma data histórica em uma semana de vocação cultural, turística e econômica.

A Semana Farroupilha é comemorada, por norma legal, entre 14 e 20 de setembro, culminando no Dia do Gaúcho (20 de setembro), data que marca o início da Revolução Farroupilha em 1835. Durante a semana ocorrem atividades em escolas, CTGs, prefeituras e espaços públicos, como acender da Chama Crioula, transmissão de símbolos e a realização de desfiles. Ainda existem outras datas a serem lembradas, proclamação da República Rio-Grandense e Batalha dos Porongos. 

Existem dois elementos centrais das festividades recentes são a Chama Crioula e as Rondas Crioulas: Chama Crioula é o símbolo que circula entre municípios e CTGs antes do dia 20, representando a chama da memória farroupilha e das tradições gaúchas, e que é utilizada em atos cívicos e acampamentos. Enquanto a Ronda Crioula é o conjunto de programações — que pode incluir apresentações culturais, cavalgadas, gDoações de fogos cerimoniais e formações de tropa — organizado por CTGs e departamentos tradicionalistas. Essas atividades reforçam a presença dos piquetes e da cavalgada como manifestações vivas da tradição. As rondas e festas locais costumam durar vários dias, concentrando oficinas, shows, bailes e competições. 

Temos também o Desfile Tradicional de 20 de Setembro realizado em Porto Alegre e em várias cidades do interior e este é o ápice do calendário oficial. Nele desfilam autoridades, regimentos, escolas, invernadas artísticas, cavalarianos, piquetes e entidades tradicionalistas — sempre com revista de tropa e encenações temáticas que remetem à Revolução Farroupilha e à vida campeira. O formato mistura o cívico-militar (homenagem aos heróis farroupilhas), o folclórico e o comunitário, transformando a avenida num grande palco de afirmação cultural. 

Se você nunca viveu uma Semana Farroupilha, aqui vai um roteiro-resumo do que esperar:

1. Abertura com hasteamento de bandeiras e acendimento da Chama Crioula.

2. Desfiles cívico-militares e tradicionais (20/09) — escolas, CTGs, invernadas. 

3. Rondas Crioulas e cavalgadas — churrascos, bailes e acampamentos. 

4. Bailes e invernadas artísticas — apresentação de dança tradicionalista (prendas e peões).

5. Provas campeiras — laço, rédea, gineteadas em alguns locais.

6. Gastronomia e feiras — carreteiro, churrasco, charque, doces e erva-mate ao redor de rodas de chimarrão. 

A indumentária (bombachas, lenço, pilcha, botas, chimarrão) e a música (vanerão, milonga, chamamé, entre outros) permeiam cada ato. A transmissão entre gerações se dá nas invernadas artísticas e nas famílias que mantêm as tradições no seu cotidiano que é um processo diário, ritualizado a cada setembro.

Como toda celebração histórica massiva, a Semana Farroupilha também é objeto de estudos e discussões sobre memória, mito e identidade. Pesquisadores chamam atenção para a forma como certos episódios são mitificados, para as omissões históricas e para a necessidade de pluralizar a narrativa — algo que não diminui o valor cultural do evento. 

A Identidade cultural ajuda a manter viva a memória local e as práticas do campo e reúne famílias e comunidades em torno de tradições partilhadas. Isso aquece a economia lolocal, o turismo, gastronomia e comércio que recebem impulso com os festejos.

Tu não és daqui, seguem dicas para quem quer participar (visitante ou turista)

Respeite os ritos locais: veja o calendário do CTG ou prefeitura e participe com curiosidade e respeito.

Pilcha opcional: muitos visitantes se encantam e usam uma pilcha básica — mas não é obrigatório.

Prove a comida: carreteiro e churrasco são essenciais. Traga disposição para mate e prosa.

Vá a um baile ou invernada: é ali que se sente o pulso cultural da festa.

Confira programações oficiais nos sites da Secretaria de Cultura do RS ou dos órgãos municipais antes de ir. 

A Semana Farroupilha é a prova de que memória e festa caminham juntas: o passado (a Revolução Farroupilha) é lembrado, recontado e refeito a cada setembro por milhares de mãos, vozes e facões que preservam a cultura do Rio Grande do Sul. Mais do que turismo ou espetáculo, é um período de reafirmação identitária — e um convite para quem nunca esteve: venha com respeito, prove o chimarrão e escute as histórias ao redor do fogo.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Uma breve charla: Está cada vez mais difícil apenas SER GAÚCHO

Buenas gauchada e este é o mês do Gaúcho, mas te enganas se eu for dizer que é por causa dos Festejos farroupilha. Começa o mês de criticar o vivente que se pilcha somente para ir às rondas nos CTGS e nos bailes da Semana Farroupilha, é o mês de politizar qualquer manifestação em defesa dos nossos símbolos através de más interpretações por que já estão contaminados pela política, de não ser entendido ou de ser taxado por não concordar com a maioria, de ser criticado por não gostar de um artista ou de gostar.

Hoje independentemente do meu voto na urna, não defendo nenhum político vinculado à Brasília ou defensor de algum vinculado à Brasília, por questões ideológicas sim, mas, à ideologia do Pampa, de minha cultura estar irmanada nos povos latino-americanos e não se restringir apenas nas fronteiras políticas, que estas mudam sempre.

O mês que seria de orgulho das tradições e manifestações culturais resgatadas por pessoas que dedicaram uma vida inteira por isso, acaba virando vitrine de político mal intencionado que quer aparecer, de governantes que se aproveitam do sentimento bairrista aflorado para prometer mais ainda, acaba sendo o mês de pessoas desinformada atacando os outros, de pessoas impondo patriotismo tupiniquim, de empresários ricos pagando de simples no galpão se passando por gaúchos e por trás financiam político que ataca o povo e muitos são contra nossas manifestações culturais. 

Enfim, setembro chega e nós seguimos aqui neste terreno bandido da Internet tentando mostrar que estamos abandonados na base popular na pirâmide socialmente país desigual que nos explora por todos os lados e muitos tem orgulho, tenha orgulho de ser gaúcho, já que recebemos esta honraria e para de te fresquiar apoiando gente lá de cima e polarizado nossas políticas, para de apoiar aqueles lá de cima que só querem teu voto e te dar migalha, larga teu político de estimação que tem um de estimação lá em Brasília, vamos ser gaúcho e apoiar gaúcho, que sabe nossos políticos abrem o olho e descobrem que somos gaúchos de fato. 

Venha com teu orgulho de ser brasileiro que te entrego a honra de ser gaúcho. 

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Expointer: História, Tradição e Modernização da Maior Feira Agropecuária da América Latina

 A Expointer, realizada em Esteio (RS), é considerada a maior feira agropecuária da América Latina. Mais do que um evento do setor, ela é um símbolo da cultura gaúcha e um ponto de encontro entre tradição, inovação e negócios. Sua história ultrapassa um século e mostra como o Rio Grande do Sul se tornou referência no agronegócio e na agricultura familiar. Este ano ocorre entre os dias 30 de agosto a 7 de setembro de 2025. Confira a programação AQUI



Neste artigo, vamos conhecer as origens da Expointer, sua expansão internacional, o processo de modernização e os desafios recentes que transformaram o evento em um verdadeiro patrimônio cultural do estado.

As origens da Expointer (1901 – 1972)

A história começa em 1901, quando Porto Alegre recebeu a Exposição de Produtos do Estado, no Campo da Redenção – hoje conhecido como Parque Farroupilha. O objetivo era claro: mostrar o melhor da produção agrícola e pecuária do Rio Grande do Sul, reforçando o papel do setor rural na economia e na identidade do estado.

Com o crescimento da feira, surgiu a necessidade de um espaço maior e mais adequado. Assim, em 1970, a exposição foi transferida para o recém-inaugurado Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

Pouco tempo depois, em 1972, o evento ganhou um novo nome: Expointer, conquistando status de exposição internacional. Foi nesse mesmo ano que ocorreu a primeira edição oficial no parque de Esteio, marco definitivo para sua consolidação.

Expansão e internacionalização da Expointer (1972 – 2000)

Durante a década de 1970 e início dos anos 1980, a Expointer acontecia de dois em dois anos. Um momento marcante desse período foi em 1974, quando a Alemanha Ocidental presenteou o parque com as três esferas nas cores da bandeira gaúcha, que até hoje são um dos símbolos mais icônicos do espaço.

Em 1984, a feira passou a ser anual, o que impulsionou seu crescimento e fortalecimento no cenário nacional e internacional.

Outro marco aconteceu em 1999, com a criação da logomarca da Expointer e a primeira edição da Feira da Agricultura Familiar. Esse espaço trouxe protagonismo aos pequenos produtores, valorizando a diversidade de alimentos e saberes do campo, além de se tornar um dos grandes atrativos do evento.

Modernização e novos desafios da Expointer (2000 em diante)

O século XXI trouxe novos rumos para a feira. Em 2006, a Expointer foi oficialmente reconhecida como patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul por lei estadual, reforçando sua importância não apenas para o agronegócio, mas também para a identidade cultural gaúcha.

Em 2012, foi lançada a maquete de remodelação do Parque Assis Brasil, com projetos de modernização da infraestrutura. Esse processo foi consolidado em etapas, entre elas a inauguração, em 2018, do novo Pavilhão da Agricultura Familiar, com 7 mil m², oferecendo mais conforto e estrutura para produtores e visitantes.

A pandemia trouxe um momento inédito: em 2020, a Expointer aconteceu de forma digital, sem público presente. No ano seguinte, 2021, retornou em formato híbrido, com limitação de visitantes. Finalmente, em 2022, voltou ao formato tradicional, celebrando a retomada e reafirmando sua força como o maior encontro do agronegócio da América Latina.

Expointer hoje: símbolo de tradição e futuro

Atualmente, a Expointer vai muito além de uma feira de negócios. Ela é um patrimônio vivo do Rio Grande do Sul, onde convivem o grande e o pequeno produtor, o moderno e o tradicional, a inovação tecnológica e a cultura do campo.

O evento é uma vitrine do agronegócio brasileiro, mas também um espaço de valorização da agricultura familiar, da cultura gaúcha e da integração entre campo e cidade.

A cada ano, a Expointer reafirma seu papel como símbolo de identidade, progresso e tradição. Uma celebração que une gerações e continua escrevendo a história do agro e do Rio Grande do Sul para o mundo.

sábado, 16 de agosto de 2025

Biografia Gaúcha - Telmo de Lima Freitas

Telmo de Lima Freitas nasceu em 13 de fevereiro de 1933, em São Borja, no Rio Grande do Sul. Desde muito cedo, demonstrou talento musical: aos dois anos já tocava cavaquinho e, posteriormente, aprendeu violão. Cresceu em um ambiente profundamente ligado à tradição campeira, o que influenciou sua obra poética e musical.

Aos 14 anos, integrou o Quarteto Gaúcho, iniciando sua trajetória artística em rádios locais, como o programa Porongo de Pedra na Rádio ZYFZ – Fronteira do Sul. Durante os anos 1960 e 1970, começou a se destacar em festivais regionais, consolidando-se como um dos grandes nomes do movimento nativista. Participou do 1º Festival de Música Regionalista da Rádio Gaúcha em 1969 e, anos depois, cofundou o grupo Os Cantores dos Sete Povos com Edson Otto e José Antônio Hahn. O grupo conquistou a Calhandra de Ouro na Califórnia da Canção Nativa em 1979 com a música “Esquilador”.

Telmo de Lima Freitas lançou diversos álbuns, muitos deles gravados pela USA Discos, destacando-se por composições que retratam a vida campeira, a simplicidade do campo e a cultura tradicional gaúcha. Sua obra é marcada pela poesia e pelo cuidado com a musicalidade, tornando-se referência para gerações de intérpretes.

Homenagens e Legado

Prêmio Açorianos (2000): Melhor Compositor e Melhor Disco Regional por A Mesma Fuça.

Prêmio Açorianos (2012): Homenageado do Ano pelo conjunto da obra.

Telmo faleceu em 18 de fevereiro de 2021, aos 88 anos, deixando um legado cultural inestimável para a música gaúcha.

Discografia Completa:

Álbuns de estúdio

O Canto de Telmo de Lima Freitas — 1973; reedição: 1983, PolyGram

Alma de Galpão — 1980, lançamento independente / Olvebra; reedição: 1990, BMG/Ariola

Tempos de Praça — 1993, USA Discos

De Marcha Batida — 1994, USA Discos

Rastreador — 1996, USA Discos

A Mesma Fuça — 2000, USA Discos



Poesias — 2001, USA Discos

Carteio da Vida (Acústico) — 2002, USA Discos

Aparte — 2006, Independente (releituras autorais)

Coletâneas e relançamentos

35 Mega Sucessos — 2010, compilação digital

Principais Canções

Esquilador

Lembranças

Prenda Minha

Pago Santo

Essas canções são consideradas clássicos da música nativista e continuam sendo interpretadas em festivais e rodas de música gaúcha.

Telmo de Lima Freitas foi um artista multifacetado, Poeta, cantor e violonista. Suas composições valorizam a vida campeira, a natureza e a tradição do Rio Grande do Sul e seu legado influencia novos artistas e garante a preservação da cultura regional, sendo lembrado como um verdadeiro guardião da alma gaúcha, sendo referência obrigatória para quem deseja conhecer a essência da música nativista.

Telmo de Lima Freitas foi muito mais do que um cantor e compositor; foi um poeta da vida campeira, um representante da tradição gaúcha e uma inspiração para novas gerações. Sua discografia completa, com canções marcantes, continua viva nas rodas de mate, festivais e plataformas digitais, mantendo sua obra sempre presente no coração do Rio Grande do Sul.



terça-feira, 29 de julho de 2025

Nossa cultura é invenção?

Última fim de semana surge uma nova polêmica envolvendo nossa cultura, onde a cantora Shana Muller diz que nossa cultura é uma invenção, que inventaram tudo que se tem hoje no tradicionalismo. Ela diz, a cultura é inventada e precisa ser reinventada.

Primeiramente, sendo um crítico ferrenho do regramento da cultura do MTG nunca declarei que a cultura manifestada dentro do CTG não é importante e mesmo com todos os problemas dentro das entidades tradicionalistas, temos que reconhecer o trabalho executado por mais de 70 anos e perpetuando a cultura que temos hoje.

Ao falar que é uma cultura inventada, podemos considerar que a mesma está desinformada ou promovendo uma desinformação, comum nos dias de hoje, pois esse "modelo" cultural que temos no Rio Grande do Sul, vem de um resgate de manifestações culturais muito diversificadas e profundamente estudada por Paixão Cortes e seus parceiros, que se debruçaram em livros, filmes e relatos diversos buscando resgatar uma cultura que já estava perdida e que graças a ele respira e está consolidada no sul do Brasil. 

O que surpreende é que a artista faz essa colocação novamente depois de aproximadamente 8 anos, abordando o machismo, que obviamente existe aqui e em todo lugar, e vamos apontar isso tudo mais a frente. Voltando ao relato, o que ela mesma fez nesses 8 anos além de ganhar dinheiro dessa mesma cultura "inventada" que certamente que proporciona uma boa renda e caso esteja equivocado, podem me corrigir, Shana Muller não tem nenhum projeto, programa ou eventos que trabalhem o tema machismo ou inclusão de mais mulheres no meio tradicionalista. 

A tal invenção se dá de um movimento de resgate cultural promovido nos anos 50 e a partir dele trás a tona todo o simbolismo que hoje fica evidente na semana Farroupilha em setembro, porém, esse resgate aconteceu por que jovens do interior estavam vendo seu cotidiano lá do campo, da cidade pequena se perdendo e perdendo espaço para a cultura estrangeira vinda da Europa e principalmente dos Estados Unidos. Com isso fizeram o evento simbólico de acender uma chama simbolizando nossa essência cultural e mostrando que nossos costumes não estavam apagados.

Hoje, com essa atitude de pessoas que atuam dentro de instituições tradicionalistas, que ganharam dinheiro e visibilidade com essa cultura vem a público criticar sem apontar norte, mostra que estamos passando por um momento cultural nebuloso igual a década de 50 e precisamos de alguém para preservar e resgatar o que sobrou do nosso tradicionalismo essencial, com aquela simplicidade do campo, sem regras de vestimentas, sem padrão para laçar, sem normas para ser gaúcho. Nem isso está se segurando perante a invasão estrangeira no Rio Grande do Sul. 

A invasão vem através desta ferramenta que uso para defender nossa tradição, e o descuido do que se diz gaúcho permite que ele próprio mate a tradição aos poucos. Como? Já te explico.  Tchê, vem comigo fazer a linha cronológica do gaúcho, no século 18 tem notícias de índios vagos que rondam as capitais do Prata, tratados como bandidos e bandoleiros. Logo após o fim da reduções jesuíticas, com o gado solto, se criam campeiros com habilidades em cima do lombo do cavalo e com o início das Charqueadas são recrutados nas estâncias para a lida de campo. Seus costumes foram se perdendo e com sucessivos governos abertos a centralizar poder e normalizar o país, tudo isso acabou se perdendo e com o avanço das tecnologias da época, nossa essência estava fadada a se acabar.

Aí que começa a cultura de hoje, que foi resgatada por jovens que não aguentavam mais músicas do centro do país, músicas estadounidenses e inglesas. Essa indignação fez com que saíssem a cavalo pela capital e transformassem um pequeno gesto em uma perpetuação e consolidação da garra de uma povo. Agora no período que estamos, sendo contaminados pela política que segrega em prol de duas figuras que não se importam com nosso povo,com nosso estilo de vida, se importam apenas em arrebanhar suditos cegos por um ideal que não é nosso e sim deles. Hoje vemos gaúchos enrolados na bandeira do Brasil,  sendo que quase duzentos anos atrás essa mesma bandeira estava aniquilando o povo em prol de não entregar o pedaço de terra que defendia suas fronteiras. Estão defendendo os Estados Unidos, presidido por um louco megalomaníaco que quer submissos ao invés de parceiros. Em contrapartida, a outra ponta da agressão cultura bem a onda vermelha combatendo nosso hino é nos taxando de racistas e tudo que hoje temos de ruim na sociedade.

Estes mesmos indivíduos que segregam o país em sua maioria, nos rotulam através de fantoches eleitoreiros que trabalham a favor dos figurões de Brasília,  atuam aqui fantasiados de vereadores e deputados e pregam ódio de ambos os lados, tecem narrativas de interesses ideológicos financeiros. Uns para uma família, outra para os grupos e quem sai com sua história manchada é o Rio Grande do Sul, que tem pessoas que vivem dentro da tradição usando narrativas, pessoas em CTGS agredindo e ofendendo o outro em defesa de pátria invasora e assim seguimos rumo ao limbo histórico do ostracismo cultural. 

Seguimos firmes defendendo o ideal gaúcho do pampa, o que não tem regra, o que é simplesmente ser gaúcho, na comida, no falar, no vestir e no ser. Minha pátria é o pampa.