terça-feira, 29 de julho de 2025

Nossa cultura é invenção?

Última fim de semana surge uma nova polêmica envolvendo nossa cultura, onde a cantora Shana Muller diz que nossa cultura é uma invenção, que inventaram tudo que se tem hoje no tradicionalismo. Ela diz, a cultura é inventada e precisa ser reinventada.

Primeiramente, sendo um crítico ferrenho do regramento da cultura do MTG nunca declarei que a cultura manifestada dentro do CTG não é importante e mesmo com todos os problemas dentro das entidades tradicionalistas, temos que reconhecer o trabalho executado por mais de 70 anos e perpetuando a cultura que temos hoje.

Ao falar que é uma cultura inventada, podemos considerar que a mesma está desinformada ou promovendo uma desinformação, comum nos dias de hoje, pois esse "modelo" cultural que temos no Rio Grande do Sul, vem de um resgate de manifestações culturais muito diversificadas e profundamente estudada por Paixão Cortes e seus parceiros, que se debruçaram em livros, filmes e relatos diversos buscando resgatar uma cultura que já estava perdida e que graças a ele respira e está consolidada no sul do Brasil. 

O que surpreende é que a artista faz essa colocação novamente depois de aproximadamente 8 anos, abordando o machismo, que obviamente existe aqui e em todo lugar, e vamos apontar isso tudo mais a frente. Voltando ao relato, o que ela mesma fez nesses 8 anos além de ganhar dinheiro dessa mesma cultura "inventada" que certamente que proporciona uma boa renda e caso esteja equivocado, podem me corrigir, Shana Muller não tem nenhum projeto, programa ou eventos que trabalhem o tema machismo ou inclusão de mais mulheres no meio tradicionalista. 

A tal invenção se dá de um movimento de resgate cultural promovido nos anos 50 e a partir dele trás a tona todo o simbolismo que hoje fica evidente na semana Farroupilha em setembro, porém, esse resgate aconteceu por que jovens do interior estavam vendo seu cotidiano lá do campo, da cidade pequena se perdendo e perdendo espaço para a cultura estrangeira vinda da Europa e principalmente dos Estados Unidos. Com isso fizeram o evento simbólico de acender uma chama simbolizando nossa essência cultural e mostrando que nossos costumes não estavam apagados.

Hoje, com essa atitude de pessoas que atuam dentro de instituições tradicionalistas, que ganharam dinheiro e visibilidade com essa cultura vem a público criticar sem apontar norte, mostra que estamos passando por um momento cultural nebuloso igual a década de 50 e precisamos de alguém para preservar e resgatar o que sobrou do nosso tradicionalismo essencial, com aquela simplicidade do campo, sem regras de vestimentas, sem padrão para laçar, sem normas para ser gaúcho. Nem isso está se segurando perante a invasão estrangeira no Rio Grande do Sul. 

A invasão vem através desta ferramenta que uso para defender nossa tradição, e o descuido do que se diz gaúcho permite que ele próprio mate a tradição aos poucos. Como? Já te explico.  Tchê, vem comigo fazer a linha cronológica do gaúcho, no século 18 tem notícias de índios vagos que rondam as capitais do Prata, tratados como bandidos e bandoleiros. Logo após o fim da reduções jesuíticas, com o gado solto, se criam campeiros com habilidades em cima do lombo do cavalo e com o início das Charqueadas são recrutados nas estâncias para a lida de campo. Seus costumes foram se perdendo e com sucessivos governos abertos a centralizar poder e normalizar o país, tudo isso acabou se perdendo e com o avanço das tecnologias da época, nossa essência estava fadada a se acabar.

Aí que começa a cultura de hoje, que foi resgatada por jovens que não aguentavam mais músicas do centro do país, músicas estadounidenses e inglesas. Essa indignação fez com que saíssem a cavalo pela capital e transformassem um pequeno gesto em uma perpetuação e consolidação da garra de uma povo. Agora no período que estamos, sendo contaminados pela política que segrega em prol de duas figuras que não se importam com nosso povo,com nosso estilo de vida, se importam apenas em arrebanhar suditos cegos por um ideal que não é nosso e sim deles. Hoje vemos gaúchos enrolados na bandeira do Brasil,  sendo que quase duzentos anos atrás essa mesma bandeira estava aniquilando o povo em prol de não entregar o pedaço de terra que defendia suas fronteiras. Estão defendendo os Estados Unidos, presidido por um louco megalomaníaco que quer submissos ao invés de parceiros. Em contrapartida, a outra ponta da agressão cultura bem a onda vermelha combatendo nosso hino é nos taxando de racistas e tudo que hoje temos de ruim na sociedade.

Estes mesmos indivíduos que segregam o país em sua maioria, nos rotulam através de fantoches eleitoreiros que trabalham a favor dos figurões de Brasília,  atuam aqui fantasiados de vereadores e deputados e pregam ódio de ambos os lados, tecem narrativas de interesses ideológicos financeiros. Uns para uma família, outra para os grupos e quem sai com sua história manchada é o Rio Grande do Sul, que tem pessoas que vivem dentro da tradição usando narrativas, pessoas em CTGS agredindo e ofendendo o outro em defesa de pátria invasora e assim seguimos rumo ao limbo histórico do ostracismo cultural. 

Seguimos firmes defendendo o ideal gaúcho do pampa, o que não tem regra, o que é simplesmente ser gaúcho, na comida, no falar, no vestir e no ser. Minha pátria é o pampa.

sábado, 19 de julho de 2025

Musica regional, como foi nosso primeiro semestre

Buenas, gauchada! Entramos no segundo semestre de 2025 e chegou a hora de revisarmos como anda a presença da música regional gaúcha nas rádios do Sul do Brasil. Será que ainda temos espaço nas paradas ou estamos sumindo? Já fizemos análises de períodos anteriores, AQUI.  Com base nos dados atualizados do site Connectmix, que monitora as músicas mais tocadas no país, trazemos uma análise detalhada do cenário atual — separando por rádios comerciais e comunitárias, estado por estado: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

O resultado acende um alerta: a música gaúcha tradicional segue perdendo espaço, sendo ofuscada pelo domínio da música sertaneja nas rádios comerciais e sustentada quase que exclusivamente pelas bandas de bailão nas rádios comunitárias. Nomes como Céu e Cantos, Brilha Som, Corpo e Alma e Grupo Festerê ainda resistem, mas os números mostram uma queda acentuada da representatividade regional nas ondas do rádio. Essa tendência não é de hoje — desde 2023 percebemos a redução do alcance das nossas músicas de raiz, um reflexo direto da normalização cultural imposta pelo mercado nacional. E isso é grave: o sumiço da nossa música é o sumiço de quem somos como povo.

Com base nos dados atualizados do site Connectmix, que monitora as músicas mais tocadas no país, trazemos uma análise detalhada do cenário atual — separando por rádios comerciais e comunitárias, estado por estado: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Destaques do Monitoramento Musical de 2025

Região Sul – Rádios Comerciais

Sem artistas regionais no Top 15.

Região Sul – Rádios Comunitárias

1º lugar: Amor Infinito – Céu e Cantos

6º lugar: Saudade da Ex – Céu e Cantos e Brilha Som

Rio Grande do Sul – Rádios Comerciais

11º lugar: Data Especial – Corpo e Alma e Marcos & Belutti

13º lugar: Namoro ou Sacanagem – Modello

Rio Grande do Sul – Rádios Comunitárias

2º lugar: Amor Infinito – Céu e Cantos

5º lugar: Me Diz – Brilha Som e Corpo e Alma

6º lugar: Saudade da Ex – Céu e Cantos e Brilha Som

14º lugar: Apartamento 104 – Grupo Festerê e Cleiton Borges

Santa Catarina – Rádios Comerciais

Sem artistas regionais no Top 15.

Santa Catarina – Rádios Comunitárias

1º lugar: Amor Infinito – Céu e Cantos

9º lugar: Saudade da Ex – Céu e Cantos e Brilha Som

Paraná – Rádios Comunitárias

11º lugar: Amor Infinito – Céu e Cantos

O Encolhimento da Música Gaúcha nas Rádios

Este ano notamos uma redução significativa dos sucessos regionais nas rádios do Sul. A música tradicional gaúcha praticamente desapareceu dos rankings comerciais, restando apenas a força do bailão como resistência musical.

Nas rádios comerciais, o sertanejo de apelo nacional domina, e não é difícil entender o motivo: questões financeiras e interesses do mercado influenciam diretamente na programação das rádios, que priorizam artistas com maior investimento em mídia.

Já nas rádios comunitárias, a situação é um pouco mais favorável — ainda temos nomes como Céu e Cantos, Brilha Som e Corpo e Alma entre os mais tocados, mas com uma queda notável em relação a anos anteriores:

Região Sul - Comunitárias: redução de 4 para 2 músicas regionais no ranking.

RS - Comunitárias: queda de 6 para 4 músicas no top 15.

SC - Comunitárias: de 3 para apenas 2 músicas regionais no ranking.

PR - Comunitárias: única surpresa positiva foi Céu e Cantos aparecendo no ranking, o que não ocorreu no ano passado.

Alerta Cultural: A Perda da Identidade Musical

Essa redução vem acontecendo desde 2023, acendendo um alerta sério para quem se importa com a preservação da cultura gaúcha. O enfraquecimento da música regional nos meios populares de comunicação reflete a normalização cultural com o resto do país — o famoso brasileirismo que vai apagando nossas cores e sons.

❝O Bailão não é tradicionalismo, mas é regional. É nosso.❞

Muita gente torce o nariz pro bailão, mas a verdade é que essas bandas nasceram aqui, em cidades do interior do RS e SC, inovaram no ritmo, levaram a dança e a alegria pra bailes de salão e ainda sustentam a presença do sul nas paradas musicais. Infelizmente nosso povo não aceita o sucesso regional, sempre fala em querendo se aparecer ou com frescura. 

Infelizmente, não há apoio das grandes correntes de cultura tradicionalista. Essas bandas não são ensinadas nas escolas, nem valorizadas nos CTGs. A identidade do gaúcho de interior, com seus causos e sua simplicidade, é tratada como algo menor — quando, na verdade, é o que temos de mais autêntico.

Somos gaúchos, somos do pampa. Mas muitos preferem vangloriar suas origens europeias do que valorizar o que nasceu aqui, nesse chão. O mesmo gaúcho que exalta o Velho Mundo, o Tio Sam e o Brasileirismo, é o que despreza o bailão, que também carrega herança germânica, italiana e missioneira.

É hora de rever nosso papel como defensores da cultura sulista. Precisamos consumir, apoiar e divulgar nossa música, pra que ela siga viva nos rádios, nos palcos e no coração do povo.


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sábado, 12 de julho de 2025

Paixão Cortes: O Gaúcho que se Fez Tradição

Se hoje o Rio Grande do Sul respira cultura gaúcha em cada rodeio, fandango, CTG e pilcha bem trajada, muito disso se deve a um nome: João Carlos D’Ávila Paixão Cortes. Nascido em 12 de julho de 1927, em Santana do Livramento, esse vivente deixou um legado tão forte que segue cavalgando na memória de todos os que amam a tradição.

Neste 12 de julho de 2025, Paixão Cortes estaria completando 98 anos. E mesmo que ele tenha partido em 2018, sua presença continua firme no coração do povo gaúcho, como um marco da identidade sul-rio-grandense.

Guri novo, Paixão já se mostrava diferente. Em Porto Alegre, nos anos 40, enquanto muitos se afastavam das tradições, ele resolveu fazer o caminho contrário: mergulhou no campo, nos causos, nas danças, nos costumes campeiros, e tratou de anotar, catalogar e preservar cada detalhe.

Foi dele a iniciativa de fundar, ao lado de outros idealistas, o primeiro CTG (Centro de Tradições Gaúchas) do mundo: o 35 CTG, em 1948. Ali começava o movimento tradicionalista gaúcho, que hoje se espalha por milhares de CTGs pelo Brasil e pelo exterior.

Paixão Cortes estudou as danças tradicionais gaúchas diretamente com os mais antigos – peões, prendas, tropeiros. A partir disso, sistematizou coreografias que hoje são ensinadas em concursos como o Enart e vividas nos fandangos do interior.

Ele também ajudou a padronizar a pilcha, diferenciar os tipos de lenço, os usos do poncho, da guaiaca, e resgatou a linguagem campeira com orgulho.

E mais: inspirou a estátua do Laçador, símbolo de Porto Alegre, baseada em sua própria figura, pilchado de forma autêntica.

Paixão não via o tradicionalismo como folclore vazio, mas como filosofia de respeito à terra, ao passado e à identidade do povo sulino. Ele dizia que o gaúcho não era um personagem: era um modo de ser.

Foi radialista, folclorista, pesquisador, compositor e sempre um divulgador incansável das coisas do Sul. Andou pelo interior, pelas escolas, pelas rádios e palcos, sempre dizendo: “Ser gaúcho é uma honra e uma responsabilidade”.

Entre suas principais contribuições literárias e iniciativas, estão:

"Danças Tradicionais Gaúchas" (com Barbosa Lessa)

Criação do 35 CTG

Codificação das danças e trajes do RS

Inspiração para o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG)

Conservação oral e escrita do folclore do sul do Brasil

Paixão Cortes não foi apenas um homem: foi um monumento vivo da tradição, daqueles que andam de chapéu, mas também carregam no olhar a responsabilidade de manter acesa a chama crioula.

Ele nos ensinou a valorizar a história, a linguagem, a música, o churrasco, o cavalo, a dança, a hospitalidade e a honra.

Neste 12 de julho, o Rio Grande inteiro tem motivo de sobra pra lembrar desse gaúcho de alma imensa. Se hoje temos orgulho de vestir a pilcha, de cantar milonga, de cevar o mate e de ensinar pros mais moços o valor do nosso chão, é porque Paixão Cortes esteve aqui antes e abriu caminho a lanço e a verso.

Comenta aí, vivente!

Qual é tua lembrança ou ensinamento mais forte ligado a Paixão Cortes?

Já leu alguma obra dele ou dançou uma coreografia que ele ajudou a preservar?

Deixa teu comentário, compartilha esse post e ajuda a manter viva a chama da tradição.

Segue o blog e acompanha nossas redes pra mais histórias do sul do mundo.

Imagem da internet


quinta-feira, 10 de julho de 2025

Biografia Gaúcha - Iedo Silva

Iedo Cruz da Silva (Cachoeira do Sul, 18 de dezembro de 1946 – Porto Alegre, 15 de setembro de 2021) foi um dos mais importantes artistas da música tradicionalista do Rio Grande do Sul, conhecido por sua gaita única, voz marcante e composições que tornaram-se hinos regionais

Nascido na zona rural de Cachoeira do Sul (RS), filho de agricultores, Iedo iniciou sua trajetória musical em 1965, tocando gaita e pandeiro em bailes de ramada no Piquiri e na barragem do Capané. 
Em 1970, decidiu mudar-se para Porto Alegre, vislumbrando maior oportunidade artística. Para isso, chegou a vender sua primeira gaita. Na capital, trabalhou numa indústria de ração e economizou para recomprar outra gaita, presente recebido de um fã a quem ensinou a tocar

Sua carreira ganharia impulso após participar de um programa de TV apresentado por Teixeirinha, convite feito pelo músico Xará, da dupla Xará e Timbaúva. Após essa aparição, foi demitido de seu trabalho e passou a viver exclusivamente da música. 

Em 1973, entrou como sócio no conjunto Os Tauras, assumindo o papel de gaiteiro e segunda voz. Gravou quatro LPs com o grupo, com destaque para a música “Súplica de um Gaúcho”, que garantiu participação no filme O Grande Rodeio. Foi nesse contexto que começou parceria com Albino Manique, em composições como “Jogo de Fole”.

Em 1980, fundou o grupo Os Farrapos, com o qual gravou aproximadamente sete discos. O grande marco desse período foi a conquista do Disco de Ouro com “Ala-Pucha Tchê” (1988). O grupo fez turnês internacionais à Inglaterra (1986) e Escócia (1989), a convite do folclorista

Em 1994, Iedo começou carreira solo, lançando seu primeiro disco solo Cantorias, e posteriormente Saudade na Garupa — ambos em 1994. Em 11 de junho de 2010, gravou seu primeiro DVD/CD ao vivo no CTG 35, Porto Alegre, celebrando 35 anos de carreira. O repertório reviveu sucessos como Pampa na Garupa, Chiquita, Ala-Pucha, Me Comparando ao Rio Grande, Cevando o Mate e vários outros clássicos.

Discografia Completa de Iedo Silva

Com Os Tauras

Os Tauras (LP, 1973)
Os Tauras - Ao Vivo (LP, 1975)
Os Tauras - 3º Disco (LP, 1976)
Súplica de um Gaúcho (LP, 1978)
 
Com Os Farrapos

Os Farrapos - Ao Vivo (LP, 1981)
Os Farrapos - O Melhor de Os Farrapos (LP, 1982)
Os Farrapos - Novo Tempo (LP, 1983)
Ala-Pucha Tchê (LP, 1988)
Os Farrapos - A Maior Família do Rio Grande (LP, 1989)
Os Farrapos - O Tempo Vai Passar (CD, 1992)
Os Farrapos - A Batalha Continua (CD, 1993)
 
Carreira Solo

Cantorias (CD, 1994)
Saudade na Garupa (CD, 1994)
Rio Grande Dentro do Peito (CD, 1999)
25 Anos (CD, 2000)
35 Anos - Ao Vivo (DVD/CD, 2010)
40 Anos (CD, 2015)
Semente de Vanera (CD, 2017)
Amanhecer no Pampa (CD, 2017)
Isto é Iedo Silva (CD, 2022)

Álbuns Póstumos (pós 2021)

Um Changador Ao Seu Estilo (CD, 2023) - Álbum lançado após seu falecimento, com gravações inéditas e remasterizadas de suas músicas.

Os principais sucessos de Iedo Silva que marcaram o nativismo gaúcho:

Ala-Pucha Tchê (Disco de Ouro)
Me Comparando ao Rio Grande (entre as candidatas a hino popular do RS)
Chiquita
Pampa na Garupa
Águas de Cachoeira
Gaita da Bossoroca
Cevando o Mate
Despedida de Peão
Faculdade Campeira
A Dança dos Compadres
Queixo Seco
Xote Laranjeira
Passo do Bugio

Prêmios e Reconhecimento

Disco de Ouro por Ala-Pucha Tchê (1988)
Medalha Jaime Caetano Braun (2007)
Troféu Rede Pampa de Rádio e Televisão (2008 e 2009)

“Me Comparando ao Rio Grande” figurou entre as 14 músicas mais cotadas para hino popular do RS (2007)

Iedo Silva faleceu em 15 de setembro de 2021, dia do Gaiteiro, aos 74 anos, em Porto Alegre. A causa foi complicações da COVID‑19. Ele também lutava contra um câncer de próstata, diagnosticado meses antes. O velório foi restrito à família devido aos protocolos sanitários.

Sua partida representou uma perda imensa para a cultura e música tradicionalista do Rio Grande do Sul. Sua voz, repertório e influências permanecem vivos entre músicos e admiradores da cultura regional 

Por que Iedo Silva é essencial à cultura gaúcha? Porque ele uniu técnica, emoção e tradição em cada gaita tocada. Porque sua trajetória, das barrancas do interior até palcos da Europa, simboliza a força e autenticidade da música do Pampa. Porque suas composições são verdadeiros retratos sonoros do povo gaúcho. E porque ninguém canta o Pago como ele cantou.


DVD 35 Anos de Carreira de Iedo Silva gravado no CTG 35



terça-feira, 8 de julho de 2025

15 anos de Entrevero Xucro

No dia 29 de junho completamos 15 anos de blog, desde a primeira postagem. Nesse período passamos um tempo sem publicar conteúdo relevante e hoje temos o objetivo de sempre colaborar para que o leitor possa conhecer um pouquinho a mais da nossa cultura e história.

Sempre fui muito enfático quanto ao meu posicionamento de liberdade, estados livres para decidir seus rumos, inclusive sendo a favor da secessão total da república que não deu certo, que está nas mãos de Brasília. 

Ultimamente abandonamos o viés político e ideológico por ver que, por enquanto não conseguimos pregar um ideal libertário, nosso povo latino-americano que fala português está apegado à figuras mitológicas e estão esquecendo suas verdadeiras origens. Enquanto na base da pirâmide brigamos, lá em cima aumenta-se o privilégio de poucos políticos, alivia-se a fortuna dos ricos e pune o pobre e a classe média com migalhas. 

Não faço mais discurso político por que será em vão, apenas, traremos nossa verdadeira cultura gaúcha e as vezes outras culturas regionais que merecem destaques, pois, aqui valorizamos outras culturas e principalmente respeitamos. Independente de viés separatista ou não, os outros estados são parceiros e também são explorados eleitoralmente e financeiramente.  

Nossa cultura está sendo oprimida por uma normatização alienada que sempre tenta nos encaixar como povo em um lugar comum a poucos que se acham donos da verdade e se sentem no direito de querer combater quem pensa diferente. Não sou contra o Brasil, só não me encaixo nesse país dividido, se for para dividir, vamos dividir e dar autonomia aos estados,  que são entes explorados, vamos dividir os conhecimentos regionais dos povos que são ricos na diversidade de um país continental. 

Aqui vamos mostrar a cultura,  costumes e lugares do Rio Grande do Sul, nossas origens e por que somos o que somosna esperança que nosso povo que perdeu a identidade gaúcha volte um dia ser gaúcho, assim como eu, sem apego a dogma verde e amarelo e tentando manter viva a cultura gaúcha pampeana que forjou este povo que está se perdendo para o comum.

Continue com a gente, compartilhe nossas ideias, nossa cultura e abra tua mente para o Pampa latino-americano. 

Confira nosso livro de poesia AQUI 

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Inverno no Pampa

O frio chegou e com ele se nostra a força do inverno no Pampa Gaúcho. Com a chegada do inverno e da primeira grande onda de frio dele, os campos dos Pampas voltam a exibir sua face mais rústica e bela. O vento minuano sopra forte, cortando as madrugadas e cobrindo de branco o orvalho sobre a coxilha. No Rio Grande do Sul, especialmente nas regiões da campanha, fronteira e serra, o inverno não é apenas uma estação: é um modo de sentir e viver.

O fogão a lenha é tradição que aquece alma gaúcha no inverno e quando o frio aperta, além de aquecer ele se transforma no centro da convivência. É ao redor dele que se conta causos, se prepara o quentão, o puchero, o mocotó e se toma o chimarrão quente. O gaúcho resiste ao frio com a força da tradição.

Nas estâncias, a lida não para mesmo com temperaturas próximas ou abaixo de zero, o peão sai cedo pra encilhar o cavalo, lidar na mangueira ou com o rebanho. O poncho sobre os ombros e o mate amargo na mão são as principais armas da batalha que se enfrenta com o minuano.

No inverno, a pilcha campeira ganha reforços, além do poncho de lã grossa, muitas vezes herdado de gerações anteriores, é indispensável. A bombacha é mais grossa e a boinas ou chapéus se tornam itens obrigatório.

Essas vestimentas, além de proteger do rigor do inverno, mantêm a identidade viva do gaúcho.

No Pampa, o inverno transforma a paisagem. A vegetação perde o verde vibrante e assume tons acinzentados. As manhãs trazem neblina espessa e geada branca cobrindo o campo, como um manto de algodão. Os animais pastam com mais lentidão, e o cavalo campeiro se encolhe diante do sereno.

É uma época de resistência e cuidado. Os criadores de gado redobram a atenção com a alimentação dos animais e com os refúgios contra o frio.

O frio também aquece a cozinha tradicional. No interior do Rio Grande do Sul, o inverno é tempo de pratos fortes e bem temperados: Puchero, mocotó, carreteiro de charque, sopas em algumas regiões colonizadas do RS, polenta na serra, e claro, quentão, vinho colonial e cachaça.

Tudo isso feito no fogão a lenha, enquanto o mate continua circulando na roda.

O gaúcho tem uma relação afetiva com o inverno. É no frio que ele se recolhe um pouco mais, valoriza o aconchego da casa, o som da chuva no zinco, o cheiro de lenha queimando. É também o momento em que as raízes culturais se intensificam, além das rádios que tocam mais milongas lentas e nostálgicas, os CTGs realizam jantares campeiros e bailes de integração.

Seja para quem vive no campo ou na cidade, o inverno nos Pampas é único. É hora de valorizar o que temos de mais nosso: o orgulho de ser gaúcho, mesmo diante do rigor do frio.

Tire a foto do seu mate na varanda. Registre a geada no potreiro. Compartilhe aquele vídeo do fogo de chão crepitando ao amanhecer. É nesse tempo que a alma campeira se mostra ainda mais forte.

Y tu, como enfrenta o frio do pampa?

Comenta aí como está o teu inverno!

Já fez fogo de chão esse ano? Qual tua comida campeira favorita nessa época?

Te leio nos comentários!

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quinta-feira, 19 de junho de 2025

Gaúchos das 3 pátrias. Comparativo entre Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina

Sempre foi notado que são grandes as semelhanças dos habitantes do Pampa nos costumes e tradições, então vamos fazer um comparativo evidenciando diferenças e semelhanças para os amigos leitores conhecer um pouco do gaúcho pampeano. Aqui, vamos fazer uma imersão completa nas culturas gaúchas desses três países — explorando história, culinária, vestimentas, vida cotidiana, festas, e como cada povo adapta esse legado ao seu próprio jeito de ser.

Ao atravessar as vastas planícies do sul da América do Sul, somos guiados por um símbolo forte: o gaúcho. Presente no Rio Grande do Sul, na Argentina e no Uruguai, o gaúcho transcende fronteiras e une povos por meio da tradição, da bravura, da lida com o campo e da paixão pela liberdade.

Origens Comuns: Os Pampas e o Nascimento do Gaúcho

O gaúcho surgiu nos pampas, uma região de campos abertos que se estende por sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Inicialmente, esses homens eram mestiços (de indígenas, africanos e europeus), nômades, caçadores de gado selvagem e habilidosos cavaleiros.

No Brasil, a figura do gaúcho se consolidou no século XIX, ligada à índios vagos, guerras e ao tropeirismo.

Na Argentina e Uruguai, ele foi enaltecido como herói rural, símbolo de liberdade e simplicidade, presente em obras literárias como "Martín Fierro".


A Vida no Campo e na Cidade

Campo: Estâncias e a Lida Campeira

Nos três países, o gaúcho é o vaqueiro das estâncias, cuidando do gado, domando cavalos e cavalgando por grandes distâncias.

Ferramentas típicas: laço, boleadeiras, facão e rebenque.

Trabalham em parceria com a natureza, respeitando o tempo da terra.

Cidade: Tradição na Modernidade

No RS, o gaúcho urbano preserva tradições por meio dos CTGs, pilcha em eventos, culinária e o chimarrão no cotidiano.

Em Buenos Aires e Montevidéu, o gaucho é mais símbolo cultural, e menos presente no dia a dia urbano moderno.


Culinária Gaúcha: Sabor, Simplicidade e Fogo de Chão

Rio Grande do Sul (Brasil)

Churrasco gaúcho: feito no espeto e fogo de chão. Costela, vazio, linguiça e pão com alho.

Arroz carreteiro, feijão mexido, polenta e pratos herdados de italianos e alemães.

Chimarrão: consumido amargo e em roda, símbolo de hospitalidade.

Argentina e Uruguai

Assado: semelhante ao churrasco, mas feito na parrilla, com carnes nobres e vísceras (morcilla, chinchulín).

Mate: é mais forte, adoçado ou não, servido em cuias menores.

Empanadas, doce de leite e alfajor completam os sabores típicos.


Vestimentas Tradicionais: A Pilcha e o Estilo Gaúcho

Elementos em comum:

Bombacha, camisa, guaiaca, alpargatas ou botas, lenço no pescoço (representando filiações políticas ou tradicionalistas).

Poncho e faca: símbolos de honra e defesa.

Diferenças:

No RS, a pilcha é normatizada pelos CTGs e pode ser usada até em casamentos e eventos oficiais.

Na Argentina e Uruguai, o traje é menos normatizado e mais espontâneo, com variações regionais, principalmente no poncho.


Música, Dança e Festas Tradicionais

Brasil (RS)

Música nativista e fandango, com milonga, vaneira, chamamé e polcas.

Eventos como Semana Farroupilha, Enart e festivais de música tradicionalista.

Instrumentos: gaita-ponto, violão, acordeom.

Argentina

Chamamé, zamba, chacarera.

Tango não é típico do campo, mas da cidade.

Festivais como Festival Nacional de Doma y Folklore de Jesús María.

Uruguai

Milonga oriental, candombe afro-uruguaio e canto rural.

Festival del Asado con Cuero e festas tradicionalistas do interior.


Tabela Comparativa: Gaúchos do Brasil, Argentina e Uruguai


Por fim, a figura do gaúcho, moldada pelos ventos dos pampas, é muito mais que um estereótipo. Ela representa o elo entre o homem e o campo, a convivência com a simplicidade, o orgulho das raízes e o amor pela liberdade.

Embora com particularidades marcantes, os gaúchos do Brasil, Argentina e Uruguai compartilham valores profundos: honra, coragem, companheirismo e respeito pela terra.

E aí, tchê? Conta pra nós!

Você já conheceu algum destes três mundos gaúchos? Qual tradição mais te representa?

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terça-feira, 3 de junho de 2025

Biografia Gaúcha - Mano Lima

Mano Lima é um dos mais autênticos representantes da música gaúcha. Com sua voz marcante, letras que exaltam a vida no campo e um estilo inconfundível, conquistou o título de "Filósofo dos Pampas". 



Início da Carreira

Nascido em 26 de agosto de 1953, no distrito de Bororé, hoje pertencente a Maçambará, Mano Lima cresceu imerso na cultura campeira. Antes de se dedicar à música, trabalhou como tropeiro e capataz de estância, experiências que influenciaram profundamente suas composições. Seu talento musical foi descoberto pelo poeta Aparício Silva Rillo, que o incentivou a gravar seu primeiro disco.

Mano Lima é conhecido por seu estilo irreverente e pelo uso de um linguajar rústico e verdadeiro, típico do gaúcho do interior. Suas músicas, acompanhadas principalmente pela gaita de botão que ele mesmo toca, retratam a simplicidade e os valores do homem do campo. 

Discografia

1989 – Troveiro do M'Bororé

1991 – Tô de Volta

1993 – Campo a Fora

1995 – Com Casca e Tudo

1996 – Estouro de Tropa

1998 – Alma de Tropeiro

2000 – A Fina Flor da Grossura



2002 – Quando Eu Crescer

2004 – Um Homem Fora do Seu Tempo

2005 – Meu Universo

2007 – Homem da Terra

2008 – Destino da Gente

2012 – Batendo Estribo

2017 – De Pai Pra Filho

2020 – Mbororiano, Rio Grandense e Brasileiro

2022 – Isto é Mano Lima

2023 – Um Changador Ao Seu Estilo 

Canções Marcantes

"Como é que eu tô nesse corpo"

"A Fina Flor da Grossura"

"Homem da Terra"

"Destino da Gente"

"Batendo Estribo"

"De Pai Pra Filho" 

"Cadela Baia"

Reconhecimentos

Prêmio Guri (2016) – Homenagem do Grupo RBS por sua contribuição à cultura gaúcha.

Prêmio Açorianos – Destaque Regional (2007). 

Legado

Mano Lima é um símbolo da música tradicionalista gaúcha, mantendo viva a essência do campo e das tradições do Rio Grande do Sul. Sua autenticidade e compromisso com a cultura regional o tornam uma referência para as novas gerações.

 
Todas as imagens retiradas da Internet. 


domingo, 25 de maio de 2025

Rota dos Capitéis - Uma nova opção de turismo no RS

Buenas gauchada amiga, no dia 6 de maio de 2025, foi oficialmente lançada a Rota dos Capitéis – Caminhos da Imigração e da Fé, um projeto que celebra a herança cultural e religiosa da Serra Gaúcha e do Vale do Taquari. A cerimônia de inauguração ocorreu na Capela Santo Antônio, na Linha 80 da Leopoldina, em Monte Belo do Sul, contando com a presença de autoridades locais e internacionais, incluindo o embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese.

A Rota dos Capitéis é composta por dois circuitos principais: o regional, já sinalizado, e o circular, com inauguração prevista para dezembro de 2025. O percurso abrange dez municípios: Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Coronel Pilar, Farroupilha, Garibaldi, Imigrante, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza .

Ao todo, são 468 construções religiosas mapeadas, incluindo 252 capitéis, 175 capelas, 23 grutas, 16 igrejas e duas ermidas . Essas edificações, muitas vezes localizadas às margens de estradas, foram construídas pelos imigrantes italianos como forma de expressar sua fé e gratidão.

O roteiro oferece diversas opções para os visitantes:

Caminhadas: 15 trechos totalizando 330 km

Cicloturismo: 10 trechos somando 350 km

Veículos motorizados: aproximadamente 1.063 km

Todos os trajetos são sinalizados conforme as normas da ABNT, ISO e CONTRAN, garantindo segurança e orientação aos turistas .

Para facilitar a experiência dos visitantes, foram instaladas estações de apoio entre os municípios participantes. Essas estações oferecem hidratação, informações técnicas, bicicletários e totens de manutenção para bicicletas .

Além do aspecto religioso, a Rota dos Capitéis também destaca a rica enogastronomia da região. Cada município participante preparou uma acolhida com produtos típicos e atrações culturais, valorizando a herança italiana e a religiosidade local. Entre os destaques estão o capeletti de Coronel Pilar, o queijo de Carlos Barbosa, o salame de Boa Vista do Sul, a bolacha de melado de Imigrante, o grostoli de Garibaldi e as frutas de Pinto Bandeira .

A criação da Rota dos Capitéis tem como base três obras literárias que documentam a construção de pequenos santuários na região: "O Livro do Capitel", "Amém, Bento Gonçalves" e "Perto das Estrelas" .

Para saber mais sobre a Rota dos Capitéis, acesse o site oficial: www.rotadoscapiteis.com.br.

A Rota dos Capitéis é uma oportunidade única para vivenciar a fé, a cultura e a história dos imigrantes italianos que ajudaram a moldar a identidade da Serra Gaúcha e do Vale do Taquari. Um convite para todos que desejam conhecer mais sobre as raízes do Rio Grande do Sul e se conectar com a espiritualidade e a tradição que permeiam essa região.









sábado, 24 de maio de 2025

Cidades do RS indicadas a prêmio da ONU

 Desde 2021, a Organização das Nações Unidas para o Turismo (ONU Turismo) realiza a premiação das “Melhores Vilas Turísticas” do mundo. Sendo esta uma oportunidade significativa para promover destinos turísticos nacionais e lugares que tem grandes potenciais, mas, estão fora da badalação dos lugares tradicionais. Em 2025, oito vilas brasileiras foram selecionadas para participar da competição, onde as vencedoras serão anunciadas em novembro na Assembleia Geral da ONU Turismo, na Arábia Saudita.

As vilas escolhidas são: Antônio Prado e Linha Bonita, no Rio Grande do Sul; Leoberto Leal e Piraí, em Santa Catarina; Cocanha, em São Paulo; Conceição de Ibitipoca, Delfinópolis e Grão Mogol, em Minas Gerais. Dessas oito, apenas duas avançarão para a etapa final, onde a vencedora receberá o selo de boas práticas da organização. Além de prestígio e reconhecimento, essa premiação trás projeção internacional para a vila vencedora.

Antônio Prado (RS)

Fundada em 1886 como a última colônia oficial da imigração italiana no Rio Grande do Sul, Antônio Prado está situada na Serra Gaúcha, com clima temperado e paisagem marcada por vales, rios, matas e áreas produtivas. Seu centro histórico abriga o mais autêntico conjunto arquitetônico da imigração italiana no Brasil, com 48 edificações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), integradas a um rico patrimônio imaterial, atraindo turistas interessados em história e cultura. As políticas culturais promovem a valorização de saberes tradicionais, como o artesanato, com apoio institucional à comercialização e à formação de novos artesãos, fortalecendo a transmissão de conhecimentos intergeracionais.

A cidade conta com uma infraestrutura completa de serviços para atender o visitante. e oferece experiências que celebram a gastronomia e a tradição, como a Fenamassa e a Noite Italiana, além do tursimo religioso e artesanato.

Foto: Divulgação/Setur

Linha Bonita (RS) – Localizada no alto das montanhas da Serra Gaúcha, no município de Gramado, com estradas sinuosas, é cercada pela beleza da Mata Atlântica. Foi fundada por imigrantes italianos que buscaram no Brasil uma oportunidade para superar a fome e a pobreza que dominavam a Europa. Ali, as famílias receberam pequenos lotes ao longo de uma estrada principal – a Linha –, onde, precisaram construir, com forte espírito comunitário, as condições de sobrevivência que transformariam o futuro daquele lugar. Seus descendentes permanecem cultivando o amor pela Linha Bonita, onde cultura, ruralidade, histórias e memórias se mantêm vivas e, desde 1980, são compartilhadas com turistas por meio de roteiros que oferecem uma imersão profunda nas raízes de Gramado.

Foto: Renan Sandi, site Setur

Agora vamos aguardar o resultado e torcer

Fonte: Ministério do Turismo e Secretaria do Turismo do RS