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quinta-feira, 10 de julho de 2025

Biografia Gaúcha - Iedo Silva

Iedo Cruz da Silva (Cachoeira do Sul, 18 de dezembro de 1946 – Porto Alegre, 15 de setembro de 2021) foi um dos mais importantes artistas da música tradicionalista do Rio Grande do Sul, conhecido por sua gaita única, voz marcante e composições que tornaram-se hinos regionais

Nascido na zona rural de Cachoeira do Sul (RS), filho de agricultores, Iedo iniciou sua trajetória musical em 1965, tocando gaita e pandeiro em bailes de ramada no Piquiri e na barragem do Capané. 
Em 1970, decidiu mudar-se para Porto Alegre, vislumbrando maior oportunidade artística. Para isso, chegou a vender sua primeira gaita. Na capital, trabalhou numa indústria de ração e economizou para recomprar outra gaita, presente recebido de um fã a quem ensinou a tocar

Sua carreira ganharia impulso após participar de um programa de TV apresentado por Teixeirinha, convite feito pelo músico Xará, da dupla Xará e Timbaúva. Após essa aparição, foi demitido de seu trabalho e passou a viver exclusivamente da música. 

Em 1973, entrou como sócio no conjunto Os Tauras, assumindo o papel de gaiteiro e segunda voz. Gravou quatro LPs com o grupo, com destaque para a música “Súplica de um Gaúcho”, que garantiu participação no filme O Grande Rodeio. Foi nesse contexto que começou parceria com Albino Manique, em composições como “Jogo de Fole”.

Em 1980, fundou o grupo Os Farrapos, com o qual gravou aproximadamente sete discos. O grande marco desse período foi a conquista do Disco de Ouro com “Ala-Pucha Tchê” (1988). O grupo fez turnês internacionais à Inglaterra (1986) e Escócia (1989), a convite do folclorista

Em 1994, Iedo começou carreira solo, lançando seu primeiro disco solo Cantorias, e posteriormente Saudade na Garupa — ambos em 1994. Em 11 de junho de 2010, gravou seu primeiro DVD/CD ao vivo no CTG 35, Porto Alegre, celebrando 35 anos de carreira. O repertório reviveu sucessos como Pampa na Garupa, Chiquita, Ala-Pucha, Me Comparando ao Rio Grande, Cevando o Mate e vários outros clássicos.

Discografia Completa de Iedo Silva

Com Os Tauras

Os Tauras (LP, 1973)
Os Tauras - Ao Vivo (LP, 1975)
Os Tauras - 3º Disco (LP, 1976)
Súplica de um Gaúcho (LP, 1978)
 
Com Os Farrapos

Os Farrapos - Ao Vivo (LP, 1981)
Os Farrapos - O Melhor de Os Farrapos (LP, 1982)
Os Farrapos - Novo Tempo (LP, 1983)
Ala-Pucha Tchê (LP, 1988)
Os Farrapos - A Maior Família do Rio Grande (LP, 1989)
Os Farrapos - O Tempo Vai Passar (CD, 1992)
Os Farrapos - A Batalha Continua (CD, 1993)
 
Carreira Solo

Cantorias (CD, 1994)
Saudade na Garupa (CD, 1994)
Rio Grande Dentro do Peito (CD, 1999)
25 Anos (CD, 2000)
35 Anos - Ao Vivo (DVD/CD, 2010)
40 Anos (CD, 2015)
Semente de Vanera (CD, 2017)
Amanhecer no Pampa (CD, 2017)
Isto é Iedo Silva (CD, 2022)

Álbuns Póstumos (pós 2021)

Um Changador Ao Seu Estilo (CD, 2023) - Álbum lançado após seu falecimento, com gravações inéditas e remasterizadas de suas músicas.

Os principais sucessos de Iedo Silva que marcaram o nativismo gaúcho:

Ala-Pucha Tchê (Disco de Ouro)
Me Comparando ao Rio Grande (entre as candidatas a hino popular do RS)
Chiquita
Pampa na Garupa
Águas de Cachoeira
Gaita da Bossoroca
Cevando o Mate
Despedida de Peão
Faculdade Campeira
A Dança dos Compadres
Queixo Seco
Xote Laranjeira
Passo do Bugio

Prêmios e Reconhecimento

Disco de Ouro por Ala-Pucha Tchê (1988)
Medalha Jaime Caetano Braun (2007)
Troféu Rede Pampa de Rádio e Televisão (2008 e 2009)

“Me Comparando ao Rio Grande” figurou entre as 14 músicas mais cotadas para hino popular do RS (2007)

Iedo Silva faleceu em 15 de setembro de 2021, dia do Gaiteiro, aos 74 anos, em Porto Alegre. A causa foi complicações da COVID‑19. Ele também lutava contra um câncer de próstata, diagnosticado meses antes. O velório foi restrito à família devido aos protocolos sanitários.

Sua partida representou uma perda imensa para a cultura e música tradicionalista do Rio Grande do Sul. Sua voz, repertório e influências permanecem vivos entre músicos e admiradores da cultura regional 

Por que Iedo Silva é essencial à cultura gaúcha? Porque ele uniu técnica, emoção e tradição em cada gaita tocada. Porque sua trajetória, das barrancas do interior até palcos da Europa, simboliza a força e autenticidade da música do Pampa. Porque suas composições são verdadeiros retratos sonoros do povo gaúcho. E porque ninguém canta o Pago como ele cantou.


DVD 35 Anos de Carreira de Iedo Silva gravado no CTG 35



segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Biografia Gaúcha- Os Monarcas

A Trajetória dos Monarcas: Uma História de Amor à Música Gaúcha

Como um verdadeiro gaúcho apaixonado pela cultura do nosso Rio Grande, é impossível não se emocionar ao contar a história de Os Monarcas. Um grupo que começou pequeno, mas que, com trabalho, talento e amor à música regionalista, se tornou uma lenda viva da nossa tradição.

A trajetória de Os Monarcas começou em 1967, na cidade de Erechim, no norte do Rio Grande do Sul. Foi lá que os irmãos Gildinho e Chiquito formaram a dupla Gildinho e Chiquito, animando bailes da região e apresentando o programa de rádio "Assim Canta o Rio Grande". Essa paixão pela música os levou a estudar acordeom na Escola de Belas Artes.

Em 1972, o nome da dupla mudou para Os Monarcas e, dois anos depois, eles lançaram o primeiro LP, Galpão em Festa. Em 1976, com a entrada de João Argenir dos Santos (guitarra), Luiz Carlos Lanfredi (contrabaixo) e Nelson Falkembach (bateria), o grupo assumiu sua formação completa e gravou o álbum O Valentão Bombachudo, que marcou o início de uma trajetória de sucesso na música regionalista gaúcha.

A década de 1980 consolidou Os Monarcas como um dos maiores grupos do gênero. Foram lançados LPs icônicos como Isto é Rio Grande (1980), Rancho Sem Tramela (1985) e Fandangueando (1988). Foi nesse período que o grupo ganhou o reforço de Ivan Vargas, que permanece até hoje como vocalista.

Nos anos 1990, Os Monarcas atingiram o auge. Também em 1990, um dos pioneiros, o acordeonista Chiquito, deixou o grupo para fundar o conjunto Chiquito & Bordoneio. Para o seu lugar, foi chamado o também acordeonista Leonir Vargas, catarinense, conhecido como Varguinhas. Em 1991, o CD Cheiro de Galpão foi um estrondoso sucesso de vendas, rendendo ao grupo o primeiro Disco de Ouro. Nessa mesma época, Francisco de Assis Brasil, o Chico Brasil, se juntou ao conjunto, trazendo sua habilidade na gaita-ponto. Em 1994, o grupo lançou Eu Vim Aqui Para Dançar, que também foi premiado com Disco de Ouro.

A década terminou com mais mudanças importantes. Em 1999, o grupo passou a gravar pela gravadora ACIT e lançou Locomotiva Campeira. O percussionista Vanclei da Rocha também se uniu ao grupo, agregando ainda mais qualidade à sonoridade dos Monarcas.

Além de levar a música gaúcha para todo o Brasil, Os Monarcas acumularam ao longo dos anos 10 Discos de Ouro, incontáveis troféus e prêmios. Em 2013, a história do grupo foi eternizada no filme Os Monarcas – A Lenda, que conta a trajetória de Gildinho e Chiquito, mostrando como o amor à música e à tradição moldou esse grupo único.

Os Monarcas também têm uma extensa discografia, com mais de 40 álbuns lançados. Destacam-se trabalhos como Do Sul Para o Brasil (1989), Rodeio da Vida (1995), Alma de Pampa (2003) e Marca Monarca (2021). Em 2023, comemoraram 50 anos de estrada, reafirmando o legado de um grupo que é sinônimo de música regional gaúcha.

A história de Os Monarcas não é apenas a de um grupo musical, mas de um pedaço da alma do Rio Grande do Sul. Cada acorde, cada letra, cada fandango é um tributo à nossa terra e às nossas tradições. E para nós, gaúchos, eles sempre serão mais do que músicos: são símbolos vivos do que significa amar e viver a cultura gaúcha.

Discografia:

1969: Os Trovadores do Sul

1974: Gaúcho Divertido

1976: Galpão em Festa

1978: O Valentão Bombachudo

1980: Isto é Rio Grande

1982: Grito de Bravos

1985: Rancho Sem Tramela

1986: Chamamento

1988: Fandangueando

1989: Do Sul Para o Brasil

1991: Cheiro de Galpão

1992: Os Monarcas

1994: Eu Vim Aqui Para Dançar

1995: Rodeio da Vida

1997: Do Rio Grande Antigo

1999: Locomotiva Campeira

2000: No Tranco dos Monarcas

2001: 30 Anos de Estrada

2002: A Gaita Gaúcha dos Monarcas

2003: Alma de Pampa

2004: Só Sucessos

2006: Recordando o Tempo Antigo

2007: DVD e CD 35 Anos - História, Música e Tradição - Ao Vivo

2008: A Marca do Rio Grande

2009: Os Monarcas Interpretam João Alberto Pretto

2011: Cantar é Coisa de Deus

2012: DVD e CD 40 Anos - Ao Vivo

2013: Alma de Gaita

2015: Perfil Gaúcho

2017: DVD 45 Anos - Ao Vivo

2017: Tô Pegando a Estrada

2018: Identidade Monarca

2021: Marca Monarca

2023: 50 Anos