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terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Heróis Farroupilhas - General Netto

Buenas entreverados, sempre com o objetivo se espalhar a cultura do pampa neste vasto pago da internet, hoje trago um resumo sobre um dos maiores heróis da República Riograndense, ele que a proclamou e se desgarrou para outros pagos por não concordar com o acordo efetuado entre o província e o império. Morreu defendendo o império, mas, com seu exército de confiança. Confira um resumo da vida de Antônio de Sousa Neto, o General Netto.

Azevedo Dutra: Retrato de Antônio de Sousa Neto,século XIX. Acervo do Museu Júlio de Castilhos
Antônio de Souza Neto, tropeiro de profissão, soldado por imposição da Pátria, - primeiro a Pátria Rio-Grandense e depois a grande Pátria Brasileira, - passou sua existência a serviço da liberdade e da justiça, para o bem do Brasil e do Rio Grande do Sul.
Nasceu na estância paterna, Município do Rio Grande, no distrito de Povo Novo em 11 de fevereiro de 1801, lá é lembrado pelo CTG General Netto (de Povo Novo), provinha de troncos açorianos e paulistas.
Seu pai o estancieiro José de Sousa Neto, nascido no Estreito (São José do Norte) em 1764, era filho de açorianos - Francisco de Souza Soares natural de Colônia do Sacramento e dona Ana Alexandra Fernandes, já sua mãe Teutônia Bueno da Fonseca, era natural de Vacaria, filha de paulistas descendentes de bandeirantes - Salvador Bueno e dona Inácia Antônia Bueno.

O seu bisavô, Francisco de Sousa Soares, fora oficial de Auxiliares no Terço Auxiliar de Colônia do Sacramento e casara, em 1791, com Ana Marques de Sousa na capela da Fortaleza São João. Antônio de Sousa Netto (Rio Grande, 25 de maio de 1803 — Corrientes, 2 de julho de 1866) foi um político e militar brasileiro, um dos mais importantes nomes do Rio Grande do Sul. É reconhecido por seu árduo trabalho na Revolução Farroupilha, que durou quase dez anos (de 1835 a 1845), como o segundo maior líder.

Descendia, pelo lado materno, do português João Ramalho, que vivia em São Paulo antes do povoamento e que casou com a índia Bartira(Isabel), filha do cacique Tibiriçá. Também pelo lado materno, descendia do paulista capitão-mor Amador Bueno da Veiga.
Iniciando sua vida de estudante em Pelotas, com seus irmãos Rafael e Domingos, foi em seguida para Bagé, onde se dedicou à criação de gado. Tropeiro, percorria o Rio Grande e o Estado Oriental, sendo por seu caráter, por sua dignidade e apresentação pessoal, querido e respeitado por todos. Afeiçoado às carreiras, possuía o melhor plantel de cavalos de corridas em cancha reta.

Como todo o rio-grandense que se prezava, naqueles tempos, também Antônio de Souza Neto se apresentou e foi soldado. Aos 28 anos de idade era capitão de segunda linha. E antes de completar 35 era coronel de legião da Guarda Nacional de Bagé, onde dia a dia aumentava de prestígio por seu valor, capacidade e inteligência, a par de um coração boníssimo, sempre pronto a proteger o fraco contra as injustiças, e a justiça contra as violências e desenvolveu a maior parte de sua enorme atividade de guerreiro defensor da Liberdade, da República, da dignidade do Brasil Império que ele profundamente amava como sua Pátria, mas detestava como monarquia.

Foi quando o movimento farroupilha, organizado e dirigido por Bento Gonçalves da Silva, encontrou Antônio de Souza Neto já preparado para a defesa dos direitos e liberdades do Rio Grande participou da reunião que decidiu pelo início da Revolução Farroupilha em 18 de setembro de 1835, na "Loja Maçônica Filantropia e Liberdade". E quando rebentou a Revolução, a 20 de setembro de 1835, o valoroso coronel comandante de legião da Guarda Nacional de Bagé de imediato organizou, auxiliado
por José Neto, Pedro Marques e Ismael Soares da Silva, o corpo de cavalaria farroupilha.

Era o general da primeira brigada do exército liberal republicano, que um ano mais tarde se destacaria nos Campos do Seival e foi a que teve, pela primeira vez, a decisiva participação dos Lanceiros Negros., derrotando o grande cabo de guerra imperial General João da Silva Tavares e proclamando a República Rio-Grandense, livre e independente, para livrar o povo rio-grandense "a não sofrer por mais tempo a prepotência de um governo tirano, arbitrário e cruel como o atual".

Lutou em diversas batalhas pelos republicanos, tendo comandado o cerco a Porto Alegre, durante vários meses, e a retomada de Rio Pardo, que estava nas mãos dos imperiais.

Em 7 de janeiro de 1837, travou o combate do Candiota, em que foi derrotado por Bento Manuel, mas já no dia 12 de janeiro, em Triunfo, vencia as tropas do coronel Gabriel Gomes, que morreu em combate.

Em abril de 1837 comandou a conquista de Caçapava, recebendo a adesão dos novecentos homens da guarnição imperial ali comandada por João Crisóstomo da Silva, apoderando-se de quinze peças de artilharia, quatro mil armas de infantaria e farta munição de boca e de guerra. Esses recursos possibilitaram a subsequente conquista de Rio Pardo, a 30 do mesmo mês, levando a que o comandante militar da Província, marechal Barreto, respondesse a um Conselho de Guerra.

Em Rio Pardo, em 30 de abril de 1838, junto a Davi Canabarro, Bento Manuel e João Antônio da Silveira, derrotou os legalistas, comandados por Sebastião Barreto Pereira Pinto e os brigadeiros Francisco Xavier da Cunha e Bonifácio Calderón. Em 18 de junho de 1840, acampado perto do Arroio Velhaco, foi atacado de surpresa por Francisco Pedro de Abreu e perdeu diversos homens, inclusive o coronel José de Almeida Corte Real, um dos melhores oficiais farroupilhas.

E foi ainda Antônio de Souza Neto que, na primeira tentativa de pacificação, em novembro-dezembro de 1840, proposta por Francisco Alvares Machado em nome do governo imperial, respondeu à consulta de Bento Gonçalves: - "Enquanto tivermos mil piratinienses e dois mil cavalos, a resposta será esta", dissera, pondo a mão direita nos copos de sua espada, porque as propostas não haviam sido feitas com muita lisura e estavam muito aquém da dignidade daqueles heróis que se batiam contra o Império, sacrificando tudo por um ideal: saúde, família, bem estar, fortuna e propriedades.

Promovido a General da República Rio-Grandense, o grande amigo e admirador de Bento Gonçalves da Silva pouquíssimas vezes foi vencido durante aqueles quase dez anos de lutas constantes de um país inteiro, bem armado e municiado, contra um pugilo de homens livres do Rio Grande do Sul que, sem jamais tirarem os olhos da grande Pátria, preferiam a morte a um acordo desairoso.

Após feita a paz de Poncho Verde em lº de março de 1845, que pôs fim à República Rio-grandense por ele proclamada a 11 de setembro de 1836, destinada a unir-se a todo o Brasil republicano, concordou com os chefes da República que findava para a pacificação do Rio Grande, mas se retirou para Corrientes, República Argentina, exilado voluntário alguns anos de repouso, mas, sempre atento às atividades político-sociais do Brasil.

Abolicionista ferrenho, foi morar no Uruguai após a guerra, com os negros que o acompanharam por livre vontade e onde continuou com a criação de gado. Mas jamais abandonou sua terra natal e seu povo. Sempre de olhos atentos, de quando em quando visitava a sua Bagé dos Campos do Seival, onde proclamara a República Rio-Grandense, tomando conhecimento direto dos acontecimentos.

Retornou à luta em 1851, na Guerra contra Rosas, com sua cavalaria na brigada de Voluntários Rio-Grandenses, organizada inteiramente à sua custa, o que lhe valeu a promoção a Brigadeiro Honorário do Exército Brasileiro, e a transformação de sua Brigada de Voluntários Gaúchos em Brigada de Cavalaria Ligeira.

Vencido o ditador, voltou à sua estância, para novamente regressar ao Rio Grande do Sul, em 1864, como representante dos estancieiros brasileiros no Uruguai - estancieiros residentes aí -, a fim de apresentar ao governo imperial as queixas contra roubos ali praticados contra ele e seus concidadãos.

Aliás, já em 1859 havia reclamado, violentamente declarando que, se o governo imperial não tomasse providências, ele, Neto, organizaria sua fôrça e assumiria a responsabilidade de invadir o Uruguai e vingar seus concidadãos. Regularizada a situação, com contemporizações, e algumas medidas preventivas, em breve tudo voltou ao que era antes e, novamente agredidos com violência, retornou ao Rio Grande do Sul, mas desta vez com poderes maiores. E, com esses poderes, foi ao Rio de Janeiro e aí, na côrte, onde foi acolhido com bastante afeto, depôs as queixas perante S. M. D. Pedro II. Pouco mais tarde, à frente de sua Brigada de Cavalaria Ligeira, fazendo a vanguarda do Exército, sob o comando do Marechal João Propicio Menna Barreto, invadia o Estado Oriental do Uruguai, - em auxílio do Presidente eleito da República, Don Venâncio Flores, tomando parte no assalto às trincheiras de Paissandu, onde também se sagrou, no ataque por água, o imperial marinheiro Marcílio Dias, recebendo seu batismo de fogo.

Voltou ao combate na Guerra contra Aguirre e depois, juntamente com seu exército pessoal, na Guerra do Paraguai. No comando em brigada ligeira fez a vanguarda de Osório na invasão do Paraguai, no Passo da Pátria, em 16 de abril de 1866. Sua cavalaria ligeira, ostentou sempre, ao lado da imperial bandeira do Brasil, o pavilhão tricolor da República Rio-Grandense. Aliás, nessa sua fôrça eram numerosos os oficiais e soldados que o haviam acompanhado durante a Revolução Farroupilha.. Na batalha de Tuiuti, foi importante na defesa do flanco da tropa brasileiro, mas foi ferido a bala em 1º de julho e mandado para um hospital em Corrientes, Argentina, onde morreu e foi inicialmente sepultado.

O semanário ilustrado de Porto Alegre, 'Sentinela do Sul', n.' 7, de 18 de agosto de 1867, publicando uma bela litografia de I. Weingaertner, retrato do Brigadeiro Antônio de Souza Neto, assim termina seu comentário biográfico do proclamador da República Rio Grandense:

- "Faleceu, pois, o General Neto no cumprimento do mais sagrado dos deveres; e tanto mais apreciável é a sua dedicação quanto é certo que a sua extraordinária riqueza e o prestígio de que gozava o tornavam de tal maneira independente, que tudo quanto fez foi inteiramente espontâneo e somente inspirado pelo amor à Pátria".

Em 29 de dezembro de 1966, no centenário de sua morte, seu corpo foi exumado e transferido para um mausoléu em Bagé. Onde se lê na lápide do mausoléu do proclamador da República Rio-Grandense, no cemitério de Bagé.
"Aqui descansam os restos mortais do Brigadeiro Antônio de Souza Neto, falecido na cidade de Corrientes em 1.0 de julho de 1866". É o que , para onde foram transladados e definitivamente guardados .

Fica aqui o resumo colhido da internet da vida honrosa do autêntico gaúcho, defensor da liberdade, justo e corajoso, morreu peleando defendendo uma pátria que o explorou, mas, que por honra a defendeu.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

172 anos da Batalha dos Porongos

Em novembro terá um dia em especial para ser tristemente lembrado da Revolução Farroupilha, dia 14 de novembro é o dia que marca a Batalha dos Porongos, ou Massacre dos Porongos como é dito por muitos, o que é certo é que neste dia será dedicado a lembrança de negros guerreiros que pelearam junto com o farroupilhas e acabaram massacrados na madrugada de 14 de novembro de 1844, se foi traição, quem poderá nos afirmar, o que é certo é que muitas vidas foram ceifadas naquela fatídica madrugada.
Alguns historiadores já confirmam que foi um pacto entre Canabarro e Caxias, ou seja, traição de um general que por muito tempo foi tido como herói.

Abaixo um texto extraído do Jornal Diário Popular de Pelotas que conta um pouco da trágica batalha.
Porongos: surpresa ou massacre?

O Cerro dos Porongos é um lugar pálido em setembro, quando os campos estão desbotados pelo inverno e o gado está espalhado, dividido em pequenos grupos nos poucos lugares onde o pasto surge mais úmido. Do alto da colina é possível enxergar os campos que se estendem até onde a vista alcança. Na madrugada de 14 de novembro de 1844, entretanto, a sentinela das tropas farrapas não percebeu o avanço da cavalaria do coronel Francisco Pedro de Abreu, o Moringue. Antes que a manhã acabasse, o acampamento havia sido dizimado e os corpos de cem farrapos - 80 deles integrantes do 1º Corpo de Lanceiros Negros - recobriam o cerro e os campos a sua volta.
O combate de Porongos é, talvez, a história mais controversa de toda a Revolução Farroupilha. Até hoje historiadores e pesquisadores tentam responder se houve ou não traição nas coxilhas de Pinheiro Machado. O grupo que defende a tese da não-traição refere-se ao episódio como “A Surpresa de Porongos”. Enquanto os que acreditam que o general David Canabarro entregou intencionalmente seus lanceiros às espadas de Moringue, chamam o combate de “O Massacre de Porongos”.
“O fator surpresa é um princípio de guerra e nele não há chance de reação e foi o que houve. Canabarro foi vítima de uma intriga, que acabou passando como verdade para a história”, defende Cláudio Moreira Bento, historiador e coronel reformado do Exército Brasileiro, autor de 70 livros, a maior parte deles sobre história militar.
Para o professor José Plínio Fachel, coordenador do curso de História da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), os números da batalha - cem farrapos mortos, nenhum imperial morto ou ferido - servem como a sombria confirmação sobre o que aconteceu. “Todos os documentos e o desenrolar da batalha fazem com que a historiografia atual seja praticamente consensual sobre o conluio da minoria farrapa com os imperiais. O tempo é amigo da verdade e, hoje, o que era negado passa a ser aceito pela história oficial.”
Dois campos para a mesma batalha
As controvérsias em torno de Porongos cercam até mesmo o lugar onde o combate foi travado. Hoje, dois marcos - um do Movimento Tradicionalista Gaúcho e outro do Movimento Negro - distantes mais de um quilômetro um do outro indicam locais diferentes para o episódio. E, conforme o pesquisador Artêmio Vaz Coelho, 56 anos, os dois estão errados. “Acredito que o alto de uma coxilha não seja o local mais apropriado para se montar um acampamento de guerrilheiros”, justifica.
O trabalho como agrônomo agrimensor possibilitou a Coelho percorrer uma infinidade de propriedades da região e de seus proprietários ouviu uma série de relatos sobre Porongos. Com base nestas histórias defende que o acampamento das tropas farroupilhas naquele final de primavera em novembro estava atrás dos cerros onde estão fincados os marcos.
O local apontado por Coelho é uma estreita e extensa clareira protegida pelo mato entrecortado por uma sanga de águas cristalinas. Ali, as coronilhas, murtas e caneleiras formam uma uma espécie de cúpula tornando possível esconder homens e cavalos tanto à noite como durante o dia.

Depois de ter resgatado a história do combate e dos lanceiros negros, Coelho quer ver resolvida a polêmica em torno do local onde ocorreu o massacre ou a surpresa de Porongos, pois assim acredita estar contribuindo para revisar uma das histórias mais polêmicas do Rio Grande do Sul. “A gente não sabe por que está no mundo, pode ser que daqui há uns dez anos a gente possa ver este assunto esclarecido, não é mesmo?”
O COMBATE
COMANDANTES: Bento Gonçalves (F) x Soares Paiva (I)
Farroupilhas- Imperiais
Mortos 100 - -
Feridos - - 4
Prisioneiros - - -
A preservação de uma história sem fim
Foi em uma barbearia no centro de Pinheiro Machado, que a história dos lanceiros negros começou a ser resgatada em 1996, ou seja, 152 anos depois do combate. Naquele dia de inverno um amigo pediu a Artêmio Coelho uma sugestão para inovar no desfile de 20 de Setembro. “Falei sobre a infantaria negra de Canabarro e por mais impressionante que seja, por aqui ninguém lembrava de ter ouvido falar”, conta. Coelho atribui o desconhecimento ao fato da Revolução Federalista (1893) ter apagado as lembranças coletivas sobre a Guerra dos Farrapos. “A Federalista marcou esta gente, que sofreu muito naquele período”, justifica.
A partir daquele dia, o agrônomo converteu-se em pesquisador e passou a buscar todo o tipo de informação sobre os lanceiros, descritos assim por Giuseppe Garibaldi em suas memórias redigidas por Alexandre Dumas: “Suas lanças, seus rostos pretos como azeviche, seus robustos membros e sua perfeita disciplina tornara-os o terror dos inimigos”.
Meses depois, a comunidade da pequena cidade do sul do estado assistia ao inédito desfile de uma tropa de infantaria negra, orgulhosamente vestida com réplicas dos uniformes da época. À frente deles, Coelho seguia fazendo as vezes do tenente-coronel Joaquim Teixeira Nunes. “Enquanto seguíamos para a avenida do desfile, um cidadão que nos viu passando, chegou a parar o carro e tirar o chapéu em sinal de respeito. Acho que ele pensou que era uma tropa oficial”, orgulha-se.
Memória e tradição
O resgate da história do combate Porongos colocou o município na rota do turismo cultural do estado, que deverá ganhar um novo fôlego a partir da inauguração do memorial financiado pela Fundação Palmares, que já adquiriu a área em torno do local onde está fixado o marco do Movimento Negro. A idéia é transformar os campos que serviram de mortalha aos lanceiros em local de lazer e possibilitar a realização de escavações arqueológicas com o objetivo de trazer, literalmente, à tona o restos sepultados do combate que se transformou primeiro em massacre e depois em lenda. 

domingo, 11 de setembro de 2016

11 de Setembro - Proclamação da República

Pois é, indiada, 11 de setembro, enquanto o Brasil e o mundo lembra uma tragédia, que é lógico que não devemos ficar indiferentes, nós gaúchos de alma e coração lembramos a data mais importante de nossa nação, em 11 de setembro de 1836, foi proclamada a República Riograndense, pelo nosso saudoso e heróico Gen. Netto. Infelizmente nossa República perdurou por poucos anos, mas, serviu para manter aceso o sentimento de liberdade do povo Gaúcho, e hoje, nesta data tão importante, devemos parar e pensar se está correta viver nessa tirania imposta pelo brasil, um país que se diz tão democrático e trata seus "filhos" de uma maneira exclusivamente explorativa, sugando nossas riquezas e retornando migalhas.

Que sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra, e que essas façanhas começam hoje, nesta data, vamos lá gauchada, vamos unir forças e nos libertar.

Abaixo transcrevo o discurso do Gen. Neto para sua tropa, no 11 de setembro de 1836, um dia após uma importante vitória no Campo dos Menezes, no Seival, localidade do município de Candiota, onde é proclamada a  república Riograndense.

"Bravos companheiros da 1ª Brigada de Cavalaria!
Ontem obtivestes o mais completo triunfo sobre os escravos da Corte do Rio de Janeiro, a qual, invejosa das vantagens locais de nossa província, faz derramar sem piedade o sangue de nossos compatriotas, para deste modo fazê-la presa de suas vistas ambiciosas.
Miseráveis! Todas as vezes que seus vis satélites se têm apresentado diante das forças livres, têm sucumbido, sem que este fatal desengano os faça desistir de seus planos infernais.
São sem número as injustiças feitas pelo Governo. Seu despotismo é o mais atroz. E sofreremos calados tanta infâmia?
Não, nossos companheiros, os rio-grandenses, estão dispostos, como nós, a não sofrer por mais tempo a prepotência de um governo tirânico, arbitrário e cruel, como o atual. Em todos os ângulos da província não soa outro eco que o de independência, república, liberdade ou morte.
Este eco, majestoso, que tão constantemente repetis, como uma parte deste solo de homens livres, me faz declarar que proclamemos a nossa independência provincial, para o que nos dão bastante direito nossos trabalhos pela liberdade, e o triunfo que ontem obtivemos, sobre esses miseráveis escravos do poder absoluto.
Camaradas! Nós que compomos a 1ª Brigada do Exército Liberal, devemos ser os primeiros a proclamar, como proclamamos, a independência desta província, a qual fica desligada das demais do Império, e forma um estado livre e independente, com o título de República Rio-grandense, e cujo manifesto às nações civilizadas se fará competentemente.
Camaradas! Gritemos pela primeira vez: viva a República Rio-grandense! Viva a independência! Viva o exército republicano rio-grandense!
Campo dos Menezes, 11 de setembro de 1836 – Antônio de Sousa Neto, coronel-comandante da 1ª brigada."

Fonte: Imagens da internet

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Semana Farroupilha de Caxias do Sul

Buenas gauchada, como estamos em setembro, segue a programação artística da semana farroupilha de Caxias do Sul.

Programação artística

15 de setembro, quinta-feira
19:00 - Espetáculo com Luidhi Moro Müller
20:00 - Espetáculo com Maiquinho do Acordeão e Grupo Tropiada

16 de setembro, sexta-feira
19:00 - Espetáculo com Paulinho Silva e Tchamanhã
20:00 - Espetáculo com Maral Gurgel
21:00 - Espetáculo com Herança Gauderia com particupação especial Adelar Bertussi

17 de setembro, sábado
09:00 - Festival Serrano – mirim e juvenil
11:00 - Abertura oficial da Semana Farroupilha
13:30 - Comunidade S.O.S. Música
19:00 - Mostra Biriva
21:00 - Espetáculo com Robson Boeira
23:00 - Baile – Grupo Os Tiranos

18 de setembro, domingo
09:00 - Festival Serrano – adulta e veterana
13:30 - Comunidade S.O.S. Música

20 de setembro, terça-feira
11:00 - Missa Crioula – Padre Camerini
14:00 - Desfile “A República das Carretas”
17:00 - Caborteiro de Bagé
18:00 - Fabio Soares

Fonte: Gaúcha Serra.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Setembro na Minuano Discos

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domingo, 20 de setembro de 2015

20 de Setembro - O grande dia.

Hoje é a data maior do gaúcho, dia de pararmos para refletir o que exatamente devemos lembrar e celebrar, devemos saber que hoje marca o começo da revolução, marca o inicio de uma guerra que deixou um legado para um povo, o legado de ser aguerrido e justo, onde lutaram pelo que achavam de direito, mesmo havendo interesses próprios como dizem, utilizaram o apoio que tiveram do povo e o interesse economico que foi o motivo inicial, através do descontentamento do imposto cobrado no charque que os grandes fazendeiros produziam.

O interesse economico foi o estopim para um povo que também já estava cansado dos mandos e desmandos do império e resolveram apoiar a causa, se as promessas iniciais seriam cumpridas após o término da guerra e com o RS independente nunca iremos saber, já que durante a guerra houveram traíções para o fim da nova república.

Como já postei aqui, acho que o 20 de setembro está destorcido sim, (leia aqui o post), pois na forma que esá hoje, não passa de uma festa, quem foi hoje orar e agradecer aos nossos heróis do passado? Eu fui, agradecer pela saúde e conquistas desse ano e agradecer  pelo fato de poder estar como estou no 20 de setembro, agradecer as almas dos nossos heróis que entre tantos se destacaram Bento Gonçalves o nosso eterno presidente, ao Gen. Netto que proclamou a nossa república e por outros tantos, Corte Real, Garibaldi, Anitta e os demais soldados que tanto pelearam, orar pelos lanceiros negros que foram traídos por Canabarro e este não contente toma as negociações com Caxias mesmo a contra gosto do presidente Bento, entrega o país de volta ao império e que não cumpre o que estava no pseudo tratado de paz.

Portanto, compatriotas o que temos para comemorar? Um Rio grande sucateado por politicas imperiais que sugam nossas riquezas? Regrinhas de vestimentas como se fossem os trajes de antigamente? Um modelo de tradição e cultura ditado por um bando de políticos e burocratas que dizem o que é certo na tradição gaúcha?

Hoje é dia de refletir, de dialogar com o compatriota ao lado de qual é a solução para tornar o RS grande novamente, dia de lembrar Bento, Netto, Lanceiros e outros tantos e de não esquecer o Canabarro e outros traídores. Nós o povo temos poucos a nosso favor, em compensação existem milhares de Canabarros que se vendem pelo poder e eles se chamam políticos, vamos parar gauchada de se degladearem por politica, eles não estão nem aí pra nós, é hora de uma revolução popular cultural, vamos se unir mesmo com as adversidades políticas em prol do RS.

Vamos novamente tornar o 20 de setembro o percursor da liberdade e mostrar o valor de ser GAÚCHO.

domingo, 13 de setembro de 2015

20 de Setembro destorcido

Dia 20 de Setembro completa exatamente 180 anos do começo do maior marco de identificação da cultura do nosso povo, onde se inspiramos para lutar por ideais libertários dos farroupilhas, que independentemente de seus interesses lutaram por uma causa e se estendeu até se formar uma república. O que era uma simples reivindicação por melhores condições comerciais, se tornou uma sangrenta luta por quase 10 anos.

Sei como a maioria que haviam interesses comerciais, que ludibriaram muita gente e muitos farroupilhas ficaram marcados pela traição, mas, nunca tirará o mérito das batalhas travadas neste pago sulino.

Infelizmente hoje, aqui dedilhando este teclado, não sinto aquele fervor pela semana farroupilha, pois, sei bem que se eu for em qualquer festa e perguntar o porque da semana farroupilha, o que lembra o 20 de setembro, poucos me responderam o que realmente é. Escutarei respostas como a semana das festas campeiras, o dia do Gaúcho e outras atrocidades culturais que eram para ser aprendidas sim no CTG e não são.

Na semana farroupilha, não me pilcho como manda o MTG, pois, sou gaúcho, minha cultura é platina, é a mescla do índio charrua que montava um bagual como ninguém, é a cultura do índio que sorveu uma infusão de ervas nativas que os Jesuítas espanhóis fizeram questão de conservas este costume e também se adaptaram a tal. Falo isso muito antes da Revolução Farroupilha, a origem de fato da comemoração do 20 de Setembro, falo dos séculos 17 e 18, onde um índio já bradou contra a injustiça e para proteger sua raça e sua cultura e com certeza os farroupilhas lembraram Sepé Tiaraju enquanto peleavam independente de seus ideais, a época era outra, devemos respeitar o fato, pois se perderam vidas de ambos os lados, tanto dos farroupilhas quanto dos imperiais.

Hoje vejo, na minha opinião que o 20 de setembro está sim destorcido pelo analfabetismo cultural que está enfrentando a geração mais nova, não estou falando de andar pilchado com o roupa medida com uma régua, estou falando de conhecer os porquês da festa, o que realmente aconteceu e acima de tudo lembrar os verdadeiros heróis que foram os responsáveis por termos este orgulho de nossas raízes, devemos lembrar Bento, Netto, Corte Real, Garibaldi, Anita e muitos outros.

Creio que a semana farroupilha deveria acender o orgulho de ser gaúcho e mostrar que este gauchismo se deve a estes personagens, pois, dia 11 de setembro foi o dia em que o grande Gen. Netto proclamou a República Riograndense, e o que vimos, as torres gêmeas dos EUA, não sou indiferente ao fato, mas, e a nossa cultura? Devemos respeitar todas as culturas independente de estado, país, território, mas, primeiro devemos conhecer e respeitar a nossa. Vivemos hoje uma guerra cultural, onde um se posiciona a favor de uma coisa é criticado, a favor é critica e no fim ninguém é respeitado. Sei que muitos que criticam o nordeste, vão nas praias do mesmo e quando chegam lá ainda dançam forró, e tudo isso por que, para chamar atenção na internet.

Não sou contra os festejos farroupilhas, sou contra a forma e o que lembra estes festejos, respeito muito, Paixão Cortes, Glaucus Saraiva e Barbosa Lessa, porém, eles foram os que reacenderam a chama farroupilha, a memória dos nossos ancestrais farrapos. Devemos exaltar além destes, os heróis de 35, os índios que nos deixaram a herança guerreira e principalmente devemos buscar nos aproximar de nossos irmãos culturais do Uruguay e Argentina para manter viva nossa identidade gaúcha Riograndense e não deixa-la destorcida como está hoje.

Dê a sua opinião, será importante debater SEM OFENSAS este tema. Chamo também o povo de outras culturas para nos irmanar neste debate.

Mil gracias a todos.


terça-feira, 9 de junho de 2015

Uma breve charla Tchê, assim não dá, está virando rotina.

Há quase um ano atrás, em agosto de 2014, aqui neste espaço (aqui) me manifestei sobre os imigrantes em Caxias do Sul, e a cada dia vemos que não mudou nada, agora o fato mais recente é um vídeo que circula nas redes sociais e foi parar no programa CQC, da Band, onde mostra um individuo insultando um trabalhador Haitiano e com aquele tom ainda cita o militarismo, como pode? Isto é um insulto além do cidadão de outro país, um insulto ao exército, pois, as palavras são escrotas. Sei que o objetivo inicial deste espaço era pregar a alegria, trazer o xucrismo do RS para a internet, mas, estão envergonhando cada vez mais nosso povo gaúcho, os verdadeiros gaúchos, pois estes não representam a cepa e a extirpe do nosso rincão.

Não basta este preconceito estupido, os nossos políticos estão se superando, um escândalo atrás do outro, nepotismo, desvios, kilometragens, lava jato. Tudo isso e mais um pouco, políticos que sempre foram reconhecidos pelo caráter e seriedade na vida publica, agora caiu a mascara e os meus butiás dos bolsos. Ainda vindo de longe, desarmaram o cidadão e deram proteção aos bandidos e a criminalidade tomou conta da sociedade.

Hoje está fazendo falta a ombridade o respeito e a seriedade em tratar o próximo, e sobre isso também já fiz um desabafo neste espaço (aqui).

Sei que não devemos ficar falando e escrevendo sobre tais fatos, mas, isso não está em nosso alcance, faço o possível e tento passar a meus filhos, mas, sei que sou minoria quase peleando sólito, porém, ainda tenho pessoas que me inspiram no orgulho de ser e preservar o gauchismo e tento plantar e semear esta inspiração.

Não podemos desistir do RS, vamos ensinar crianças e jovem a preservar a cultura do RS, não o que é bonito e sim o que é verdadeiro, não o que está nas roupas do ctg ou mtg e sim no que está na simples vida do campeiro e do tropeiro, preservar o que está dentro, como honra, sinceridade, verdade e não o que está fora.
Vamos preservar o Rio Grande do Sul, pois, assim só irão lembrar quem foram os farroupilhas no dia 20 e como uma simples data.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Massacre dos Porongos - 170 anos

Hoje, marca os 170 anos da batalha histórica que ficou conhecida como o Massacre dos Porongos, onde o Corpo de Lanceiros Negros, após desarmados por Canabarro, forma dizimados em um ataque surpresa e que hoje já se tem certeza que foi uma traíção as tropas farroupilhas.

Confira um texto do mês passado, que o blog reproduziu de um jornal sobre o fato acontecido - CLIQUE AQUI.

Leia e tire suas conclusões.

Aproveite e conheça nosso dicionário campeiro

domingo, 19 de outubro de 2014

Batalha dos Porongos - 170 anos


Em novembro terá um dia em especial para ser tristemente lembrado da Revolução Farroupilha, é o dia que marca a Batalha dos Porongos, ou como o Massacre dos Porongos como é dito por muitos, o que é certo é que neste dia será dedicado a lembrança de negros guerreiros que pelearam junto com o farroupilhas e acabaram massacrados na madrugada de 14 de novembro de 1844, se foi traição, quem poderá nos afirmar, o que é certo é que muitas vidas foram ceifadas naquela fatídica madrugada.
Alguns historiadores já confirmam que foi um pacto entre Canabarro e Caxias, ou seja, traição de um general que por muito tempo foi tido como herói.

Abaixo um texto extraído do Jornal Diário Popular de Pelotas que conta um pouco da trágica batalha.
Porongos: surpresa ou massacre?

O Cerro dos Porongos é um lugar pálido em setembro, quando os campos estão desbotados pelo inverno e o gado está espalhado, dividido em pequenos grupos nos poucos lugares onde o pasto surge mais úmido. Do alto da colina é possível enxergar os campos que se estendem até onde a vista alcança. Na madrugada de 14 de novembro de 1844, entretanto, a sentinela das tropas farrapas não percebeu o avanço da cavalaria do coronel Francisco Pedro de Abreu, o Moringue. Antes que a manhã acabasse, o acampamento havia sido dizimado e os corpos de cem farrapos - 80 deles integrantes do 1º Corpo de Lanceiros Negros - recobriam o cerro e os campos a sua volta.
O combate de Porongos é, talvez, a história mais controversa de toda a Revolução Farroupilha. Até hoje historiadores e pesquisadores tentam responder se houve ou não traição nas coxilhas de Pinheiro Machado. O grupo que defende a tese da não-traição refere-se ao episódio como “A Surpresa de Porongos”. Enquanto os que acreditam que o general David Canabarro entregou intencionalmente seus lanceiros às espadas de Moringue, chamam o combate de “O Massacre de Porongos”.
“O fator surpresa é um princípio de guerra e nele não há chance de reação e foi o que houve. Canabarro foi vítima de uma intriga, que acabou passando como verdade para a história”, defende Cláudio Moreira Bento, historiador e coronel reformado do Exército Brasileiro, autor de 70 livros, a maior parte deles sobre história militar.
Para o professor José Plínio Fachel, coordenador do curso de História da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), os números da batalha - cem farrapos mortos, nenhum imperial morto ou ferido - servem como a sombria confirmação sobre o que aconteceu. “Todos os documentos e o desenrolar da batalha fazem com que a historiografia atual seja praticamente consensual sobre o conluio da minoria farrapa com os imperiais. O tempo é amigo da verdade e, hoje, o que era negado passa a ser aceito pela história oficial.”
Dois campos para a mesma batalha
As controvérsias em torno de Porongos cercam até mesmo o lugar onde o combate foi travado. Hoje, dois marcos - um do Movimento Tradicionalista Gaúcho e outro do Movimento Negro - distantes mais de um quilômetro um do outro indicam locais diferentes para o episódio. E, conforme o pesquisador Artêmio Vaz Coelho, 56 anos, os dois estão errados. “Acredito que o alto de uma coxilha não seja o local mais apropriado para se montar um acampamento de guerrilheiros”, justifica.
O trabalho como agrônomo agrimensor possibilitou a Coelho percorrer uma infinidade de propriedades da região e de seus proprietários ouviu uma série de relatos sobre Porongos. Com base nestas histórias defende que o acampamento das tropas farroupilhas naquele final de primavera em novembro estava atrás dos cerros onde estão fincados os marcos.
O local apontado por Coelho é uma estreita e extensa clareira protegida pelo mato entrecortado por uma sanga de águas cristalinas. Ali, as coronilhas, murtas e caneleiras formam uma uma espécie de cúpula tornando possível esconder homens e cavalos tanto à noite como durante o dia.

Depois de ter resgatado a história do combate e dos lanceiros negros, Coelho quer ver resolvida a polêmica em torno do local onde ocorreu o massacre ou a surpresa de Porongos, pois assim acredita estar contribuindo para revisar uma das histórias mais polêmicas do Rio Grande do Sul. “A gente não sabe por que está no mundo, pode ser que daqui há uns dez anos a gente possa ver este assunto esclarecido, não é mesmo?”
O COMBATE
COMANDANTES: Bento Gonçalves (F) x Soares Paiva (I)
Farroupilhas- Imperiais
Mortos 100 - -
Feridos - - 4
Prisioneiros - - -
A preservação de uma história sem fim
Foi em uma barbearia no centro de Pinheiro Machado, que a história dos lanceiros negros começou a ser resgatada em 1996, ou seja, 152 anos depois do combate. Naquele dia de inverno um amigo pediu a Artêmio Coelho uma sugestão para inovar no desfile de 20 de Setembro. “Falei sobre a infantaria negra de Canabarro e por mais impressionante que seja, por aqui ninguém lembrava de ter ouvido falar”, conta. Coelho atribui o desconhecimento ao fato da Revolução Federalista (1893) ter apagado as lembranças coletivas sobre a Guerra dos Farrapos. “A Federalista marcou esta gente, que sofreu muito naquele período”, justifica.
A partir daquele dia, o agrônomo converteu-se em pesquisador e passou a buscar todo o tipo de informação sobre os lanceiros, descritos assim por Giuseppe Garibaldi em suas memórias redigidas por Alexandre Dumas: “Suas lanças, seus rostos pretos como azeviche, seus robustos membros e sua perfeita disciplina tornara-os o terror dos inimigos”.
Meses depois, a comunidade da pequena cidade do sul do estado assistia ao inédito desfile de uma tropa de infantaria negra, orgulhosamente vestida com réplicas dos uniformes da época. À frente deles, Coelho seguia fazendo as vezes do tenente-coronel Joaquim Teixeira Nunes. “Enquanto seguíamos para a avenida do desfile, um cidadão que nos viu passando, chegou a parar o carro e tirar o chapéu em sinal de respeito. Acho que ele pensou que era uma tropa oficial”, orgulha-se.
Memória e tradição
O resgate da história do combate Porongos colocou o município na rota do turismo cultural do estado, que deverá ganhar um novo fôlego a partir da inauguração do memorial financiado pela Fundação Palmares, que já adquiriu a área em torno do local onde está fixado o marco do Movimento Negro. A idéia é transformar os campos que serviram de mortalha aos lanceiros em local de lazer e possibilitar a realização de escavações arqueológicas com o objetivo de trazer, literalmente, à tona o restos sepultados do combate que se transformou primeiro em massacre e depois em lenda.