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quarta-feira, 16 de abril de 2025

Heróis Farroupilhas - Quem foi General Netto: O Proclamador da República Rio-Grandense

General Antônio de Souza Netto (1803–1866) foi uma das figura central na história do Brasil e a mais emblemáticas da história militar e política do Rio Grande do Sul no século XIX, especialmente no contexto da Revolução Farroupilha. Reconhecido por sua liderança militar e política na Revolução Farroupilha, sendo fundamental na proclamação da República Rio-Grandense, marcando um capítulo significativo na luta por autonomia e liberdade no sul do país.​ Ficou conhecido também por sua atuação nas guerras da Cisplatina, contra Aguirre e na Tríplice Aliança contra o Paraguai, Netto deixou um legado de bravura e idealismo republicano.

Origens e Formação

Nascido em 25 de maio de 1803, na estância Capão Seco, distrito de Povo Novo, município de Rio Grande, Netto era filho de José de Souza Neto e Teotônia Bueno. Sua ascendência incluía o português João Ramalho e a índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá, destacando uma herança rica e diversificada. ​

Ascensão Militar e Revolução Farroupilha

Em 1835, como capitão da Guarda Nacional, Netto participou da reunião na Loja Maçônica Filantropia e Liberdade, em Bagé, que decidiu pelo início da Revolução Farroupilha. Destacou-se como comandante da primeira brigada do exército liberal republicano.​

Seu maior feito ocorreu em 10 de setembro de 1836, na Batalha do Seival, onde, à frente de 400 homens, derrotou as tropas imperiais comandadas por João da Silva Tavares. A vitória foi decisiva para a proclamação da República Rio-Grandense, realizada por Netto em 11 de setembro de 1836, no Campo dos Menezes. ​

Durante a ausência de Bento Gonçalves, preso na Bahia, Netto assumiu o comando interino do Exército Republicano. Com a volta de Bento, passou a exercer a função de Chefe do Estado-Maior do Exército da República Rio-Grandense. ​

Participação em Outras Guerras

Após a assinatura da Paz de Ponche Verde, em 1845, Netto exilou-se no Uruguai, onde estabeleceu-se como estancieiro. Em 1851, retornou à luta na Guerra contra Rosas, organizando, às suas próprias custas, uma brigada de Voluntários Rio-Grandenses, o que lhe valeu a promoção a brigadeiro honorário do Exército Brasileiro. ​

Participou também da Guerra contra Aguirre, em 1864, e da Guerra do Paraguai, onde comandou uma Brigada de Cavalaria Ligeira de Voluntários. Destacou-se na vanguarda do Exército Brasileiro, sob o comando do General Osório, sendo um dos primeiros a pisar em solo paraguaio durante a invasão pelo Passo da Pátria, em 16 de abril de 1866. ​

Morte e Legado

Na Batalha de Tuiuti, em 24 de maio de 1866, a maior batalha campal da América do Sul, Netto teve papel crucial na defesa do flanco esquerdo das tropas brasileiras. Durante o combate, foi ferido e transferido para um hospital em Corrientes, na Argentina, onde faleceu em 2 de julho de 1866, aos 63 anos. ​

Em 1966, no centenário de sua morte, seus restos mortais foram trasladados para um mausoléu em Bagé, cidade que tanto prezava.​

Representações Culturais

A vida de Netto inspirou obras na literatura e no cinema. O escritor Tabajara Ruas publicou o romance "Netto perde sua alma" em 1998, adaptado para o cinema em 2001. Além disso, Netto foi retratado por Tarcísio Filho na minissérie "A Casa das Sete Mulheres" (2003).​





domingo, 11 de setembro de 2016

11 de Setembro - Proclamação da República

Pois é, indiada, 11 de setembro, enquanto o Brasil e o mundo lembra uma tragédia, que é lógico que não devemos ficar indiferentes, nós gaúchos de alma e coração lembramos a data mais importante de nossa nação, em 11 de setembro de 1836, foi proclamada a República Riograndense, pelo nosso saudoso e heróico Gen. Netto. Infelizmente nossa República perdurou por poucos anos, mas, serviu para manter aceso o sentimento de liberdade do povo Gaúcho, e hoje, nesta data tão importante, devemos parar e pensar se está correta viver nessa tirania imposta pelo brasil, um país que se diz tão democrático e trata seus "filhos" de uma maneira exclusivamente explorativa, sugando nossas riquezas e retornando migalhas.

Que sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra, e que essas façanhas começam hoje, nesta data, vamos lá gauchada, vamos unir forças e nos libertar.

Abaixo transcrevo o discurso do Gen. Neto para sua tropa, no 11 de setembro de 1836, um dia após uma importante vitória no Campo dos Menezes, no Seival, localidade do município de Candiota, onde é proclamada a  república Riograndense.

"Bravos companheiros da 1ª Brigada de Cavalaria!
Ontem obtivestes o mais completo triunfo sobre os escravos da Corte do Rio de Janeiro, a qual, invejosa das vantagens locais de nossa província, faz derramar sem piedade o sangue de nossos compatriotas, para deste modo fazê-la presa de suas vistas ambiciosas.
Miseráveis! Todas as vezes que seus vis satélites se têm apresentado diante das forças livres, têm sucumbido, sem que este fatal desengano os faça desistir de seus planos infernais.
São sem número as injustiças feitas pelo Governo. Seu despotismo é o mais atroz. E sofreremos calados tanta infâmia?
Não, nossos companheiros, os rio-grandenses, estão dispostos, como nós, a não sofrer por mais tempo a prepotência de um governo tirânico, arbitrário e cruel, como o atual. Em todos os ângulos da província não soa outro eco que o de independência, república, liberdade ou morte.
Este eco, majestoso, que tão constantemente repetis, como uma parte deste solo de homens livres, me faz declarar que proclamemos a nossa independência provincial, para o que nos dão bastante direito nossos trabalhos pela liberdade, e o triunfo que ontem obtivemos, sobre esses miseráveis escravos do poder absoluto.
Camaradas! Nós que compomos a 1ª Brigada do Exército Liberal, devemos ser os primeiros a proclamar, como proclamamos, a independência desta província, a qual fica desligada das demais do Império, e forma um estado livre e independente, com o título de República Rio-grandense, e cujo manifesto às nações civilizadas se fará competentemente.
Camaradas! Gritemos pela primeira vez: viva a República Rio-grandense! Viva a independência! Viva o exército republicano rio-grandense!
Campo dos Menezes, 11 de setembro de 1836 – Antônio de Sousa Neto, coronel-comandante da 1ª brigada."

Fonte: Imagens da internet