Cantador
Faço verso pra o meu consumo
E pra cultivar a tradição
Esse e meu destino de peão
Que na minha charla de domador
Demonstra o meu interior
Minha origem de sangue pampa
que não nego minha estampa
Na poeira do corredor
Seguindo minha trajetória
Aqui bem pro sul
Contemplo o céu azul
Na imensidão do meu pago
E junto comigo eu trago
O sentimento do fundo de campo
Demonstro todo o meu canto
Nesta milonga do campo largo
Milonga que tem alma pampa
Num perfil de estrada e tempo
Evocando palavra nos "tento"
Pois no meu peito tem um rincão
E vou firmando o garrão
Meio andarilho ao trancaço
Trazendo o verso em cima do laço
Pra quem tem alma de galpão
E de volta de uma tropeada
Quando a alma volta pra terra
Ergo minha bandeira de guerra
Deixando de lado o recuerdo posteiro
Sigo a lida de campeiro pra campeiro
Extraviado nas estâncias da fronteira
Domando, pra apear na porteira
Com meu pingo companheiro
Esta e minha vida de peão
De um fronteiro de alma e pampa
Que em outro pago se agranda
Aguentando o tirão trago meu relato
Quebrando os silêncios das janelas do povoado
No meu rancho aqui na cidade
Pra contrariar a quietude
Da minha alma e de meu sangue maragato
Da alma branca dos que tem saudade
Ao andarilho campesino cantador
Todo gaudério tem um sonho em flor
De bota e bombacha assim no mas
A filosofia de andejo se faz
Com os destinos ja traçados
De a cavalo fulanos e sicranos
Vão sovando um pelego em busca da paz
Por: Rodrigo Silva
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