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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Momento da Poesia Gaúcha - Tradição

Buenas gauchada, mais uma da série Momento da Poesia Gaúcha, agora outra autoral que, quem sabe um dia saia em livro, mas, por enquanto vamos publicando aqui no xucrismo da internet.

Confiram e avaliem:

TRADIÇÃO

Nasci neste solo gaúcho
E tenho orgulho desta estampa
Guapo, criado no pampa
Conservador das tradições
Passando às futuras gerações
Deste Rio Grande crioulo
Guardando este tesouro
Dentro de nossos corações.

Este tesouro de tradição
Tem a alma caudilha
Desde a época farroupilha
Fincada na pampa sulina
Ergueu e defendeu sua sina
De mostrar ao mundo nossa cultura
Esbravejando a nossa bravura
Contra esta gente “malina”.

A tradição é uma chama
Que nunca vai se apagar
E a tendência é aumentar
Pois, sempre haverá um gaúcho
Que não precisa de luxo
Pra conservar os costumes
Fazendo com que se difunde
O grito do povo gaúcho.

Tradição é a nossa identidade
O churrasco e o chimarrão
No campo a lida com a criação
A arte do gaúcho campeiro
Devoto do negro do pastoreio.
Também é a festa da gauchada
A piazada na invernada
E os sonhos do velho tropeiro

Tradição é cantar nosso hino
Respeitar o pavilhão tricolor
Defender o Rio Grande com fervor
Como se fosse um soldado farrapo
Que defendeu lá no passado
Deu o sangue por sua querência
Fincando na memória sua existência
Para hoje com orgulho ser lembrado

Tradição é o nosso canto
Do puro tradicionalismo
Cantando nosso regionalismo
E o orgulho do nosso chão
São as memórias que trago no coração
Que agora passo pro piazito
Que sendo ou não sendo bonito
É o canto da gente deste torrão

Tradição é o próprio torrão sulino
No garrão desta querência
Também da prendinha a essência
Do amor por esta terra
O guri, um pequeno qüera
Que usa bota e bombacha
Às vezes até acho graça
Pois, me vejo bem como eu era

Tradição é tudo isso
E até mais um pouco
Pode me chamar de louco
Por amar tanto um pedaço de terra
E se for preciso faço guerra
Para este sentimento não acabar
E a nossa tradição continuar.
A se perpetuar na nossa terra.

Por: Rodrigo Silva

Confira mais poesias em:

sábado, 20 de junho de 2015

Momento da Poesia Gaúcha - Cantador

Mais uma poesia de autoria própria, inspirada nos títulos das músicas de Luiz Marenco

Cantador

Faço verso pra o meu consumo
E pra cultivar a tradição
Esse e meu destino de peão
Que na minha charla de domador
Demonstra o meu interior
Minha origem de sangue pampa
que não nego minha estampa
Na poeira do corredor

Seguindo minha trajetória
Aqui bem pro sul
Contemplo o céu azul
Na imensidão do meu pago
E junto comigo eu trago
O sentimento do fundo de campo
Demonstro todo o meu canto
Nesta milonga do campo largo

Milonga que tem alma pampa
Num perfil de estrada e tempo
Evocando palavra nos "tento"
Pois no meu peito tem um rincão
E vou firmando o garrão
Meio andarilho ao trancaço
Trazendo o verso em cima do laço
Pra quem tem alma de galpão

E de volta de uma tropeada
Quando a alma volta pra terra
Ergo minha bandeira de guerra
Deixando de lado o recuerdo posteiro
Sigo a lida de campeiro pra campeiro
Extraviado nas estâncias da fronteira
Domando, pra apear na porteira
Com meu pingo companheiro

Esta e minha vida de peão
De um fronteiro de alma e pampa
Que em outro pago se agranda
Aguentando o tirão trago meu relato
Quebrando os silêncios das janelas do povoado
No meu rancho aqui na cidade
Pra contrariar a quietude
Da minha alma e de meu sangue maragato

Da alma branca dos que tem saudade
Ao andarilho campesino cantador
Todo gaudério tem um sonho em flor
De bota e bombacha assim no mas
A filosofia de andejo se faz
Com os destinos ja traçados
De a cavalo fulanos e sicranos
Vão sovando um pelego em busca da paz

Por: Rodrigo Silva