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sábado, 27 de setembro de 2025

Biografia Gaúcha - Luiz Carlos Borges

Luiz Carlos Borges foi um dos maiores representantes da música gaúcha missioneira, com uma trajetória que uniu fronteiras, festivais e discos e teve uma vida inteira dedicada ao acordeon e à cultura do sul. Nascido em 25 de março de 1953, em Vila Seca, distrito de Santo Ângelo, nas Missões do Rio Grande do Sul, cresceu em meio às influências musicais da região e desde guri foi envolvido pela sonoridade do chamamé, das rádios de fronteira e dos bailes de campanha. Aos sete anos começou a estudar música e aos nove já tocava gaita nos bailes com o grupo familiar Irmãos Borges, com quem gravou os três primeiros LPs ainda na juventude. Essa fase inicial de estrada, fandangos e rádio forjou o músico que depois se destacaria no cenário nativista em festivais e circuitos culturais dentro e fora do estado.



Com o tempo, Luiz Carlos Borges passou dos bailes familiares para os festivais e para a composição. O grande ponto de virada ocorreu quando venceu a Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana em 1979 com a música “Tropa de Osso”, que marcou o início da sua carreira solo e do seu primeiro disco individual em 1980.

Formou-se em Música pela Universidade Federal de Santa Maria e também assumiu funções na área cultural em São Borja, Santa Maria e Santa Rosa. Foi em Santa Rosa que idealizou e organizou o Musicanto Sul-Americano de Nativismo a partir de 1983, criando um dos maiores espaços de integração musical entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai dentro do universo tradicionalista e missioneiro.

Ao longo da carreira, Luiz Carlos Borges lançou mais de 30 discos entre LPs, CDs e DVDs. Dos trabalhos com os Irmãos Borges nos anos 1970 às parcerias internacionais nas décadas seguintes, construiu uma discografia ampla e respeitada. Entre os álbuns individuais estão:

Tropa de Osso (1981)

Noites, Penas e Guitarra (1982)

Quarteada (1984)

Solo Livre (1986)

Fronteras Abiertas com Antonio Tarragó Ros (1991)

Gaúcho Rider com o Grupo Alma (1992)

Geraldo Flach & Luiz Carlos Borges com Geraldo Flach (1992)

Na Chama do Chamamé (1993)

Hay Chamamé (1995)

Gaúcho com Edison Campagna (1995)

Temperando (1996)

Campeiros com Mauro Ferreira (1999)

Luiz Carlos Borges (1999)

Do Pampa ao Pantanal (2001)

40 Anos de Música (2002)

Luiz Carlos Borges & Quarteto (2004)

Buenaço (2008)

Itinerário de Rosa (2008) 

Con Amigos Argentinos (2010).



Em 2014 lançou também o DVD “50 Anos de Música – Ao Vivo”, premiado no Prêmio Açorianos e registrado com participações especiais.



Durante a carreira também teve coletâneas como Sucessos de Ouro (1994), Acervo Gaúcho (1998) e 40 Anos de Glória (2003), todas incrementando o acervo das gravações missioneiras e chamameceras que ajudou a popularizar.

Sua ligação com o chamamé foi decisiva para a integração musical do Cone Sul. Atuou ao lado de grandes nomes argentinos como Antonio Tarragó Ros, Rudi e Nini Flores e participou de encontros com artistas de peso do folclore latino-americano, inclusive dividindo palco com Mercedes Sosa, Juan Falú e Geraldo Flach. Com Mercedes Sosa gravou uma música em seu último trabalho o albúm Cantora

Representou o Brasil no Festival Nacional del Folklore de Cosquín em Córdoba, na Argentina, nas edições de 1984 e 1998. Se apresentou nos Estados Unidos em 1986 no International Festival of Folklore em Salt Lake City, esteve na Semana Regional do Folclore na Guiana Francesa em 1988 e fez turnês em países europeus como França, Alemanha e Áustria. Participou também da Fiesta Nacional del Chamamé em Corrientes, consolidando-se como uma referência do gênero para o público latino.

Ao longo de décadas, foi presença constante e premiada em festivais nativistas, vencendo como compositor, intérprete, instrumentista e arranjador. Recebeu mais de uma centena de premiações,  distinções e indicações, incluindo vários Prêmios Açorianos de Música em Porto Alegre, sendo eles:

1998 - Foi indicado para Disco de Música Regional e Instrumentista de Teclado

2008 - Foi premiado como Compositor de Música Regional e Arranjador (com Leandro Rodrigues)

2011 - Ganhou menção especial pelos 50 anos de carreira

2014 - Venceu como Compositor de Música Regional, Intérprete de Música Regional, Instrumentista de Música Regional, DVD do ano e melhor álbum de música regional com o disco 50 Anos de Música. Além destas premiações diversas entidades culturais e prefeituras lhe prestaram homenagens ao longo da vida e após seu falecimento.

Seu estilo era marcado pela fusão da milonga, vaneira, polca e chamamé com a identidade missioneira da fronteira oeste gaúcha. A gaita ponto e sua interpretação forte e sensível levaram a música do sul a novos países e a novos públicos. Para além dos palcos, Borges contribuiu com a organização cultural, especialmente com o Musicanto, que se tornou um palco de integração latino-americana. Seu compromisso com a tradição não impediu o diálogo com outros ritmos e artistas, o que tornou sua obra diversa e autêntica.

Luiz Carlos Borges faleceu em 10 de maio de 2023, aos 70 anos, em Porto Alegre, deixando um legado respeitado no Brasil, Argentina e Paraguai. É lembrado como embaixador missioneiro do chamamé, acordeonista de alma fronteiriça e figura central na construção da identidade musical do sul do país ao longo de mais de cinco décadas de carreira. Sua obra continua circulando em regravações, projetos de memória, coletivos musicais e publicações culturais.


domingo, 17 de setembro de 2017

Conquista mundial do CTG Aldeia dos Anjos

Buenas gauchada, sempre com o objetivo de divulgar e enaltecer o que é daqui do RS, da nossa cultura, é com grande orgulho que noticiamos as conquistas do CTG Aldeia dos Anjos de Gravataí na Coréia do Sul.
No dia 15, conforme reportagem do ZH e confirmado no perfil e site do CTG, o Aldeia dos Anjos obteve a quarta colocação no Street Dance Parade de Cheonan, na Coreia do Sul. Em um apresentação com 24 dançarinos do grupo competiram com mais 33 grupos, de diversos países como Rússia, Letônia, Polônia, Filipinas e República Tcheca, alguns com mais de cem participantes. A competição ocorreu em formato de desfile na principal avenida da cidade, com três momentos de parada para apresentação. O grupo exibiu um mix de danças tradicionais, condensadas em dois minutos. Segundo a coordenadora do grupo, Jane Luz Santos, foi apresentado um mix de danças tradicionais.
A imagem pode conter: 3 pessoas, pessoas no palco, pessoas em pé, noite, criança e atividades ao ar livre
Perfil do CTG Aldeia do Anjos

Já neste domingo (17/09) o CTG Aldeia dos Anjos, de Gravataí, conquistou o Grand Prize (prêmio principal) do Cheonan World Dance Festival, uma espécie de Copa do Mundo da dança folclórica, disputado na Coreia do Sul.

Com a premiação, a entidade torna-se uma das poucas no planeta a obter a "tríplice coroa" dos festivais de dança folclórica – em 2014, venceu o International Büyükçekmece Culture and Art Festival, na Turquia, e, em 2016, a Sagra del Mandorlo in Fiore, na Itália. Na última sexta-feira (15), o CTG já havia conquistado a quarta colocação no Street Dance Parade de Cheonan.

– O Grand Prize eleva a cultura gaúcha no cenário mundial – celebra Marco Aurélio Ávila, professor e diretor do grupo (ao lado da esposa Cármen Lúcia Avila) desde 1994.

O Cheonan World Dance Festival reuniu 12 companhias de dança de países diferentes. Os grupos foram julgados por nove delegados da Federação Internacional de Festivais de Dança (Fidaf), que avaliaram com notas as performances artísticas no palco.

Formada por 30 pessoas, a equipe do Aldeia dos Anjos apresentou-se durante cinco minutos, divididos em duas coreografias próprias e mais uma montagem com um passo de chula.

– Foi um bloco gaúcho, com ritmo e passos gauchescos, que muito agradou e nos deu o título – explica Ávila.

Em seu perfil no Facebook, o diretor musical Paulo Gnoatto também comemorou a conquista histórica:

– E o grande campeão do Grand Prix é o CTG Aldeia dos Anjos. Pela primeira vez na história um grupo brasileiro é campeão aqui em Cheonan – escreveu Gnoatto, ao postar um vídeo da apresentação do grupo logo depois de ser anunciado como vencedor do Grand Prix. – Assim comemoramos um grande título. Chula!

Lucia Brunelli, coreógrafa do CTG, destaca a grande infraestrutura do evento e o "público imenso" na rua. Ela relata que os demais grupos também levaram danças típicas de seus países.

A delegação de 30 pessoas viajou no dia 4 para Seul, onde realizou uma programação de turismo, e chegou à cidade do desfile no dia 8 para o Cheonan World Dance Festival _ a Street Dance Parade ocorreu como um evento paralelo ao festival. O grupo deve permanecer na Ásia até o dia 19.

domingo, 27 de agosto de 2017

Festival Serrano 2017

Buenas gauchada, trago desta vez a programação do Festival Serrano 2017, um festival de danças tradicionais que ocorrerá durante a programação da semana farroupilha de Caxias do Sul/RS, que será promovido pela 25ªRT, onde para cada dançarino a inscrição será a doação de um brinquedo para ser destinado as crianças em vulnerabilidade social.

O evento será nos dias 16 e 17/09 nos Pavilhões da Festa da Uva.

Confira a programação e o regulamento abaixo:

SÁBADO - DIA 16

08:00 – INÍCIO - SEQUENCIA DE APRESENTAÇÃO CONFORME ORDEM INVERSA DE INSCRIÇÃO

DOMINGO  - DIA 17

08:00 - INÍCIO - SEQUÊNCIA DE APRESENTAÇÃO CONFORME ORDEM INVERSA DE INSCRIÇÃO

REGULAMENTO

CADA ENTIDADE PODERÁ INSCREVER UM GRUPO DE DANÇAS POR CATEGORIA, SENDO A DATA INICIAL PARA INSCRIÇÕES DIA 01/08/2017, E O PRAZO MÁXIMO 12/09/2017, ÀS 18 HORAS através do email: coordenadoria@25rt.com.br.
Onde, para cada inscrito no festival, deverá ser entregue na 25RT um brinquedo até o dia 12/09/2017.

A ORDEM DE APRESENTAÇÃO SERÁ INVERSA A DE INSCRIÇÃO. NÃO PUDER SE APRESENTAR NA ORDEM, DEVERÁ EXPOR O FATO A ORGANIZAÇÃO COM NO MÁXIMO 24 HORAS ANTES DO INÍCIO DO EVENTO PARA POSSÍVEL TROCA. CASOS DE
URGÊNCIA, A COMISSÃO ORGANIZADORA RESOLVERÁ DA MELHOR MANEIRA POSSÍVEL.

OS PARTICIPANTES DEVERÃO APRESENTAR O CARTÃO TRADICIONALISTA, 15 MINUTOS ANTES DA APRESENTAÇÃO.

SOMENTE SERÃO ACEITAS INSCRIÇÕES COM A FICHA PADRONIZADA, FORNECIDA PELA COMISSÃO ORGANIZADORA E ENVIADA POR EMAIL.

O XIX FESTIVAL SERRANO DE DANÇAS TRADICIONALISTAS É DIVIDIDO EM QUATRO CATEGORIAS: MIRIM, JUVENIL, ADULTA E VETERANA.

O LIMITE DE IDADE SERÁ:

PRE-MIRIM: ATÉ 10 ANOS (NÃO PODE TER FEITO 11).

MIRIM: ATÉ 13 ANOS (NÃO PODE TER FEITO 14)

JUVENIL: ATÉ 17 ANOS (NÃO PODE TER FEITO 18)

ADULTA: MÍNIMO (15) ANOS

VETERANA: MÍNIMO DE (30) ANOS

As apresentações serão por entidade: no sábado mirim/juvenil e no domingo adulto/veterana.
OBS.: Os concorrentes de categorias inferiores poderão subir de categoria e competir com as categorias superiores, com exceção da categoria veterana (xiru), que deverá obedecer à idade mínima
estabelecida neste regulamento. Para a mesma modalidade, o concorrente deverá optar por uma categoria em cada evento que participar.
Todas as entidades que se apresentarão receberão um troféu de participação. Não haverá avaliação.

O MÍNIMO PERMITIDO SERÁ DE 05 PARES E O MÁXIMO DE PARES É LIVRE.

OS PARTICIPANTES APRESENTARÃO 03(TRÊS) DANÇAS TRADICIONAIS DE LIVRE ESCOLHA, MAIS COREOGRAFIA DE ENTRADA OU SAÍDA (OPCIONAIS).

O TEMPO MÁXIMO SERÁ DE 20 MINUTOS PARA A SUA APRESENTAÇÃO, CONTADOS APARTIR DO MOMENTO QUE O GRUPO VOCAL ESTIVER PREPARADO. CASO O GRUPO APRESENTE AS DANÇAS: PAU DE FITAS OU MEIA CANHA O TEMPO MÁXIMO PASSARÁ PARA 25 MINUTOS.

A ENTIDADE QUE DESCUMPRIR AS NORMAS DO FESTIVAL ESTARÁ AUTOMATICAMENTE IMPEDIDA DE PARTICIPAR DO FESTIVAL NO ANO SEGUINTE.

O TEMPO MÁXIMO DE EQUALIZAÇÃO DO SOM SERÁ DE 05 MINUTOS. APÓS ESTE TEMPO SERÁ DADO INÍCIO A CONTAGEM DA APRESENTAÇÃO. 

PODERÃO SE APRESENTAR COM CD OU MUSICAL.

DANÇAS A SEREM ESCOLHIDAS GRUPOS FEGADAN:

Cana Verde, Chote das Sete Voltas, Chote das Duas Damas, Chote Ponta e Taco, Chotes de Sete Passos, Chote Inglês, Chotes Par Trocado, Chotes em Roda, Chote Carreirinho, Anú, Balão Caído, Caranguejo, Balaio, Bentevi, Chimarrita, Chimarrita Balão, Graxaim, Chico Sapateado, Roseira, Queromana, Havaneira Marcada, Sarrabalho, Queromaninha, Mazurca Galopeada, Mazurca Marcada, Faca Maruja, Tatu de Castanholas, Tatu c/Volta no Meio, Valsa das Cadeiras, Rancheira de Carreirinha, Jardineira, Valsa da Mão Trocada, Rilo, Pau de Fitas, Tirana do Lenço, Vaneirão Sapateado, Pericon, Tirana do Ombro, Vinte e Quatro, Pezinho, Maçanico, Meia Canha, Sarna.

EM CASOS OMISSOS OU DÚVIDAS, A COMISSÃO ORGANIZADORA TERÁ PLENOS PODERES, PARA DECIDIR.

Fonte: 25ª RT



terça-feira, 2 de setembro de 2014

A lenda do Negrinho do Pastoreio

Como sempre levando para a internet a cultura do Rio Grande num só lugar, hoje tem a lenda do Negrinho do Pastoreio.

A lenda do Negrinho do Pastoreio é uma lenda meio cristã e meio africana. . É uma lenda muito popular no sul do Brasil e sua origem é do fim do Século XIX, no Rio Grande do Sul. Foi muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É uma lenda reconhecidamente do Rio Grande do Sul, e alguns folcloristas afirmam que a região tem uma única lenda sua, criada ao jeito local.

Conta a lenda que nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Em um dia de inverno, fazia muito frio e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros que acabara de comprar. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. Disse o estancieiro: "Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece". Aflito, o menino foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou o cavalo pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.

De volta à estância, o estancieiro, ainda mais irritado, bateu novamente no menino e o amarrou nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha. A partir disso, entre os andarilhos, tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos davam a notícia, de ter visto passar, como levada em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por um Negrinho, montado em um cavalo baio. Desde então, quando qualquer cristão perdia uma coisa, fosse qualquer coisa, pela noite o Negrinho procurava e achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar de sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o livrou do cativeiro e deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.

Quem perder coisas no campo, deve acender uma vela junto de algum mourão ou sob os ramos das árvores, para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo: "Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi...". Se ele não achar, ninguém mais acha.

Fonte: internet (folclóre gaúcho)