quarta-feira, 25 de junho de 2025

Inverno no Pampa

O frio chegou e com ele se nostra a força do inverno no Pampa Gaúcho. Com a chegada do inverno e da primeira grande onda de frio dele, os campos dos Pampas voltam a exibir sua face mais rústica e bela. O vento minuano sopra forte, cortando as madrugadas e cobrindo de branco o orvalho sobre a coxilha. No Rio Grande do Sul, especialmente nas regiões da campanha, fronteira e serra, o inverno não é apenas uma estação: é um modo de sentir e viver.

O fogão a lenha é tradição que aquece alma gaúcha no inverno e quando o frio aperta, além de aquecer ele se transforma no centro da convivência. É ao redor dele que se conta causos, se prepara o quentão, o puchero, o mocotó e se toma o chimarrão quente. O gaúcho resiste ao frio com a força da tradição.

Nas estâncias, a lida não para mesmo com temperaturas próximas ou abaixo de zero, o peão sai cedo pra encilhar o cavalo, lidar na mangueira ou com o rebanho. O poncho sobre os ombros e o mate amargo na mão são as principais armas da batalha que se enfrenta com o minuano.

No inverno, a pilcha campeira ganha reforços, além do poncho de lã grossa, muitas vezes herdado de gerações anteriores, é indispensável. A bombacha é mais grossa e a boinas ou chapéus se tornam itens obrigatório.

Essas vestimentas, além de proteger do rigor do inverno, mantêm a identidade viva do gaúcho.

No Pampa, o inverno transforma a paisagem. A vegetação perde o verde vibrante e assume tons acinzentados. As manhãs trazem neblina espessa e geada branca cobrindo o campo, como um manto de algodão. Os animais pastam com mais lentidão, e o cavalo campeiro se encolhe diante do sereno.

É uma época de resistência e cuidado. Os criadores de gado redobram a atenção com a alimentação dos animais e com os refúgios contra o frio.

O frio também aquece a cozinha tradicional. No interior do Rio Grande do Sul, o inverno é tempo de pratos fortes e bem temperados: Puchero, mocotó, carreteiro de charque, sopas em algumas regiões colonizadas do RS, polenta na serra, e claro, quentão, vinho colonial e cachaça.

Tudo isso feito no fogão a lenha, enquanto o mate continua circulando na roda.

O gaúcho tem uma relação afetiva com o inverno. É no frio que ele se recolhe um pouco mais, valoriza o aconchego da casa, o som da chuva no zinco, o cheiro de lenha queimando. É também o momento em que as raízes culturais se intensificam, além das rádios que tocam mais milongas lentas e nostálgicas, os CTGs realizam jantares campeiros e bailes de integração.

Seja para quem vive no campo ou na cidade, o inverno nos Pampas é único. É hora de valorizar o que temos de mais nosso: o orgulho de ser gaúcho, mesmo diante do rigor do frio.

Tire a foto do seu mate na varanda. Registre a geada no potreiro. Compartilhe aquele vídeo do fogo de chão crepitando ao amanhecer. É nesse tempo que a alma campeira se mostra ainda mais forte.

Y tu, como enfrenta o frio do pampa?

Comenta aí como está o teu inverno!

Já fez fogo de chão esse ano? Qual tua comida campeira favorita nessa época?

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