Dia 20 de Setembro completa exatamente 180 anos do começo do maior marco de identificação da cultura do nosso povo, onde se inspiramos para lutar por ideais libertários dos farroupilhas, que independentemente de seus interesses lutaram por uma causa e se estendeu até se formar uma república. O que era uma simples reivindicação por melhores condições comerciais, se tornou uma sangrenta luta por quase 10 anos.
Sei como a maioria que haviam interesses comerciais, que ludibriaram muita gente e muitos farroupilhas ficaram marcados pela traição, mas, nunca tirará o mérito das batalhas travadas neste pago sulino.
Infelizmente hoje, aqui dedilhando este teclado, não sinto aquele fervor pela semana farroupilha, pois, sei bem que se eu for em qualquer festa e perguntar o porque da semana farroupilha, o que lembra o 20 de setembro, poucos me responderam o que realmente é. Escutarei respostas como a semana das festas campeiras, o dia do Gaúcho e outras atrocidades culturais que eram para ser aprendidas sim no CTG e não são.
Na semana farroupilha, não me pilcho como manda o MTG, pois, sou gaúcho, minha cultura é platina, é a mescla do índio charrua que montava um bagual como ninguém, é a cultura do índio que sorveu uma infusão de ervas nativas que os Jesuítas espanhóis fizeram questão de conservas este costume e também se adaptaram a tal. Falo isso muito antes da Revolução Farroupilha, a origem de fato da comemoração do 20 de Setembro, falo dos séculos 17 e 18, onde um índio já bradou contra a injustiça e para proteger sua raça e sua cultura e com certeza os farroupilhas lembraram Sepé Tiaraju enquanto peleavam independente de seus ideais, a época era outra, devemos respeitar o fato, pois se perderam vidas de ambos os lados, tanto dos farroupilhas quanto dos imperiais.
Hoje vejo, na minha opinião que o 20 de setembro está sim destorcido pelo analfabetismo cultural que está enfrentando a geração mais nova, não estou falando de andar pilchado com o roupa medida com uma régua, estou falando de conhecer os porquês da festa, o que realmente aconteceu e acima de tudo lembrar os verdadeiros heróis que foram os responsáveis por termos este orgulho de nossas raízes, devemos lembrar Bento, Netto, Corte Real, Garibaldi, Anita e muitos outros.
Creio que a semana farroupilha deveria acender o orgulho de ser gaúcho e mostrar que este gauchismo se deve a estes personagens, pois, dia 11 de setembro foi o dia em que o grande Gen. Netto proclamou a República Riograndense, e o que vimos, as torres gêmeas dos EUA, não sou indiferente ao fato, mas, e a nossa cultura? Devemos respeitar todas as culturas independente de estado, país, território, mas, primeiro devemos conhecer e respeitar a nossa. Vivemos hoje uma guerra cultural, onde um se posiciona a favor de uma coisa é criticado, a favor é critica e no fim ninguém é respeitado. Sei que muitos que criticam o nordeste, vão nas praias do mesmo e quando chegam lá ainda dançam forró, e tudo isso por que, para chamar atenção na internet.
Não sou contra os festejos farroupilhas, sou contra a forma e o que lembra estes festejos, respeito muito, Paixão Cortes, Glaucus Saraiva e Barbosa Lessa, porém, eles foram os que reacenderam a chama farroupilha, a memória dos nossos ancestrais farrapos. Devemos exaltar além destes, os heróis de 35, os índios que nos deixaram a herança guerreira e principalmente devemos buscar nos aproximar de nossos irmãos culturais do Uruguay e Argentina para manter viva nossa identidade gaúcha Riograndense e não deixa-la destorcida como está hoje.
Dê a sua opinião, será importante debater SEM OFENSAS este tema. Chamo também o povo de outras culturas para nos irmanar neste debate.
Mil gracias a todos.
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