Em plena semana farroupilha percorro este rincão digital chamado internet para expor minhas opiniões a respeito de tudo que está acontecendo, onde fatos recentes explicar da forma mais errada a intolerância que nos rodeia, e que o símbolo máximo dessa data está se perdendo.
Tudo o que temos hoje no que diz respeito a tradição, devemos aos então, alunos de um colégio em Porto Alegre que vindos do interior acreditavam que as tradições deviam ser preservadas e resgatadas, tudo isso em 1948, porém, como tudo evolui para o bem da humanidade, foi criando regras e por fim em 1967 foi criado o MTG para organizar essas entidades e através de regras caracterizar um estereótipo do gaúcho, um modelo a ser seguido.
Peraí, como um modelo, bem aí eu começo a discordar de tudo isso e não adianta dizer que não sou gaúcho por não seguir regras de entidades, posso afirmar que sou até mais gaúcho que os tal tradicionalistas que fazem tais regras e já explico porque.
Sou da fronteira, criado em uma cidade do interior que pelo menos até dez anos atrás as modernidades demoravam a chegar, sempre frequentei CTG, mas frequentei o campo também, fui a bailões e bailes tradicionais, me criei em festivais desde a 1° Compara da Canção de Pinheiro Machado, quando era no estacionamento do parque, sem o tradicional lonão, usei bombacha para ir a escola em março, abril, enfim o ano inteiro, já na adolescencia nos reuníamos em um galpão e era feito um carreteiro campeiro, se tomava canha, aprendi desde cego a cantar o hino da nossa República Rio grandense e nunca o hino brasileiro, tradição não se carrega no papel e sim no coração e no dia-dia, pois, hoje o que vemos são os que chamavámos de gaúchinhos de setembro, que quando chega a semana farroupilha se pilcham e vão para um CTG.
Digo que não preciso de manual, pois, meu manual está no pavilhão farroupilha, que são: liberdade, igualdade e humanidade.
A pilcha que uso não se enquadra nesses padrões, porque vem de influência castelhana, bombacha estreita, aquela de ginete, apesar de somente ginetear nas dificuldades da vida, eu coloco meu chinelo de couro surrado, minha bombacha e uma camiseta, cevo um amargo e escuto um CD do Marenco e isso me basta, pois, no silêncio rompido pelo ronco do chimarrão vem o respeito pela tradição.
Falo tudo isso devido os acontecimentos aqui na nossa terra, onde a polêmica começou com a brutalidade do caso Bernardo, depois os imigrantes em Caxias (leia o que pensa o blog aqui) e por último a bola da vez o caso do goleiro do Santos e o casamento de Livramento.
Porque tanto radicalismo? Pra que consultar presidente de MTG, como ele falou o CTG nem é mais filiado, pra que este alvoroço, neste caso o CTG não passa de um clube que ia ser emprestado para um evento e vem uma mídia cheia de vontade de colocar em dúvida a masculinidade de todo o povo gaúcho e essa gente se presta ir para TV tomar um posicionamento, foi como o caso da arena, tomou uma proporção tão grande que o ódio tomou conta e corrompeu mentes que chegaram a situações extremas que foi atear fogo.
Prego o gauchismo sem regras, respeito apesar de não concordar com o posicionamento do MTG, mas, essa exposição serviu para que além de aguçar o ódio e a incompreensão? Já respondo, para aumentar a fama do gaúcho no centro do país, como todos dizem, que o gaúcho é racista, o gaúcho é gay, o gaúcho é orgulhoso, o gaúcho é machista, deixem pensar o que querem temos que mudar nosso pensamento e deixar de lado todas as diferenças, vamos viver em harmonia e respeitar o espaço alheio, vamos cultuar a nossa tradição e respeitar a memória farrapa, é hora de mais uma vez levantar a bandeira contra a intolerância e sermos pioneiros novamente, se falarem mal de nós gaúchos lá pra cima, deixem que fale, pois, como diz o ditado, falar até papagaio fala, vamos nos blindar com este mal que vem de outros povos, não vamos deixar manchar nossa cultuar e que isto sirva para que as bombachas não desapareçam depois do 20 de Setembro.
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