sábado, 4 de janeiro de 2025

Como ficou posicionada nossa música em 2024

 Já fizemos algumas postagens por aqui mostrando o fenômeno do bailão no sul do Brasil (RS e SC), confira no post AQUI, e conferimos no site Connectmix o monitoramento das músicas em rádios e sempre nossa música figurou no top 15, e na grande maioria com as "bandinhas", grandes bandas que tocam nosso ritmo regional conhecido como Bailão.

Abaixo colocamos o posicionamento da música daqui em 2024, no link acima temos o de 2023 e um resumo até agosto.

Atualização de todo o ano de 2024

Região Sul - Rádios Comerciais

Sem artistas regionais no Top 15

Região Sul - Rádios Comunitárias

7º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
9º - Saudade da ex/Céu e Cantos e Brilha Som
10° - Do Fundo da Grota/Baitaca
14º - Guardanapo/Rainha Musical

Rio Grande do Sul - Rádios Comerciais

13º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
19° - Guardanapo/Rainha Musical (fora do top 15, mas, no top 20)

Rio Grande do Sul - Rádios Comunitárias

3° - Guardanapo/Rainha Musical
4º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma
6º - Saudade da ex/Céu e Cantos e Brilha Som
10º - Do Fundo da Grota/Baitaca
12° - Uma só lajota/Cleiton Borges
17° - Ai ai ai coração/San Marino (fora do top 15, mas, no top 20)

Santa Catarina - Rádios Comerciais
Sem artistas regionais no Top 15

Santa Catarina - Rádios Comunitárias

4º - Saudade da ex/Céu e Cantos e Brilha Som
7º - Do Fundo da Grota/Baitaca
14º - Perigosa e Linda/Corpo e Alma

Notamos que comparado até 17 de agosto, quando fizemos o parcial, as rádios comercias região sul não abriram espaço para o regional, ou por posicionamento cultural ou por estarem nas grandes cidades. Já a música regional sempre tem uma popularidade maior nas comunitárias, inclusive ganharam fôlego e aumentaram a participação no top.
Já na análise por estado, o RS aumentou a participação da música regional depois de agosto nas rádios comerciais e reduziu nas comunitárias, onde aí valorizamos as presenças entre os top 20.
Já em SC as rádios comerciais seguiram sem a participação regional no top 20 e aumentou nas comunitárias.

Com isso, concluímos que a cena musical regional se consolida, mantendo os mesmos números em relação a 2023, com pequena redução, onde nas comerciais no sul figurou uma e em 2024 nenhuma e nas comunitárias de SC e RS reduzindo uma e comerciais do RS um também.

Mesmo assim, com o domínio do sertanejo e a entrada de hits do exterior, nossa cultura segue firme com os ritmos regionais. Para conferir e comparar esses números acesse o link do início do artigo.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

2025: Um Novo Ciclo para o Povo Gaúcho e Nossa Cultura

O ano de 2024 trouxe desafios que marcaram profundamente o Rio Grande do Sul. Enchentes devastadoras, perdas humanas em acidentes e outros eventos impactaram nossas vidas, mas a força e a resiliência do gaúcho seguem inabaláveis. Com a chegada de 2025, renovamos a esperança de dias melhores, mais prósperos e tranquilos para todos. Um ano que será cheio de eventos tradicionalistas que certamente necessitarão do apoio da nossa população em sua integralidade. 

Começamos hoje dia 03/01, na cidade de Capitão,onde, inicia-se oficialmente a temporada de rodeios, com cerca de 3.500 eventos esperados ao longo do ano. Esta modalidade não é apenas uma celebração cultural, mas também um motor econômico poderoso, movimentando mais de 2 bilhões de reais por ano no estado. É a força do pampa, unindo tradição e desenvolvimento.

Temos também os festivais nativistas  que são a alma do povo Gaúcho e entre os 28 festivais nativistas confirmados para 2025, destacam-se eventos como o Acampamento da Canção, que inaugura o calendário nativista e a . Esses festivais são verdadeiras vitrines da nossa música, poesia e dança, levando a essência do Rio Grande do Sul para todos os cantos do Brasil.

A música nativista terá sua expressão máxima em festivais como a Califórnia da Canção Nativa que encerra a cena musical tradicional gaúcha e o Festival da Música Crioula, enquanto a poesia encontra palco no Sesmaria da Poesia Gaúcha e no Bivaque da Poesia Crioula. Esses eventos são o coração da cultura gaúcha e nos conectam às nossas raízes de forma única.

Além dos festivais, 2025 será marcado por grandes eventos tradicionalistas organizados pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). O ENART, o Juvenart, o Sarau de Prendas e a FECARS são alguns dos momentos mais aguardados, celebrando o talento e a paixão pelo tradicionalismo em diversas modalidades artísticas e campeiras.

E não podemos esquecer a Semana Farroupilha, nosso maior símbolo de orgulho e identidade, que reúne milhares de gaúchos em desfiles, cavalgadas e celebrações por todo o estado.

Neste novo ano, temos o compromisso de levar a cultura gaúcha para além das fronteiras do Rio Grande. Usaremos a Internet para mostrar ao mundo nossa música, dança, poesia e a força das tradições que carregamos com tanto orgulho.

O verdadeiro gaúcho não apenas preserva suas raízes; ele as compartilha com o mundo. Que venha 2025, com todos os seus desafios e conquistas, mantendo sempre viva a chama crioula!

Entrevero Xucro: o xucrismo do Rio Grande na Internet.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Boas Festas do Entrevero Xucro

Estamos chegando ao final de mais um ano, e é tempo de celebrar as conquistas, fortalecer laços e renovar esperanças. Aqui no Entrevero Xucro, 2024 foi marcado por muita prosa sobre nossas tradições, a beleza do nosso Rio Grande e o orgulho de cultivar a cultura gaúcha.

Neste Natal, que o espírito do bom chimarrão aqueça nossos corações, assim como a chama do fogo de chão nos une em roda de amigos. Que a simplicidade e a generosidade do nosso povo sirvam de inspiração para dias melhores.

Ao olhar para 2025, que o vento minuano traga coragem e determinação para enfrentar os desafios, e que cada amanhecer seja uma nova chance de honrar nossas raízes. Seguiremos juntos, preservando o que há de mais xucro e autêntico na cultura gaúcha, contando histórias, resgatando costumes e mantendo viva a essência do nosso povo.

Desejamos a todos um Feliz Natal e um Ano Novo redomado de alegrias, com muita saúde, mate bem cevado e esperança nos dias vindouros.

Grande abraço,

Equipe Entrevero Xucro



domingo, 15 de dezembro de 2024

Califórnia da Canção Nativa: Celebração da Tradição Gaúcha

A Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul é um dos festivais de música mais emblemáticos da cultura gaúcha, realizado anualmente em Uruguaiana desde sua primeira edição, em 1971. Reconhecida como o berço dos festivais nativistas, ela nasceu da necessidade de preservar e promover as tradições musicais do Rio Grande do Sul, destacando-se como um espaço de exaltação do regionalismo e da arte campeira.

A premiação, simbolizada pela Calhandra de Ouro, celebra as composições que melhor capturam a alma gaúcha por meio de letras, melodias e interpretações que dialogam com as raízes do povo do pampa. Além de incentivar novos talentos, o festival homenageia grandes nomes da música regional, consolidando seu papel como patrimônio cultural do estado.

Vencedores da 46ª Califórnia da Canção Nativa (2024):

1. Calhandra de Ouro:

Música: Recolho Versos do Campo

Letra: Gujo Teixeira

Melodia: Cristian Camargo

Intérprete: Matheus Pimentel

2. Calhandra de Prata:

Música: Os Dois Amores

Letra: Colmar Duarte

Melodia: Cleber Soares

Intérprete: Arthur Rillo

3. Calhandra de Bronze:

Música: Dos Valores da Alma

Letra: Henrique Fernandes

Melodia: Filipi Coelho

Intérprete: Filipi Coelho


Melhor Intérprete: Filipi Coelho, por O Céu das Tormentas.

Melhor Instrumentista: Leonardo Schneider, pelo acordeão em O Beijo do Pai.

Canção Mais Popular: Maria Parteira, interpretada por Su Paz.

Este festival reafirma o compromisso de manter vivas as tradições do pampa, unindo gerações em torno da música e da cultura gaúcha. A cada edição, a Califórnia da Canção Nativa celebra não apenas a arte musical, mas também o espírito coletivo que define a identidade do povo do sul.

sábado, 7 de dezembro de 2024

Teixeirinha e Gildo de Freitas: Uma amizade que atravessou a lenda da rivalidade

Recentemente, dia 04 mais precisamente, fecha mais um ano de morte desses dois grandes artistas do Rio Grande do Sul. A música regionalista gaúcha tem em sua história esses dois nomes que transcenderam as fronteiras do Rio Grande do Sul e conquistaram o Brasil: Teixeirinha e Gildo de Freitas. Estes dois ícones da cultura gaúcha, com estilos marcantes e trajetórias singulares, carregaram ao longo de suas carreiras uma relação envolta em mitos de rivalidade, mas fundamentada em respeito e amizade. Vamos relembrar suas histórias, suas contribuições para a música, e a curiosa coincidência de suas partidas.

Teixeirinha: o "Rei do Disco"

Vitor Mateus Teixeira, mais conhecido como Teixeirinha, nasceu em 3 de março de 1927, em Rolante, no Rio Grande do Sul. Ele enfrentou uma infância dura, perdendo os pais ainda criança, e encontrou na música uma forma de superar as dificuldades. Sua canção, "Coração de Luto", foi inspirada na tragédia da perda de sua mãe e tornou-se um fenômeno nacional.

Com mais de 50 milhões de discos vendidos, Teixeirinha ganhou o título de "Rei do Disco". Ele também brilhou no cinema, protagonizando filmes como Coração de Luto e Ela Tornou-se Freira. Sua habilidade em conectar-se com o povo através de suas letras simples e emotivas consolidou seu lugar como uma lenda da música regional.

Imagem da internet

Gildo de Freitas: o "Rei dos Trovadores"

Gildo de Freitas, nascido em 19 de junho de 1919, em Porto Alegre, destacou-se como um dos maiores trovadores do Rio Grande do Sul. Conhecido por suas "trovas" – forma improvisada de poesia cantada –, Gildo encantava com sua presença de palco e sua habilidade em criar versos que misturavam humor, crítica social e regionalismo.

Além de ser um exímio trovador, Gildo gravou vários discos que perpetuaram clássicos como "Prazer de Gaúcho" e "Velho Casarão". Sua persona autêntica e irreverente fazia dele uma figura carismática, que encantava multidões por onde passava.



Amizade e os mitos da rivalidade

Embora frequentemente retratados como rivais – um duelo simbólico entre o trovador improvisador e o cantor romântico –, Teixeirinha e Gildo de Freitas compartilhavam uma amizade sólida. A suposta rivalidade foi em grande parte alimentada pela mídia e pelos próprios fãs, que adoravam a ideia de um embate entre esses gigantes da música gaúcha.

Nos bastidores, a relação entre os dois era de admiração mútua. Gildo, com seu estilo espontâneo, e Teixeirinha, com sua habilidade de compor histórias emotivas, reconheciam e respeitavam o talento um do outro. Diz-se que os dois frequentemente brincavam com essa falsa rivalidade, utilizando-a como ferramenta para promover seus shows.

O adeus no mesmo dia

Em uma coincidência que parece tirada de uma canção melancólica, Teixeirinha e Gildo de Freitas faleceram no mesmo dia: 4 de dezembro, embora em anos diferentes – Gildo em 1982 e Teixeirinha em 1985. Este fato marcou profundamente os fãs e a história da música regional, como se o destino quisesse eternizar a ligação entre esses dois ícones.

Legado

Teixeirinha e Gildo de Freitas deixaram um legado imensurável para a cultura gaúcha. Suas músicas continuam sendo celebradas por novas gerações, e suas histórias, repletas de desafios, conquistas e amor à terra, permanecem vivas na memória popular.

Mais do que cantores, eles foram cronistas de um Rio Grande autêntico, que encontra em suas canções um espelho da alma do povo gaúcho. E assim, a amizade que venceram as lendas e o tempo segue inspirando e emocionando os admiradores de sua arte.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Significados das cores da bandeira do Rio Grande do Sul

A bandeira do Rio Grande do Sul, que herdou as cores da antiga República Rio-Grandense, carrega um rico simbolismo que remonta à Revolução Farroupilha (1835-1845). Cada cor – verde, amarelo e vermelho – reflete tanto aspectos históricos quanto ideais políticos da época. Entender esses significados é essencial para compreender a identidade cultural e política do povo gaúcho.

O verde e o amarelo: herança e unidade

As cores verde e amarelo, presentes tanto na bandeira da República Rio-Grandense quanto na atual bandeira estadual, possuem uma ligação direta com o Império do Brasil. Na heráldica imperial, o verde simbolizava a Casa de Bragança (Portugal), enquanto o amarelo representava a Casa de Habsburgo (Áustria), da qual fazia parte Dona Leopoldina, primeira esposa de Dom Pedro I. Essas cores, portanto, remetiam às famílias nobres que fundaram o Brasil independente.

No contexto da Revolução Farroupilha, porém, o significado dessas cores ganha outra nuance. Mesmo lutando contra o governo imperial, os líderes farroupilhas não buscavam romper totalmente com a pátria brasileira, mas sim rejeitar seu modelo centralizador. Essa ideia é reforçada por um diálogo lendário atribuído a David Canabarro, em resposta a uma oferta de ajuda militar de Juan Manuel de Rosas, da Argentina. Segundo a narrativa, Canabarro teria afirmado que os farrapos prefeririam a união com os monarquistas brasileiros a aceitar qualquer invasão estrangeira. Isso demonstra que a causa farroupilha tinha como base a defesa de um modelo federativo, em vez de uma separação definitiva do Brasil. Segue a transcrição do diálogo:

“O primeiro de vossos soldados que transpuser a fronteira, fornecerá o sangue com que assinaremos a Paz de Piratini com os imperiais, por cima de nosso amor à República está o nosso brio de brasileiros. Quisemos ontem a separação de nossa pátria, hoje almejamos a sua integridade. Vossos homens, se ousassem invadir nosso país, encontrariam ombro a ombro, os republicanos de Piratini e os monarquistas do Sr. D. Pedro II.”. Um aparte: foi traição em porongos?

Walter Spalding, historiador gaúcho, apontou em 1955 que as cores verde e amarelo na bandeira representam a fidelidade à pátria comum e ao ideal de uma federação. Assim, essas cores simbolizam não apenas a ligação com o Brasil, mas também o desejo de um governo mais justo e descentralizado.

O vermelho: sangue, liberdade e conexões internacionais

A inclusão da cor vermelha na bandeira é mais complexa e suscita debates entre historiadores. Uma das interpretações mais populares associa o vermelho ao sangue derramado pelos gaúchos durante os combates da Revolução Farroupilha. No entanto, há também outras explicações, que conectam o vermelho a ideais republicanos e movimentos revolucionários da época.

O professor César Augusto Barcellos Guazzelli sugere que o vermelho pode ter sido inspirado pelos revolucionários platinos, que em 1810 iniciaram a luta pela independência das Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina e Uruguai). Na Argentina, o vermelho era associado ao federalismo e, simbolicamente, à luta pela liberdade. Essa influência é visível nos laços políticos, econômicos e culturais entre os farroupilhas e seus vizinhos platinos, fortalecendo a ideia de que o vermelho representava tanto uma inspiração libertária quanto a solidariedade entre movimentos republicanos.

Além disso, o uso do vermelho como símbolo da revolução também se manifestava nos trajes, como o famoso lenço vermelho adotado pelos farroupilhas. Esse costume se perpetuou na cultura política gaúcha, sendo associado a outros movimentos revolucionários no Rio Grande do Sul, como as revoluções de 1893 e 1923.

A bandeira como símbolo de união e luta

Desde o início, a bandeira da República Rio-Grandense refletia os ideais de seus criadores. Sem o brasão central que conhecemos hoje, ela trazia apenas as três faixas – verde, amarela e vermelha – e era entendida como uma representação da luta pela liberdade e pelo federalismo. Mesmo após o fim da revolução, esses ideais permaneceram enraizados no imaginário coletivo do povo gaúcho.

Hoje, a bandeira do Rio Grande do Sul mantém seu significado histórico como um símbolo de resistência, liberdade e unidade. As cores, enquanto evocam as lutas do passado, também reafirmam o orgulho de uma identidade que, embora profundamente conectada ao Brasil, carrega consigo a marca da luta por autonomia e justiça.

sábado, 9 de novembro de 2024

Rodeios e Gineteadas no Rio Grande do Sul

Quando se fala em cultura gaúcha, é impossível não pensar nos rodeios e nas gineteadas que percorrem o interior do Rio Grande do Sul. Muito além de eventos esportivos, essas festividades são um retrato da história, da coragem e da relação profunda entre o homem e o campo. Elas têm raízes que remontam ao passado dos gaúchos, quando o domínio sobre o cavalo era necessário para a lida no campo e a sobrevivência.

No sul do Brasil, o frio da campanha e o calor da tradição se encontram nos rodeios e gineteadas, eventos que exaltam a essência do gaúcho e sua paixão pelo campo. Muito mais que competições, essas festas celebram nossa cultura e o orgulho de pertencer ao Rio Grande do Sul.

Os rodeios e gineteadas são o palco onde se destacam peões e cavalos, num embate que as vezes prendem a respiração de quem assiste. A cada desafio, uma história de superação e parceria entre homem e animal ganha vida, resgatando o espírito de nossos antepassados, que encontravam no campo sua força e sustento.

Além das provas, os rodeios são também um encontro de famílias e amigos, repletos de danças, chimarrão e pratos típicos que aquecem corpo e alma. É um momento de relembrar nossas raízes, celebrar a cultura gaúcha e viver a tradição com intensidade.

Se você nunca viveu essa experiência, não perca a chance de se conectar com a alma do Rio Grande do Sul. Venha para um rodeio e descubra como a tradição e o orgulho de ser gaúcho estão presentes em cada movimento, em cada sorriso e em cada toque da gaita.

Para entender a essência dos rodeios e das gineteadas, é importante conhecer o significado de cada uma dessas tradições, o que elas representam para o povo gaúcho e como elas fortalecem a identidade cultural do Rio Grande do Sul.

A Origem dos Rodeios no Rio Grande do Sul

O rodeio nasceu no dia a dia dos tropeiros e estancieiros, que, em sua rotina de trabalho, precisavam demonstrar destreza com o laço e habilidades no manejo dos cavalos. Com o tempo, essas habilidades se transformaram em competições saudáveis que, além de valorizar o peão, simbolizavam a força do gaúcho e sua adaptação ao ambiente rural.

A partir do século XX, os rodeios começaram a se organizar como eventos públicos, ganhando destaque nas festas tradicionais do estado. Hoje, eles acontecem em diversas cidades e são frequentados por pessoas de todas as idades que, além de admirarem as provas, celebram a cultura gaúcha em uma atmosfera de festa e união.

A Gineteada: Uma Prova de Coragem e Habilidade

Diferente do rodeio, que envolve diversas modalidades como laço, rédeas e apartação, a gineteada é uma prova focada na relação entre peão e cavalo. O objetivo é que o ginete (nome dado ao competidor) se mantenha o máximo de tempo possível sobre um cavalo xucro, sem ser domado, enquanto ele corcovea tentando tirar o ginete do lombo em uma batalha entre o cavalo e o peão.

As gineteadas são conhecidas por exigir força, equilíbrio e muita coragem dos competidores, uma vez que o risco de quedas é grande e o animal a única coisa que busca é derruba-lo. Essa é uma modalidade que desperta a emoção dos espectadores e se tornou um símbolo de resistência e tenacidade do povo gaúcho, que vê no ginete a figura de um guerreiro moderno, testando seus limites e desafiando o destino.

Mais que Competições, Uma Festa Popular

Além da competição, os rodeios e gineteadas são uma verdadeira festa popular. Quem participa desses eventos encontra muito mais do que a emoção das provas: há música tradicional, comida típica e a oportunidade de celebrar o orgulho de ser gaúcho.

Entre chimarrão, churrasco e os acordes de uma gaita, o clima dos rodeios é sempre de festa. As famílias se reúnem, amigos se encontram e histórias são compartilhadas, mantendo viva a cultura do Rio Grande do Sul. Cada rodeio é um pedaço da história gaúcha que permanece vivo e forte, passando de geração em geração.

Preservando a Tradição e o Respeito

Embora os rodeios e gineteadas representem uma tradição fundamental para a cultura gaúcha, é importante lembrar que a relação entre peão e cavalo sempre deve ser pautada no respeito e na preservação do bem-estar animal. Organizações e competidores têm se preocupado cada vez mais em garantir que essas práticas sigam normas e limites para evitar o sofrimento dos animais, assegurando que a tradição siga viva de forma ética e responsável.

Uma Experiência Inesquecível

Assistir a um rodeio ou a uma gineteada no Rio Grande do Sul é uma experiência única, que permite ao visitante sentir a energia vibrante do povo gaúcho, sua paixão pelo campo e seu orgulho por suas raízes. Quem vive essa experiência entende porque o gaúcho carrega em si um espírito forte, destemido e, ao mesmo tempo, acolhedor.

Se você nunca teve a oportunidade de participar, planeje-se para conhecer o próximo rodeio na região e prepare-se para sentir de perto o que é a tradição, o calor humano e o amor pelo Rio Grande do Sul. Afinal, os rodeios e gineteadas são muito mais que eventos esportivos: são uma celebração da cultura e da identidade gaúcha.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Como Preparar um Churrasco Gaúcho Autêntico: Um Guia Completo

Claro que aqui no Rio Grande quase todo mundo sabe fazer o nosso bom assado, uma picanha, maminha e a costela (a mais tradicional do churrasco). Mas para quem não é daqui, vamos ensinar a fazer o tradicional assado.

Mas, antes de tudo temos que lembrar que o churrasco é uma das tradições mais marcantes da cultura gaúcha e representa mais do que apenas uma refeição; é um ritual de união entre amigos e familiares. Neste post, vou te ensinar tudo o que você precisa saber para preparar um churrasco gaúcho autêntico, desde a escolha da carne até o corte, o tempero e, claro, as técnicas de assar na churrasqueira.

O primeiro passo para um bom churrasco é a seleção das carnes. O gaúcho valoriza peças específicas que garantem suculência e sabor. Algumas das preferidas são a costela, a picanha, a maminha e o vazio. Escolher cortes com uma camada generosa de gordura ajuda a garantir a suculência do churrasco, um fator essencial para o sabor autêntico.

Também no churrasco gaúcho, a técnica tradicional é o fogo de chão, onde as carnes são assadas em espetos fincados diretamente na terra, próximos ao fogo. Essa prática permite que a carne asse lentamente, absorvendo o calor e o sabor defumado da lenha. Caso não seja possível, a churrasqueira a carvão é uma ótima alternativa.

A simplicidade é o segredo. O churrasco gaúcho é temperado apenas com sal grosso, que preserva o sabor original da carne. A técnica consiste em passar uma camada generosa de sal na carne antes de assar. Durante o processo, o sal se dissolve e realça o sabor natural.

A lenha de madeira frutífera ou de árvores como a acácia e a angico é recomendada para o fogo de chão, pois produzem brasas duradouras e aromáticas. No caso de uma churrasqueira a carvão, certifique-se de usar carvões de boa qualidade e bem secos, garantindo uma brasa forte e uniforme.

E claro nenhum churrasco está completo sem o chimarrão, a bebida tradicional gaúcha. É comum que o responsável pelo churrasco – o assador – sirva uma roda de chimarrão para os convidados enquanto a carne assa. É um momento de descontração e conversa.

por tudo isso que o churrasco gaúcho é mais do que uma refeição; é uma forma de celebração. Experimente essas técnicas e compartilhe momentos especiais com quem você ama, mantendo viva essa rica tradição gaúcha!

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Rio Grande do Sul e sua formação cultural

A cultura do Rio Grande do Sul é marcada por uma rica e complexa combinação de influências indígenas, europeias e africanas, resultando em um mosaico cultural único no Brasil. Para entender suas origens e seu desenvolvimento, é preciso mergulhar na história do estado, que começa muito antes da chegada dos colonizadores.

Raízes Indígenas e o Início da Colonização

Antes da colonização europeia, as terras gaúchas eram habitadas por diferentes povos indígenas, como os guaranis e charruas, que viviam em harmonia com o Bioma Pampa e a geografia local. Seus modos de vida, organizados em torno da caça, pesca e agricultura, deixaram marcas profundas na cultura da região, influenciando o que viria a ser, mais tarde, a base das tradições rurais gaúchas.

A chegada dos primeiros europeus, particularmente os espanhóis e portugueses, no século XVII, trouxe uma nova dinâmica para a região. As missões jesuíticas espanholas estabeleceram as primeiras vilas organizadas, convivendo com os indígenas e promovendo a mestiçagem cultural. No entanto, com a chegada dos bandeirantes paulistas e o avanço do domínio português, os povos indígenas foram brutalmente impactados, levando a uma reorganização cultural que seria o caminho para a formação do gaúcho.

A Formação da Identidade Gaúcha

O gaúcho, figura emblemática do Rio Grande do Sul, é o resultado da mescla de povos indígenas, colonos europeus, e africanos escravizados trazidos durante o período colonial. Trabalhando principalmente na criação de gado, o gaúcho desenvolveu um estilo de vida próprio, associado à lida no campo, à coragem e à liberdade. O uso da bombacha, do lenço e do poncho, bem como o hábito de tomar chimarrão, são símbolos dessa identidade, que ainda perdura como uma referência do orgulho sulista.

A introdução do cavalo pelos europeus e o desenvolvimento da pecuária marcaram profundamente o estado, transformando a economia e definindo grande parte das tradições. O Rio Grande do Sul tornou-se conhecido como uma terra de estâncias e rodeios, consolidando a figura do gaúcho como protótipo de bravura e independência.

Revoluções e a Consciência Regionalista

Outro fator essencial na cultura gaúcha são os movimentos revolucionários que marcaram sua história, sendo o mais famoso a Revolução Farroupilha (1835-1845). Essa guerra, travada entre os farroupilhas, que buscavam mais autonomia para a província e a redução dos impostos sobre o charque, e o governo imperial, reforçou o espírito combativo do povo gaúcho e sua noção de liberdade. Até hoje, a Revolução Farroupilha é comemorada com fervor durante a Semana Farroupilha, em setembro, quando o orgulho regionalista ganha destaque em todo o estado.

Tradições e Influências Europeias

Além dos elementos indígenas e africanos, o Rio Grande do Sul recebeu um grande contingente de imigrantes europeus, especialmente alemães e italianos, durante o século XIX. Esses grupos estabeleceram colônias nas regiões da Serra Gaúcha, onde desenvolveram uma cultura voltada para a agricultura, a viticultura e o artesanato, traços que permanecem até os dias de hoje.

A gastronomia gaúcha também reflete essa diversidade de influências. O churrasco, principal símbolo da culinária regional, surgiu nas estâncias, como uma forma de preparo da carne em meio ao cotidiano dos vaqueiros. A culinária dos imigrantes italianos trouxe o hábito de consumir massas e vinhos, enquanto os alemães deixaram como legado o tradicional café colonial, além de pratos como o chucrute e a cerveja artesanal.

A Cultura Contemporânea

No cenário contemporâneo, o Rio Grande do Sul mantém vivo seu orgulho por suas tradições, mas também abraça a modernidade. A música tradicionalista, com artistas que perpetuam a estética do gauchismo, divide espaço com novos movimentos culturais que renovam o cenário musical e literário do estado. A cultura de rodeios, festas campeiras e danças folclóricas, como o fandango, é amplamente celebrada nos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), que preservam a memória dos antigos gaúchos e passam esses valores às gerações mais jovens.

Por fim, o Rio Grande do Sul é um estado de múltiplas vozes e culturas, que soube transformar sua história de resistência e luta em um símbolo de força e identidade. O gaúcho, seja nas estâncias do interior, nas cidades da serra ou nas metrópoles, carrega em si um orgulho que transcende fronteiras, projetando a cultura sulista como uma das mais vibrantes e complexas do Brasil.

sábado, 7 de setembro de 2024

Acampamento Farroupilha de Porto Alegre

Começa hoje o Acampamento Farroupilha de Porto Alegre. Confira toda a programação abaixo:

SÁBADO(07/09)

PALCO JAYME CAETANO BRAUN

12h- Cerimônia de Abertura
16h30- Os Pajadores
17h50- Paullo Costa
19h50- Ernesto Fagundes
21h50- Lincon Ramos
PALCO NICO FAGUNDES
14h- CTG Raízes doSul
14h50- Trova: José Estivalet e Vitor Hugo
15h50- Declamação Andrea Loe
16h- Marcelinho Nunes
17h- Zizi Machado

DOMINGO(08/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
17h50- Cristiano Quevedo
19h50- Luiza Barbosa
21h50- Sina Fandangueira
PALCO NICO FAGUNDES
14h- CTG Tiarayu
14h50- Trova: Amaranto Arena e Tetê Carvalho
15h50- Declamação Rui Matias
16h- Maykell Paiva
17h- Desiderio Souza

SEGUNDA-FEIRA(09/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN 
9h às 11h e 14h às 16h -Ciranda Escolar
17h50- Mauro Moraes
19h50- Daniel Torrez
21h50- Grupo Os Mateadores
PALCO NICO FAGUNDES
15h- Chula: Victor Schimmelpfenig e Vinícius Schimmelpfenig
16h- Manoel Souza
17h- Moisés Oliveira e Grupo Vozes do Campo

TERÇA-FEIRA(10/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN 
9h às 11h e 14h às 16h -Ciranda Escolar
 17h50- Raul Quiroga
19h50- César Oliveira & Rogério Melo
21h50- João Luiz Corrêa & Grupo Campeirismo
PALCO NICO FAGUNDES
15h- Chula: Adrian Latroni e Arthur Latroni
16h- Jayme Caetano Braun- Um Século de Arte
17h- João Paulo Deckert

QUARTA-FEIRA(11/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
9h às 11h e 14h às 16h -Ciranda Escolar
 17h50- Jorge Guedes & Família
19h50- Tchê Guri
21h50- Machado e Marcelo do Tchê
PALCO NICO FAGUNDES
14h- CTG Gurizada Campeira
16h- Felipe D’Avila
17h- Grupo Missões

QUINTA-FEIRA(12/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
9h às 11h e 14h às 16h -Ciranda Escolar
17h50- André Teixeira
19h50- Tchê Garotos 21h50- Tchê Barbaridade
PALCO NICO FAGUNDES
11h- Festival Prosa e Poesia- Eliminatória
15h- Chula: Jean Marques da Rocha e Tiago Ferrari 16h- Tiago Quadros
17h- Felipe D’Avila

SEXTA-FEIRA(13/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
9h às 11h e 14h às 16h -Ciranda Escolar
17h50- Flávio Hanssen
19h50- Tatiéli Bueno
21h50- Kelly Colares & Banda
PALCO NICO FAGUNDES
11h- Festival Prosa e Poesia- Eliminatória
14h- CTG Aldeia dos Anjos
15h- Chula: Adrian Latroni e Arthur Latroni
16h- Felipe Goulart
17h- KauanaNeves

SÁBADO(14/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
16h30- Alma e Pampa
17h50- Fofa Nobre
19h50- Marinês Siqueira
21h50- Eliandro Luz & Grupo Oh de Casa
PALCO NICO FAGUNDES
10h- Coral Despertar
11h- Festival Prosa e Poesia- Final
14h- CTG Chimangos
14h50- PQT Laçadores Herdeiros da Tradição
15h- Trova: José Estivalet e Clódis Rocha
15h30- Declamação Elvio Moraes
16h- Ricardo Rosa
17h- Heduardo Carrão

DOMINGO(15/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
10h- Missa Crioula
12h- CTG Lanceiros da Zona Sul
16h30- Maria Luiza Benitez
17h50- Marcelo Caminha
19h50- SomdoSul
21h50- Gurias Gaúchas
PALCO NICO FAGUNDES
14h- CTGV aqueanos da Tradição
14h50- Trova: Amaranto Arena e Clódis Rocha
15h30- Declamação Pablo Santana
16h- Diego Machado

SEGUNDA-FEIRA(16/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
17h50- Juliana Spanevello
19h50- JocaMartins
21h50- Rodrigo Silva & Grupo Ala-Pucha
PALCO NICO FAGUNDES
15h- Chula: Victor Schimmelpfenig e Vinícius Schimmelpfenig
16h- Ricardo Comassetto 
17h- Juliano Moreno

TERÇA-FEIRA(17/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
17h50- Os Chacreiros
19h50- Érlon Péricles
21h50- Grupo Alma gaudéria
PALCO NICO FAGUNDES
15h- Chula: Projeto Gurizada Campeira
16h- Gustavo Brodinho
17h- Jader Leal

QUARTA-FEIRA(18/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
17h50- João de Almeida Neto
19h50- Daniel Haack & Gaúchos Lá de Fora
21h50- Grupo Querência
PALCO NICO FAGUNDES
15h- Chula: Victor Schimmelpfenig e Adrian Latroni ou Projeto Gurizada Campeira
16h- Leonel Almeida
17h- The AllPargatas

QUINTA-FEIRA(19/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
17h50- Fátima Gimenez
19h50- Analise Severo
21h50- Sangue Farrapo
PALCO NICO FAGUNDES
14h- 35 CTG
15h- Chula: Daniel Magnus dos Santos e Valentin Otto Magnus dos Santos
16h- Jonatan Dalmonte e Maurício Marques
17h- Charles Arce

SEXTA-FEIRA(20/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
15h- Cerimônia de Encerramento- Chama crioula 16h30- Santa Fé
17h50- Luiz Marenco
19h50- Maria Alice
21h50- Pedro Ernesto
PALCO NICO FAGUNDES
14h- CTG Coxilha Aberta
14h50- Trova: Celso Oliveira e Vitor Hugo
15h30- Declamação Silvana Andrade
16h- Darlan Ortaça
17h- Eduardo Maicá

SÁBADO(21/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
16h30- Leandro Berlesi e Buena Parceria
17h50- Pirisca Grecco
19h50- Capitão Faustino
21h50- Sandro Coelho
PALCO NICO FAGUNDES
14h- Nelcy Vargas
14h50- Festival Pôr do Sol da Canção Piá

 DOMINGO(22/09)
PALCO JAYME CAETANO BRAUN
17h50- Elmer Fagundes
19h50- Eco do Minuano & Bonitinho
21h50- Grupo Tagarrado
PALCO NICO FAGUNDES
14h- CTG Porteira da Restinga
14h50- Trova: Celso Oliveira e Tetê Carvalho
15h30- Declamação Adriana Braun
16h- Cristiano Cesarino

Programação extraída do site oficial do evento