Buenas, gauchada! Entramos no segundo semestre de 2025 e chegou a hora de revisarmos como anda a presença da música regional gaúcha nas rádios do Sul do Brasil. Será que ainda temos espaço nas paradas ou estamos sumindo? Já fizemos análises de períodos anteriores, AQUI. Com base nos dados atualizados do site Connectmix, que monitora as músicas mais tocadas no país, trazemos uma análise detalhada do cenário atual — separando por rádios comerciais e comunitárias, estado por estado: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
O resultado acende um alerta: a música gaúcha tradicional segue perdendo espaço, sendo ofuscada pelo domínio da música sertaneja nas rádios comerciais e sustentada quase que exclusivamente pelas bandas de bailão nas rádios comunitárias. Nomes como Céu e Cantos, Brilha Som, Corpo e Alma e Grupo Festerê ainda resistem, mas os números mostram uma queda acentuada da representatividade regional nas ondas do rádio. Essa tendência não é de hoje — desde 2023 percebemos a redução do alcance das nossas músicas de raiz, um reflexo direto da normalização cultural imposta pelo mercado nacional. E isso é grave: o sumiço da nossa música é o sumiço de quem somos como povo.
Com base nos dados atualizados do site Connectmix, que monitora as músicas mais tocadas no país, trazemos uma análise detalhada do cenário atual — separando por rádios comerciais e comunitárias, estado por estado: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Destaques do Monitoramento Musical de 2025
Região Sul – Rádios Comerciais
Sem artistas regionais no Top 15.
Região Sul – Rádios Comunitárias
1º lugar: Amor Infinito – Céu e Cantos
6º lugar: Saudade da Ex – Céu e Cantos e Brilha Som
Rio Grande do Sul – Rádios Comerciais
11º lugar: Data Especial – Corpo e Alma e Marcos & Belutti
13º lugar: Namoro ou Sacanagem – Modello
Rio Grande do Sul – Rádios Comunitárias
2º lugar: Amor Infinito – Céu e Cantos
5º lugar: Me Diz – Brilha Som e Corpo e Alma
6º lugar: Saudade da Ex – Céu e Cantos e Brilha Som
14º lugar: Apartamento 104 – Grupo Festerê e Cleiton Borges
Santa Catarina – Rádios Comerciais
Sem artistas regionais no Top 15.
Santa Catarina – Rádios Comunitárias
1º lugar: Amor Infinito – Céu e Cantos
9º lugar: Saudade da Ex – Céu e Cantos e Brilha Som
Paraná – Rádios Comunitárias
11º lugar: Amor Infinito – Céu e Cantos
O Encolhimento da Música Gaúcha nas Rádios
Este ano notamos uma redução significativa dos sucessos regionais nas rádios do Sul. A música tradicional gaúcha praticamente desapareceu dos rankings comerciais, restando apenas a força do bailão como resistência musical.
Nas rádios comerciais, o sertanejo de apelo nacional domina, e não é difícil entender o motivo: questões financeiras e interesses do mercado influenciam diretamente na programação das rádios, que priorizam artistas com maior investimento em mídia.
Já nas rádios comunitárias, a situação é um pouco mais favorável — ainda temos nomes como Céu e Cantos, Brilha Som e Corpo e Alma entre os mais tocados, mas com uma queda notável em relação a anos anteriores:
Região Sul - Comunitárias: redução de 4 para 2 músicas regionais no ranking.
RS - Comunitárias: queda de 6 para 4 músicas no top 15.
SC - Comunitárias: de 3 para apenas 2 músicas regionais no ranking.
PR - Comunitárias: única surpresa positiva foi Céu e Cantos aparecendo no ranking, o que não ocorreu no ano passado.
Alerta Cultural: A Perda da Identidade Musical
Essa redução vem acontecendo desde 2023, acendendo um alerta sério para quem se importa com a preservação da cultura gaúcha. O enfraquecimento da música regional nos meios populares de comunicação reflete a normalização cultural com o resto do país — o famoso brasileirismo que vai apagando nossas cores e sons.
❝O Bailão não é tradicionalismo, mas é regional. É nosso.❞
Muita gente torce o nariz pro bailão, mas a verdade é que essas bandas nasceram aqui, em cidades do interior do RS e SC, inovaram no ritmo, levaram a dança e a alegria pra bailes de salão e ainda sustentam a presença do sul nas paradas musicais. Infelizmente nosso povo não aceita o sucesso regional, sempre fala em querendo se aparecer ou com frescura.
Infelizmente, não há apoio das grandes correntes de cultura tradicionalista. Essas bandas não são ensinadas nas escolas, nem valorizadas nos CTGs. A identidade do gaúcho de interior, com seus causos e sua simplicidade, é tratada como algo menor — quando, na verdade, é o que temos de mais autêntico.
Somos gaúchos, somos do pampa. Mas muitos preferem vangloriar suas origens europeias do que valorizar o que nasceu aqui, nesse chão. O mesmo gaúcho que exalta o Velho Mundo, o Tio Sam e o Brasileirismo, é o que despreza o bailão, que também carrega herança germânica, italiana e missioneira.
É hora de rever nosso papel como defensores da cultura sulista. Precisamos consumir, apoiar e divulgar nossa música, pra que ela siga viva nos rádios, nos palcos e no coração do povo.
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